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quarta-feira, 3 de junho de 2015

MOCHILADA SEM FRONTEIRAS - Metrópoles


Por Guilherme Larrosa

Para os que gostam de metrópoles e grande polos culturais, hoje vou falar um pouco de São Paulo, cidade que eu passei alguns meses trabalhando e hoje, visito com frequência para visitar amigos queridos e a trabalho também.

Ao contrário do Rio de Janeiro, que exporta cultura brasileira, samba e boemia – São Paulo recebe influências do mundo todo, por isso tem tanta coisa para se fazer lá. A variedade de bons restaurantes, museus, galerias, cinemas, festas e shows são intermináveis – sendo assim, a cidade se torna viciante. Apesar de todas essas virtudes, São Paulo é uma cidade que nos prende em um rítimo frenético de trabalho e consumo, uma cidade que tem seus escritórios vivos até altas horas e tem seus deslocamentos longos e demorados, pelo trânsito desenfreado.

Mas vamos falar das coisas boas que a capital paulista tem a oferecer, começando pela cena cultural – MIS, MASP, Itaú Cutlural e CCBB são icônicos pelas boas mostras de arte que rolam pela cidade. Ultimamente tem-se visto muitas coisas acontecendo na rua, como no famoso elevado do ' minhocão', que nos finais de semana, o trânsito é fechado e nele acontecem feiras e festas ao ar livre. O Memorial da América Latina, tem sua imponiência, por ser uma obra de Niemeyer e pelo seu conteúdo que conta a nossa história.

Para curtir o dia ou a noite, um passeio no Parque do Ibirapuera vale a pena, com sua imensidão verde, pode-se visitar o prédio da Bienal e a noite, acontecem algumas projeções de filmes ou documentários – só ficar ligado na programação da cidade.

O centro de São Paulo é imperdível, pelos seus prédios históricos e sua monumentalidade – essa zona tende a ficar mais viva, com novos projetos urbanos e menos violenta – o que seria incrível para as pessoas terem um centro boêmio e vivo como antigamente. Vale a visita até o topo do prédio do Banespa, um dos mais altos da capital.

Para sair, vou pedir uma página no jornal para listar todos os lugares legais – isso vai depender do gosto de cada um, claro – mas eu recomendaria o bar Balsa, no centro da cidade – um prédio da década de 50 que hoje é uma mistura de terraço/atelier/bar tudo decorado com objetos atemporais com uma vista incrível do centro da cidade. E música boa, claro.


Recomendo uma semana na cidade da garoa, sem dúvida ainda faltarão coisas para fazer!

Edição de 27/05/2015 Ano VI nº 214




quarta-feira, 27 de maio de 2015

MOCHILADA SEM FRONTEIRAS - Amsterdam


Por Guilherme Larrosa

Malas desfeitas e noites de sono para recuperar a correria, cá estou eu de volta, para relembrar algumas façanhas de viagens por esse mundão.

Esqueci de mencionar uma cidade, que sempre foi minha entrada pela Europa – geralmente desembarco lá para fazer conexões para os outros países – estou falando de Amsterdam, capital Holandesa conhecida pelas tulipas, moinhos, gente alta e aquela loucura toda que todo mundo acha que é. E na verdade, é sim.

Sempre quando desembarquei, nunca saí do aeroporto, mas resolvi passar uma semana na cidade, antes de fazer a viagem pra Bélgica.

Amsterdam é uma cidade muito funcional, principalmente se tratando de trânsito, são milhares de bicicletas que fazem a cidade viva e tranquila. As ruas são estreitas, rodeadas de canais e casas altas e finas. Nada mais sensato que dispor aos moradores e turistas, um sistema de bicicletas que fazem a cidade menos poluída e menos engarrafada.

Fiquei em um albergue que era no quarto andar da casa. Imaginem que se as casas lá, são altas e estreitas – as escadas são esticadas da mesma forma – ou seja, uma escada normal, tem seus degraus com uma base de 28 – 30cm de profundidade.

Lá, a coisa é diferente, para vencer o vão do teto, os degraus tendem a ter unas 17 cm de profundidade...ou seja, tombos e mais tombos. Um estouro a cada minuto. Roxões a parte, a cidade é muito bonita pela sua composição arquitetônica e seus parques preservados. Os estudantes indo de bicicleta para a faculdade, mesmo a universidade estando distante na cidadezinha ao lado, o passeio pelos campos floridos faz esquecer a preguiça e dá prazer em ir na aula.

Holanda é um país exemplar em termos de liberdade, lá pode praticamente tudo. Todo mundo sabe o que deve ser feito e respeitado, cada um na sua, cuidando do seu nariz. Falando em drogas, sexo e rock in roll – um passeio engraçado é o Red Light District – aquela zona de prostituição mais famosa de Amsterdam, que as meninas ficam na vitrine sensualizando e pescando clientes – realmente é interessante esse comportamento, tanto que virou uma zona turística e é super frequentado por diferentes gêneros e idades. Sem contar os becos, digamos assim, excêntricos – onde se encontram qualquer tipo de oferta, qualquer idade, qualquer gênero, híbridos e afins. Salve a diversidade!

