Um espaço aberto para o leitor

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Espaço do Mosqueteiro - A Mudança fez Bem

Por Santiago Passos

Começou a era Roger Machado no Grêmio. Na estreia do ex-lateral esquerdo multicampeão pelo Grêmio na década de 90 podemos notar uma equipe mais motivada dentro de campo e melhor posicionada taticamente.

Apesar de jogar no Serra Dourada em Goias, o time do Grêmio tinha o amplo domínio do jogo, marcando a saída de bola do adversário sobre pressão e controlando a partida.

Walace jogou muito na primeira função de meio campo, com desarmes certeiros, cobrindo bem os laterais e ainda aparecendo como surpresa e levando perigo ao gol do goleiro Renan. O Edinho que será reintegrado ao grupo depois de treinar o ano inteiro em separado não faz nem sombra ao Walace.
O novo técnico terá que corrigir um problema antigo no time do Grêmio. A falta de pontaria dos atacantes. O time criou muitas oportunidades, porém pecou nas finalizações. O Goiás chegou duas vezes e anotou um gol, claro que houve a falta em cima do goleiro Marcelo em mais uma lambança do árbitro Anderson Daronco e da CBF que escalou um árbitro do mesmo estado do time tricolor. Foi só pra criar confusão, parece.

É o primeiro jogo comandado pelo Roger, mas pelos treinamentos e pela maneira que o time jogou parece que foi uma decisão acertada da direção. Um técnico identificado com o clube e um estudioso do futebol. Resta saber se o time vai continuar com a mesma pegada ou se foi somente fogo de palha.
Mas se com esse plantel que temos, o Grêmio conseguir garantir vaga na Libertadores do ano que vem, será motivo para muita festa e o Roger entrará para o hall dos grandes técnicos.

A mudança de técnico fez bem para o time do Grêmio, Felipão acertou em sair do comando antes de degastar mais sua imagem, não poderia continuar só por glórias passadas vendo que não teria mais futuro com a equipe podendo chegar a um final lamentável com o rebaixamento do tricolor para a série B.

Nesta quarta-feira teremos mais um desafio, Grêmio e Corinthians na Arena do Grêmio. Esperamos que o time continue com a mesma pegada e que consiga ser mais certeiro em suas finalizações para que possamos almejar algo a mais no campeonato.

Edição de 03/06/2015 Ano VI nº 215
 


Notas de uma crônica Cult - Por vicentepimentero


A partir da semana que vem, e durante um mês, escreverei sobre futebol, mais precisamente sobre a Copa América. Se completará um ano desde a Copa do Mundo de 2014 mesmo tempo no qual comecei a escrever para este jornal. Lá pelo Nordeste, região onde passei a maior parte do tempo, colhi notas de vídeo para um eventual documentário previsto para lançamento a meados de 2017, na ante sala da Copa da Rússia no ano seguinte. Para desenvolver o projeto parti de uma base documentarista, de bordo e independente. Viajei apenas com uma câmera e um note book, além da bagagem pessoal, levei comigo o que um torcedor jornalista levaria em qualquer ocasião, além do fanatismo, algumas matérias de arquivo, cadernos e blocos de anotações e camisetas e bandeiras Celestes, fazendo a principal alusão ao foco do filme que chamou-se previamente "Uruguayos en Brasil 2014", até lá, poderá ganhar um slogan, adaptando a realidade e expectativas que deixaram seus rastros neste episódio histórico.

Comecei a filmar na partida, no dia 07 de junho, no aeroporto de Porto Alegre, dois dias antes da abertura. Destino Ceará. Encontrei croatas, japoneses, mexicanos e norte americanos e timidamente comecei a penetrar na atmosfera de uma Copa do Mundo. Preferi registrar com o olhar de um torcedor comum perdido numa multidão de turistas futebolísticos e aproveitei a hospedagem fora do circuíto turístico para possibilitar a inserção fundamental da inclusão da população periférica ao espetáculo ao vivo, mas participativa pelo momento histórico do seu país e do seu povo. Naquele momento único cada dia entrava para a história e todas as populações em território nacional viviam como protagonistas e coadjuvantes de um filme da vida real.