Amsterdam é um exemplo de cidade a ser visitada, pela cultura, pelos costumes e pela liberdade – ouvi falar muito bem de Roterdam – uma cidade perto, em menor escala, fica a dica.

Edição de 20/05/2015 Ano VI nº 213


 

segunda-feira, 18 de maio de 2015

MOCHILADA SEM FRONTEIRAS - Agora é Conferir nos Cinemas

Por Guilherme Larrosa

Depois de 14 semanas intensas de produção e gravação, meu diário de produção chega ao fim com uma sensação de dever cumprido e uma grande satisfação ao ver uma prévia do resultado.

Essas duas últimas semanas foram as mais intensas desse longo processo, tanto que não consegui dar as caras semana passada.. Mas tudo deu certo no final, pois quando vemos o resultado desse esforço, ali gravado e emoldurado numa poesia audiovisual, só tem espaço para a sensação de realização profissional.

Depois do universo das linhas e agulhas do cenário da costureira, veio a construção do centro da cidade, onde passa a grande parte do filme.

Os carros de época e a figuração vestida na época dos 60, fazem a gente se sentir no passado, dando mais inspiração para criar os cenários das lojas e o ambiente externo do filme.

A equipe se reuniu para um jantar e para ver uma prévia do que estamos fazendo e sem dúvida, deixou o grupo de boca aberta com a qualidade e profissionalismo de todas as equipes envolvidas. Foi um trabalho árduo e consequentemente, um resultado mais que satisfatório que todos poderão ver nos cinemas no primeiro semestre de 2016.

O lado triste de um trabalho assim, de uma imersão com 70 pessoas trabalhando e convivendo diariamente é a despedida. Nossos motoristas, ajudantes e contra-regras, todos locais da serra, ficaram tristes com nosso retorno – já prometendo visitas ao Rio de Janeiro para irem na pré-estréia do filme – são momentos diários que acabam transformando a vida de pessoas que vivem num cotidiano simples e numa surpresa, deparam-se com um processo novo e pessoas novas, com estilo de vida diferente. Um acréscimo de conhecimento para ambos os lados. Esse é o resultado de projetos culturais, que não só tem resultado para quem vai apreciar um filme no cinema, mas o processo todo é grandioso e transformador.


Cheguei ao Rio ontem a noite, já saudoso e com muito orgulho do trabalho feito. Que venham outros!

Edição de 13/05/2015 Ano VI nº 212



quarta-feira, 6 de maio de 2015

MOCHILADA SEM FRONTEIRAS - Produzindo e desproduzindo


por Guilherme Larrosa

Nesse momento, estou com meu carro carregado de objetos de costura, lãs, carreteis, manequins e cestas de aviamentos. Dentre esses objetos, digito esse texto no meu computador enquanto viajo de Monte Belo do Sul até Cotiporã, onde será gravada a cena da costureira da cidade.

Esse tipo de produção de arte, me remete à infância – não sou da década de 60, ok? Mas lembro dos pertences dos meus pais...mas relembrar as revistas que minha avó tinha, os objetos de cozinha que muito brinquei e os mobiliários da época. Ainda mais aqui no sul, o resgate desse material nos antiquários trazem de volta na memória os almoços de domingo daquela época.

A cada semana que passa, o trabalho aumenta, pois a demanda cresce a cada ideia nova que surge no set de filmagem. Essa semana grava a cena da famosa central telefônica, que com muito suor e cara de pau, descobri no alto da cidade de Salvador do Sul. O cenário está quase pronto e acredito que terá um peso forte no filme, pela arquitetura do espaço e pela composição de elementos. Nessa mesma semana, temos que produzir 3 cenários novos e desproduzir 2 antigos, devolver todos os objetos para os fornecedores – cada um no seu devido lugar – coisa de louco.

Estamos chegando na metade das gravações, e depois de todo esse tempo aqui na serra, em contato com todo mundo envolvido, já começa a bater saudade dos amigos que fizemos, os motoristas, os contra-regras, os ajudantes que nos acompanham nesse sofrimento bom, esse desgaste prazeroso de fazer arte no áudio visual.

Quero chegar no sábado, com tudo isso gravado, equipe satisfeita e partir pra próxima semana, que vai ser um pouco mais tranquila – porque as últimas... 3 casas inteiras me esperam para mobiliar e colocar todos objetos. Já vou pensando no meu roteiro de férias pós-filme, porque 3 meses de trabalho intenso merecem umas férias! Isso se eu não engatar em outra série, quando voltar pra casa, no Rio.

Edição de 29/04/2015 Ano VI nº 210





quarta-feira, 29 de abril de 2015

MOCHILADA SEM FRONTEIRAS - Não é para cardíacos

Frio vai chegando na Serra, mas as gravações não param
Por Guilherme Larrosa

Entrando na segunda semana de gravação e com resultado satisfatório para toda a equipe. Já gravamos em 3 cenários, montamos, desmontamos e desproduzimos em questão de dias, sempre numa correria diária e missões difíceis para serem cumpridas...ainda mais quando precisam de um objeto específico, criado pela situação da cena e tu tens apenas a manhã de sábado para conseguir, porque à tarde, tudo fecha. Não indico esse trabalho para os cardíacos.

Ontem começamos a gravar na casa do protagonista, que fica no alto de uma coxilha, com uma paisagem linda dos vales da serra. O tempo não ajudou muito, mas as cenas foram gravadas internamente e com sucesso.

Junto com a chuva, chegou o frio. Que vai ficando mais forte a cada dia – arrasando com a equipe carioca e dando mais drama para as cenas – ficaremos gravando nesse cenário a maior parte do filme, por ser a casa do protagonista – em seguida montaremos os cenários menores, porém com um peso visual muito grande.

Essa semana eu terei que ficar abrindo e fechando o set em horários nada confortáveis...como das 16h até as 4 da manhã, no frio da serra. Espero que tenha um vinhozinho à noite para dar aquela aquecida, porque só roupa quente não resolve.


Na próxima semana vou falar sobre os veículos de cena que vão ser gravados nessa semana, os carros, motos e bikes antigas e dizer onde conseguimos esses achados.

Edição de 22/04/2015 Ano VI nº 209



domingo, 5 de abril de 2015

MOCHILADA SEM FRONTEIRAS - Em breve começam as gravações

Por Guilherme Larrosa

Desapareci na semana passada por causa de uma chuva inesperada de acontecimentos, mudanças de plano de filmagem, entra cenário novo, sai cena antiga, enfim..Tudo acontecendo a uma velocidade espantosa e nós tendo sempre que ter uma carta na manga.

Depois de vasculhar as cidades da Serra, temos mais de 2 mil objetos selecionados. Passamos alguns dias montando painéis, cenário por cenário, apontando os sofás, cadeiras, poltronas, objetos específicos e os demais utensílios que compõem aquelas ambientações efêmeras. Depois de tudo separado e organizado, conseguimos ver a atmosfera do filme, compondo também com as amostras de tecidos e as paletas de cores das paredes e texturas definidas para cada cenário.

Posso afirmar que vai ficar muito bonito, pois o filme resgata um período de memórias muito fortes, afinal a década de 60 é marcada por uma linguagem muito definida, tanto nos elementos estéticos quando no figurino e a maneira que se vivia a vida.

Temos menos de duas semanas para termos tudo conosco, pois em breve começam as gravações diárias de 12h contínuas, das 6h da manhã `as 18h. E isso vai rolando até junho, e o frio chegando e as parreiras perdendo a cor. Tudo se transformando ao mesmo tempo, fazendo o filme surgir a cada dia.

A equipe está toda junta, todos os departamentos circulando no hotel e claro, um bom banho de piscina quente a noite e um vinhozinho...afinal..merecemos depois de tanta correria. Nesse final de semana, voltei a Porto Alegre para produzir alguns objetos que ainda faltam, tarefas fáceis, como encontrar uma pasta de dente da década de 60 e uma simples câmera alemã vinda da segunda guerra. A câmera encontrei, em cima de uma cadeira, em uma feira de rua por uma pechincha!! Já o creme dental. esse tá difícil.

Semana que vem, eu e meu colega vamos começar o carregamento desses 2 mil objetos, alguns dias carregando caminhões vindo de SP, POA e região serrana. Depois vamos dividindo a equipe e montando os cenários. Só que como estamos fazendo um filme de locação, ou seja, lugares reais, temos que desocupar as casas das pessoas, remover todos os móveis, montar tudo com nossa mobília e desproduzir tudo depois. Quem disse que era simples? A gente olha o filme no cinema e acha tudo lindo, mas não tem ideia do desgaste e correria para fazer tudo dar certo dentro do prazo.

Semana que vem tem mais. Vou tentar escrever no meio das milhares de caixas de papelão e plástico bolha!

Edição de 01/04/2015  Ano IV nº 206


 

segunda-feira, 23 de março de 2015

MOCHILADA SEM FRONTEIRAS - Buscando os PROPS


Por Guilherme Larrosa

Caso “Central telefônica antiga” resolvido. Depois de muitas indicações, eis que surge a esperança no topo da montanha, na cidade de Salvador do Sul, existe uma central dessas. Dito e feito, peguei o carro e fui checar com a prefeitura local. Além do ótimo estado das mesas, as pessoas foram muito educadas e prestativas.

Esta semana estamos focando em testes de materiais, temos comprado retalhos de tecidos para escolher as peças para compor os cenários e também na caça de objetos em feiras e lojas de doações. Como todo filme, existem alguns “mundos” de personagens que tem uma estética definida, assim fica mais fácil o direcionamento para idealizar esses universos. Nesse filme teremos 2 realidades, duas cidades que dialogam através de uma viagem, porém são cidades bem diferentes, marcadas pela arquitetura, cores e vivência.