Enquanto intercalava os dias entre alguns recantos paradisíacos da imensa orla cearense às margens de Fortaleza, populava também pelo entorno frenético dos primeiros dia de Copa com uma multidão de fanáticos no carnaval das Fan Fest para festejar o espetáculo do futebol mundial. Na paz da jangada e o sol das 5 da manhã, o descanso entre as infinitas dunas cearenses e a imensidão do mar nordestino, pude contracenar, viver e registrar momentos únicos ao lado dos povos de pequenas cidades e praias aos arredores da grande Fortaleza, seu cotidiano, suas simplicidades e sua maneira de viver aquele momento. Num raio de 100 quilômetros voltava para a loucura das quadrilhas do templo Dragão do Mar e os arredores da praia de Iracema onde tudo efervescia entre o futebol e o carnaval cultural do povo cearense.

Com essa visão de cine cult, num âmbito aparentemente tão industrial e globalizado, pude captar e participar, ao longo da viagem, momentos paralelos que também contradiziam com o sucesso do evento. Manifestações, regiões de pobreza, obras inconclusas, entre outros aspectos também reais do país sede, contrastavam com o luxo e a organização do torneio.

No cine da vida real nos deparamos com curiosidades que nos fazem gostar cada vez mais de fazer o que fazemos, seja no mundo turístico ou profissional. Absorver a gama das nossas inúmeras culturas que se entrelaçam não tem preço, tem um valor imensurável. Certa vez numa outra viagem em visita a Salvador na Bahia, tive a oportunidade de passar meus 30 dias num outro contraste genial, dias antes do carnaval soteropolitano dividi minha estada entre o luxuoso Othon Bahia Palace na orla da praia da Ondina e a Vila do ex-combatentes no pé do morro. Pude então assistir essas duas realidades que me proporcionaram uma experiência bem mais completa.


Termino a crônica de hoje deixando as sábias palavras de um certo amigo meu "tens que curtir tudo Vicente, um samba na laje, uma festa de gala, uma trilha selvagem, um tour metropolitano, uma indiada..." temos que dar valor máximo às experiências, mas de preferência entortar as obviedades das coisas, pitar cult, sobrecarregar a criatividade de quebrar as regras e ao mesmo tempo, num piscar de olhos, voltar pra si.

Edição de 27/05/2015 Ano VI nº 214



MOCHILADA SEM FRONTEIRAS - Metrópoles


Por Guilherme Larrosa

Para os que gostam de metrópoles e grande polos culturais, hoje vou falar um pouco de São Paulo, cidade que eu passei alguns meses trabalhando e hoje, visito com frequência para visitar amigos queridos e a trabalho também.

Ao contrário do Rio de Janeiro, que exporta cultura brasileira, samba e boemia – São Paulo recebe influências do mundo todo, por isso tem tanta coisa para se fazer lá. A variedade de bons restaurantes, museus, galerias, cinemas, festas e shows são intermináveis – sendo assim, a cidade se torna viciante. Apesar de todas essas virtudes, São Paulo é uma cidade que nos prende em um rítimo frenético de trabalho e consumo, uma cidade que tem seus escritórios vivos até altas horas e tem seus deslocamentos longos e demorados, pelo trânsito desenfreado.

Mas vamos falar das coisas boas que a capital paulista tem a oferecer, começando pela cena cultural – MIS, MASP, Itaú Cutlural e CCBB são icônicos pelas boas mostras de arte que rolam pela cidade. Ultimamente tem-se visto muitas coisas acontecendo na rua, como no famoso elevado do ' minhocão', que nos finais de semana, o trânsito é fechado e nele acontecem feiras e festas ao ar livre. O Memorial da América Latina, tem sua imponiência, por ser uma obra de Niemeyer e pelo seu conteúdo que conta a nossa história.

Para curtir o dia ou a noite, um passeio no Parque do Ibirapuera vale a pena, com sua imensidão verde, pode-se visitar o prédio da Bienal e a noite, acontecem algumas projeções de filmes ou documentários – só ficar ligado na programação da cidade.

O centro de São Paulo é imperdível, pelos seus prédios históricos e sua monumentalidade – essa zona tende a ficar mais viva, com novos projetos urbanos e menos violenta – o que seria incrível para as pessoas terem um centro boêmio e vivo como antigamente. Vale a visita até o topo do prédio do Banespa, um dos mais altos da capital.

Para sair, vou pedir uma página no jornal para listar todos os lugares legais – isso vai depender do gosto de cada um, claro – mas eu recomendaria o bar Balsa, no centro da cidade – um prédio da década de 50 que hoje é uma mistura de terraço/atelier/bar tudo decorado com objetos atemporais com uma vista incrível do centro da cidade. E música boa, claro.


Recomendo uma semana na cidade da garoa, sem dúvida ainda faltarão coisas para fazer!

Edição de 27/05/2015 Ano VI nº 214