Temos como tarefa também, buscar os PROPS, ou seja, objetos de cena, que são especificados no roteiro, por exemplo, o telefone que o fulano fala na cena, ou o maço de cigarros que o ator pega, enfim, tudo que é usado vira PROP. E esses objetos precisam ser bem escolhidos, pois eles tem a carga que o personagem vai carregar durante o filme.

Estamos a quase um mês do início das gravações e ainda falta muita coisa, já encontramos muita coisa interessante, agora é hora de negociar com os fornecedores e recolher o material. Todos os objetos muito bem embalados e etiquetados com diferentes cores, para saber de qual fornecedor veio – porque né? Imagina a zona...


Ontem fui fazer produção em Porto Alegre e consegui comprar um jogo de sofá por uma pechincha no Mensageiros da Caridade, esse tipo de negociação funciona muito bem, pois depois do filme, geralmente esse material comprado é doado para instituições ou comunidades – ou então, quando tem cenas com jantares, almoço ou comida de cena em geral, ou vira um almoço pra equipe ou também é doado para os que não tem nada. No fim, todo mundo se ajuda.

Edição de 18/03/2015  Ano IV nº 204



quarta-feira, 18 de março de 2015

MOCHILADA SEM FRONTEIRAS - Precisa-se uma Central Telefônica


Por Guilherme Larrosa

A equipe já está a todo vapor na produção deste filme, estamos recorrendo as cidades pequenas da serra gaúcha para conseguir mais informações de bons fornecedores e pessoas com acervos próprios. Encontramos pessoas que tem esse hábito de acumular antiguidades de muitas gerações, afinal, o nosso filme se passa na década de 60 e isso cai como uma luva.

Gravaremos em algumas cidades da Serra, para compor os universos da história, por isso a riqueza de objetos e mobiliários coloniais encontrados aqui são um verdadeiro tesouro para nossa produção.

Esta semana tive uma missão de tentar encontrar uma central telefônica de época, aquelas mesas grandes de madeira com muitos pinos e fios que se usavam na década de 60. Encontrar esse tipo de objeto não é nada fácil, mas com a ajuda do povo da serra, consegui muitas informações. Entrei em contato com muitas prefeituras locais e descobri que muitas foram leiloadas, roubadas e até mesmo, abandonadas.

Resumo da história, conheci quase todas as telefonistas da CRT da época, indo de casa em casa, tomando um mate e comendo um biscoito de polvilho com muita conversa e histórias engraçadissimas. Ainda não encontrei essa central, mas acho que deve estar por perto. Aliás, se alguém souber de algo, pode entrar em contato comigo, ajuda sempre é bem vinda.


Nosso ritmo de trabalho começa a mudar a cada semana, pois o nosso tempo de pré produção vai encurtando e temos que estar com nosso acervo completamente cheio para o início da montagem dos cenários. E claro, cada dia que passa chega uma demanda nova de detalhes que fazem toda a diferença, tecido para cortinas, mesa de restaurante, trilho de mesa, talheres da época, enfim. Tudo que se vê na tela, foi pensado e escolhido dentre várias opções para que a composição seja realmente idealizada. Um trabalho árduo e detalhado, mas que é eterno.

Edição de 11/03/2015  Ano IV nº 203



terça-feira, 10 de março de 2015

MOCHILADA SEM FRONTEIRAS - Armando o Cenário

por Guilherme Larrosa

Chegamos na Serra segunda-feira passada, um grupo pequeno da produção até então, para reconhecer o local e começar as buscas de objetos para os cenários.

Minha equipe é composta por um Diretor de Arte, que decide o clima do filme, cores, estilos de móveis, escolhe as locações, enfim, ele decide como vai ser a estética do filme. Logo temos o cenógrafo que vai ilustrar os espaços escolhidos com algumas construções cenográficas e remanejar os móveis escolhidos no lugar da gravação. Uma coordenadora de arte, que cuida da parte burocrática, orçamento e logística do grupo e nós, os produtores de arte, que temos a função de garimpar os lugares e buscar todos os objetos que aparecem no filme.

Recebemos o roteiro, e lemos atentamente tudo que se pede, os objetos de cena e os objetos que enchem o cenário. Nas minhas visitas pelos lugares da cidade, fomos muito bem recebidos pelo povo serrano, diariamente vou caminhando pelas ruas, metendo a cara na janela das pessoas e vejo uma mesa bacana ou um vaso que pode servir. Automaticamente bato na porta e pergunto se ela quer alugar. Assim a gente vai produzindo o filme em cidades menores, com uma riqueza local. Nas cidades maiores, existem grandes acervos que é mais fácil.

O povo daqui se mobiliza para ajudar a equipe, comi muita cuca e tomei muito café com as vovós daqui. Sotaque carregado e muitas histórias no meio de muitas lembranças. Até o final de março, estaremos correndo para conseguir a maior quantidade de objetos possível, para começar a gravar em abril.

Edição de 04/03/2015  Ano IV nº 202




quarta-feira, 4 de março de 2015

MOCHILADA SEM FRONTEIRAS - Relatos de Um Longa Metragem

Por Guilherme Larrosa

Por motivos profissionais, vou ter que deixar meus relatos das mochiladas um pouco de lado e unir o útil ao agradável, vou fazer um diário semanal da minha nova jornada. Relatos de uma gravação de um longa metragem.

Fui convidado para fazer parte da equipe de arte no longa que vai ser gravado aqui na serra do RS. Cheguei na segunda-feira com meus colegas de equipe, para conhecer o lugar, as locações, listar os objetos de cena e cenográficos de acordo com o roteiro e visitar as lojas locais e fornecedores.

Essa primeira semana vamos apenas conhecer o local, mas na semana que vem, já vamos pegar pesado e sair comprando material para produção.

Nesse diário, vou explicar cada posição de cada profissional em uma gravação, e os truques para fazer objetos falsos, que na telona ficam super reais.

O filme vai ser gravado até final de maio, ou seja, muita coisa vai rolar ainda.


Agora, preciso tomar meu café da manhã e sair pra rua e buscar informações.

“O Filme da Minha Vida” realiza seleção de elenco em Garibaldi



Edição de 26/02/2015 Ano IV nº201



sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

MOCHILADA SEM FRONTEIRAS - Buenos Aires


Por Guilherme Larrosa

Hoje vou falar de uma cidade que me acolheu muito bem, onde passei uma parte da minha vida estudando e conhecendo mais de uma cultura tão próxima a nossa – vou contar um pouco sobre Buenos Aires.

O povo argentino é muito receptivo e simpático. – Alguns porteños são diferentes – mas no geral, são muito amáveis. Minha experiência com Buenos Aires foi mais que uma visita, fui para conhecer a cidade antes de ir morar um tempo. Decidi mudar pra lá e cursar Direção de Arte para trabalhar com TV e cinema.

A cidade é muito espanhola, com muitos cafés, vida urbana e culturalmente rica.

Lugares legais:
Buenos Aires tem alguns bairros legais de conhecer, como Palermo, Recoleta, San Telmo, Belgrano y otros más. Em Palermo tem o famoso Zoo, os animais viverem em mansões temáticas. Os Bosques de Palermo, são parques espalhados por Palermo, programa ideal no final da tarde tomando um mate argentino.

Em San Telmo, tem muitas lojas de objetos, galerias de arte e cafés legais. No domingo pela manhã, a famosa, gigante e interminável feira de objetos é imperdível.

Em Puerto Madero, tem coisas legais rolando lá. É uma nova área de Buenos Aires em ascensão, tem uma pegada mais sofisticada, mas ao mesmo tempo, uns parques bem projetados e com visual bem descolado.


Tango é muito bonito de ouvir e ver, mas pra dançar e ser um perna de pau é uma tortura. Tem alguns tablados de tango espalhados pela cidade, mas nenhum é tão bom como o La Catedral. Esse lugar eu recomendei a quase todos meus amigos e todos que foram me disseram que foi incrível.
Eu tentei aprender em uma aula que tem na terça a noite, eu por azar peguei uma porteña e ela me mandou sentar e tomar vinho... :(
Vale a pena ver o show do Fuerza Bruta, grupo argentino que faz performance em cima de um plástico e plateia embaixo, um show de luzes e dança imperdível.


Galerias de arte tem muitas e isso se descobre na programação semanal. Sempre tá rolando uma mostra diferente na cidade. Mas tem a Pabellon 4 e a Galeria Patio del Liceo que são as mais legais. Não deixe de ir no MALBA, onde tem alguns quadros de Tarsila do Amaral e outros artistas latino americanos.

Do resto, os pontos turísticos são legais de ver, o metrô clássico de madeira da linha A, Casa Rosada, Avenida Santa Fé, Parques da Recoleta e La Boca.

Edição de 11/02/2015  Ano IV nº200 



quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

MOCHILADA SEM FRONTEIRAS - Dicas para o Rio de Janeiro

por Guilherme Larrosa




Essa semana vou falar da cidade que tenho morado nos últimos anos, o Rio de Janeiro.

Na verdade, eu caí de pára-quedas aqui, totalmente por acaso, pois eu estava estudando direção de arte em Buenos Aires e depois de finalizar o curso, recebi um convite de uma grande amiga para fazer um teste na TV, como cenógrafo. Resolvi aceitar a proposta e tentar, afinal - se nada desse certo, eu voltaria para a Argentina - só que deu certo e eu fiquei no Rio até hoje.

O Rio tem características de amor e ódio que precisam ser vivenciadas para entrar no ritmo carioca. A informalidade do povo é marcante, poder trabalhar de bermuda e chinelo é uma benção, mas também o diálogo é na base do grito e no barraco. Não generalizando, claro, mas morando aqui é preciso saber falar a língua e saber os códigos. A famosa malandragem que nos pega desprevenidos. Ao mesmo tempo, pegar a bicicleta ou skate e ir pro trabalho vendo aquelas paisagens absurdamente lindas, aquele mar azul e um cima bom o ano todo, faz a mente relaxar e tudo ficar mais tranquilo.

O Rio é uma cidade que exporta brasilidade, por isso é o cartão postal brasileiro, onde lotes e mais lotes de gringos chegam na cidade para provar a famosa caipirinha e tentar sambar nas rodas de samba de raiz da Lapa e na famosa Pedra do Sal, no centro da cidade.

Hoje vou fazer uma lista de lugares que valem a pena conhecer, sem ser tão turístico.

* Arquitetura:
O Parque Lage, no bairro do Jardim Botânico é um prédio histórico, que hoje funciona como uma das maiores escolas de arte da cidade. A construção está no meio da floresta e pode ser visitada diariamente, com lagos, cachoeiras e até um aquário dentro de uma gruta. O centro da cidade tem sua riqueza com os monumentais prédios do Teatro Municipal, a Biblioteca Municipal e prédios modernistas espalhados pela zona central do Rio.

* Praias:
O famoso sol do Arpoador será sempre uma boa indicação, mas aponto a praia do Leme como boa opção, mais tranquila - não tão cheia com um visual lindo de Copacabana ao fundo.
Agora, se é para aproveitar praias limpas e paradisíacas - Grumari e Guaratiba, na zona oeste do Rio. É longe, mas vale muito a pena.

* Para sair:
O samba e gafieira se encontram na Lapa, onde a boemia rola solta. Só entrar na multidão no meio da rua e com certeza vai acabar em algum lugar animado com muito samba. Clube Democráticos é uma boa opção.
Para uma noite boa, de música eletrônica ao rock, os bares de Botafogo são mais indicados, como o Comuna e os shows no Audio Rebel. Se quer um programa free, vai no Arpoador - no verão sempre tem festa na praia ou na Praça São Salvador em Laranjeiras, praça de bairro com muita cerveja e muita gente no coreto.

* Para ver:
Todo sábado de manhã, na Praça XV - centro do Rio - tem a feira de antiguidades, com muitas coisas interessantes. Preços bons e muita coisa boa. Todo primeiro sábado do mês tem a feira do lavradio, na lapa, com os melhores bazares, antiquários e mobiliários modernos expostos na rua. No domingo, na praça São Salvador, em Laranjeiras, tem um chorinho feito com os moradores do bairro, cada domingo tem um novo integrante e cada vez mais profissional.



O Rio tem muito mais coisas, mas só tenho alguns parágrafos para listar, eu nem falei das cachoeiras, trilhas e achados da cidade maravilhosa.

Edição do dia 04/02/2015 - Ano IV- nº 199



quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

MOCHILADA SEM FRONTEIRAS - Chapada dos Guimarães



Por Guilherme Larrosa

Essa semana vou falar sobre o Brasil, nosso imenso país com diferentes relevos, climas e biomas. Saí de Jaguarão aos 17 anos para estudar e depois de formado, fiquei pulando de galho em galho até decidir onde morar. Morando no sudeste, fica tudo mais perto para se visitar, foi então que decidi visitar uns amigos em Cuiabá e passar uns dias na Chapada dos Guimarães.


Cuiabá é tão quente que parece ser a sauna do capeta. Um maçarico a céu aberto que dá nervoso de caminhar pelas ruas. Inverno ou verão, calor o tempo todo. Passei uns dias lá, comendo os típicos bolinhos de arroz adocicados e a cabeça de pacu, dizem que quem come o peixe, sempre volta a Cuiabá. Tá na hora de voltar então.

Seguimos para a Chapada dos Guimarães, o caminho é sinuoso e impressionante. Grandes desfiladeiros e as montanhas rochosas mudam de cor a cada estação. Elas ficam vermelhas no inverno e cobertas de vegetação no verão. A cidadezinha fica no topo da Chapada, aquele estilo novela das 8, cidade pacata, com uma igreja jesuíta na frente da praça e meia dúzia de cachorros latindo. O que vale a pena, é pegar a bike e sair para descobrir os lugares da Chapada. As cachoeiras, riachos e lagos azuis cheios de peixes. Fomos fazer rafting em umas cachoeiras que começavam leves até ficarem violentas, no final, um banho no meio de pedras brancas com peixes de todas cores na volta. Araras vermelhas, macacos e até onça, tudo pode ser visto no meio do passeio. Indico uma visita no Centro Geodésico da América, um ponto central no eixo vertical das Américas, situado bem no topo de um precipício. Quase um trampolim pra imensidão verde, e a noite é fácil de ver luzes estranhas visitando a floresta. Rola aquele papo das energias cósmicas do lugar…

Depois de muita cachoeira e sustos de supostas onças no meio da mata, passei o dia no Pantanal, cruzando a transpantaneira de carro, parando pra ver jacarés, sucuris e tuiuius no meio do caminho. Fiz um passeio de barco pelos rios e ali sim, se conhece a grande fauna do Pantanal. Os ninhais cheios de Tuiuiús, pássaros gigantes com colar vermelho, voam em bando dando um show no céu.


Nos meus últimos dias em Cuiabá, decidi ir aos jogos das tribos indígenas do Brasil. Todas as tribos presentes, com suas pinturas, adornos e estilos, competindo com modalidades esportivas um pouco estranhas, como uma corrida com um tronco de árvore na cabeça e outras situações nada confortáveis. Na saída dos jogos, as tribos vendem seus pertences e artesanias. Voltei pra cidade à caráter.

Edição de 28/01/2015 - Ano IV nº 198




quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

MOCHILADA SEM FRONTEIRAS - Universidade Maya em Cobá

 
Por Guilherme Larrosa 
 
Voltei para a capital mexicana depois de alguns dias imerso na natureza do Pacífico, em seguida fui pegar meu vôo para Cancun, onde ficaria minha última semana na península de Yucatán, território Maya.

Sobrevoando Cancún já é possível ver a grande floresta tropical que toma conta da península. Uma extensão gigantesca de árvores e praias azuis. Desci do avião e fui direto pegar um ônibus para Tulum, uma cidadezinha em desenvolvimento com algumas das praias mais paradisíacas de Yucatán. Fiquei na casa de um casal local e seu cachorro, eles me emprestaram uma bike que salvou minha estadia lá, pois fui em todos os lugares pedalando e conhecendo tudo a hora que eu queria. Recomendo visitar as ruínas mayas na praia principal de Tulum e ir mergulhar nos grandes Cenotes, que são crateras naturais com águas azuis, peixes e estalactites gigantes. Tudo isso está na cidade, basta explorar as redondezas.

Saindo de Tulum, aconselho visitar a cidade maya de Cobá, no meio da floresta. São ruínas muito bem conservadas que se podem visitar e subir nas grandes construções espalhadas pela floresta. Cobá era uma “universidade” Maya, que se pode ver os prédios onde eram ensinadas as técnicas de pintura, escultura e métodos construtivos. Subindo na grande pirâmide de Cobá, se pode ver a floresta inteira e os topos das pirâmides mayas espalhadas pela região. Isso depois de subir milhares de degraus estreitos. Exercício matinal.

Parti para Cancun, onde fiquei o resto da viagem conhecendo a parte mais desenvolvida da península. Fiquei na casa de um diretor de arte com seus 7 cachorros e 5 gatos, peixes, tartarugas e pássaros. Uma fauna e flora dentro de casa.

A cidade está em desenvolvimento, porém a zona hoteleira já está num porte monumental, repleta de hotéis, shows e muitos shopping centers. O jardim dos americanos. Por ter viajado apenas 1 semana por Yucatán, fiquei com muita vontade de conhecer a ilha de Holbox, onde meus amigos me disseram que era o lugar mais incrível daquela região, mas não tive tempo de chegar até lá. O Caribe tem seus momentos tensos, em junho / julho é a época dos furacões, mas as pessoas já estão tão acostumadas que sabem se proteger e tem tudo no seguro já. 
 
Voltei para Cidade do México com planos de uma experiência mais duradoura no México. É muita cultura e muita história para apenas 20 e poucos dias. Em Chiapas, que fica sudoeste do México é onde se encontram as grandes montanhas e falésias, com uma natureza monstruosa, que se pode conhecer em passeios de barco. Já no norte, perto de Potosí - a parte desértica com os famosos cactos e clima seco é palco para as cerimônias tribais com peyotes e tradições locais.

Edição de 21/01/2015

sábado, 24 de janeiro de 2015

MOCHILADA SEM FRONTEIRAS - Oaxaca e seus pueblos tradicionais


Por Guilherme Larrosa

Seguindo viagem, decidi passar 8 dias no estado de Oaxaca – um dos estados mais antigos do México e um dos mais ricos em artesanias e templos Zapotecas – Porém, como eu estava viajando naquele esquema grana-curta-seja-o-que-deus-quiser, descobri uns ônibus clandestinos que saíam do monumento de La Revolución, na cidade do México. 

Por 200 pesos mexicanos, você viaja até Oaxaca em seis horas pela madrugada. Os ônibus normais cobram de 400 – 500 pesos. Oaxaca de Juarez é uma cidade muito rica em patrimônio arquitetônico e fica lotada na época da Festa dos Mortos, porque nos seus arredores estão todos os “pueblos” mais tradicionais do México. Para visitá-los, basta pegar um táxi que cobra 10 pesos até os vilarejos, os mais longes ( 2h de carro) custam 15 pesos. Destaco o Pueblo de Mitla, pelos templos intactos Zapotecas e a produção de mantas e roupas – as mulheres tecem os fios coloridos nos dedos e se conhece todo o processo do tear, muito bonito – e também se conhece o processo do mezcal – bebida parecida com a tequila. No dia 31 de Novembro, todo mundo vai para o cemitério de Xoxocotlán, o mais antigo e o maior da região Oaxaquena, é onde a festa acontece com as tumbas todas decoradas, cheias de velas, flores e comidas.

As famílias ficam reunidas com seus entes queridos que já se foram e muitas bandas tocando marchinhas até o amanhecer. O carnaval mexicano. Outro pueblo legal de conhecer é Arrazola, onde se encontram os famosos Alebrijes – animais surreais feitos em madeira com pinturas coloridas – de todos os tamanhos, preços e formas. Deixando Oaxaca, peguei uma van que me levou até Puerto Angel – litoral do Pacífico – foram seis horas dentro de uma van, subindo e descendo montanhas. Leve um Dramin. Chegando lá, o clima muda, calor predominante e muita natureza. Meu destino era o Pueblo de Zipolite, um pequeno povoado habitado pelos hippies da década de 70. Conheci um dos fundadores e ele me contou que o grupo foi até a praia para ver um eclipse lunar e nunca mais saíram de lá. A beleza do lugar é grande demais e dá para entender o motivo do surgimento do pueblo.

Fiquei 5 dias dormindo numa rede ao ar livre e tomando banho na mata. O contraste do meu ritmo acelerado vindo de uma metrópole comparando a um estilo de vida tranquilo como esse, faz a gente notar o que realmente vale a pena.


Foi difícil, mas voltei para a cidade do México com destino a Península de Yucatán – Caribe.




Edição de 14/01/2015

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

MOCHILADA SEM FRONTEIRAS - México e a Cultura da Festa dos Mortos


Por Guilherme Larrosa

Acabei de voltar de uma viagem onde percorri o interior do México por um mês. Resolvi viajar justo na data da Festa do Dia de Los Muertos, o nosso feriado de finados aqui do Brasil. No México, a morte tem outro significado, eles celebram o retorno dos mortos queridos, festejando nas suas lápides e altares cheios de flores, frutas e comidas. Decidi passar uma semana na capital mexicana, 10 dias no estado de Oaxaca e 10 dias na península de Yucatan, no golfo do México.

Essa viagem vai render umas 3 colunas, pois o país é rico em cultura, história e coisas para fazer. Começando pela Cidade do México, eu achava que seria uma cidade mais caótica que São Paulo, por ser uma das maiores cidades do mundo. Me surpreendi, a capital é sim gigantesca e sua desigualdade social é assustadora, porém o centro da Cidade do México me pareceu menos caótico que eu imaginava. Eu cheguei com a minha mochila no aeroporto as 6h da manhã e meu couchsurfer estava numa região mais ao sul, ou seja, metrô ABARROTADO era a minha visão naquele momento. Depois de 1h pulando de linha em linha cheguei a minha casa mexicana.

Fiquei na casa de uma família que veio do norte do México, me receberam com frijoles (feijão) e abacate, comida rara para começar o dia. A " señora" me explicou sobre a cultura da festa dos mortos, afinal, na casa havia um altar todo decorado com pertences e mimos do pai falecido. Diz ela, que o altar é montado para receber os espíritos no dia 31 de Outubro e a comida não deve ser tocada nem consumida, pois é para o visitante. A Cidade do México é muito bonita, muito espanhola porém com aquele toque latino americano exagerado, que dá nossa identidade. O mais impressionante é ver as ruínas aztecas espalhados pela cidade e pensar que aquela civilização, tão desenvolvida, foi posta abaixo pelos espanhóis. No centro histórico de DF, a cidade azteca está soterrada por anos de inundações arquitetadas pelos espanhóis, após perderem a primeira batalha.

Dizem que quando abriram os túneis do metrô, encontraram os palacetes cheios de pertences intactos, acredito que o maior tesouro da América esteja ali embaixo. Impossível ir a Cidade do México e não ir ao Museu de Antropologia - Ali se aprende tudo sobre nosso continente e sobre todas as civilizações da América central e América do sul, com peças originais e monumentais de cair o queixo. Difícil de não citar também o Mercado de Sonora, um grande mercadão que vende tudo que pode imaginar, eu disse tudo. Quase voltei com uma coruja embaixo do braço.

Visite também o bairro antigo de Coyoacan, onde está a casa de Frida Khalo e suas praças bucólicas e também os bairros modernos de Roma e Condesa.

Ponto forte da viagem: A comida. Prepare-se para ingerir todos os anticorpos possíveis, pois uma viagem ao México, seu corpo vai voltar imune. Tem muita comida de rua, umas muito boas e outras bem assustadoras. Realmente tem todos os tipos de pimenta, desde a mais fraca até lava vulcânica, vale a experiência de comer " los chapulines" que são grilos temperados na pimenta. Nada muito incrível, gosto de inseto.


Por fim, a cidade de Teotihuacan deve ser visitada sim ou sim, ela fica 1h de DF e é uma aula real sobre a cultura Azteca. Não saia de lá sem subir os 300 degraus da Pirâmide do Sol e ver o alinhamento geometrico que desenha a cidade habitada pelos grandes Aztecas.


Edição de 07/01/2015