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quinta-feira, 10 de setembro de 2015

A crise, mental por Vicente Pimentero


Estabeleceu-se a crise. Mental. Num emaranhado de contradições, vivemos a mercê do sensacionalismo midiático. O Mundo, desde que foi Mundo, viveu em suas crises. Pois fomos os homens, famintos de instintos de posse e domínio, que geramos essas crises socioeconômicas e ambientais, logo, existenciais.

O frenesi poluente das massas não desacelera, mesmo com a tal da crise. Enquanto o comércio de supérfluos entenda-se Shopping Centers, Estádios de Futebol, Pub's, entre outros, continuam recebendo públicos expressivos, a televisão tenta intimidar e associar a crise a outros fenômenos sempre existentes, como a segurança pública.

Como que já não importa o governo, aqui ou acolá, a crise está em cada um. Não há uma sociedade organizada em boicotar o sistema, continuamos apresentando uma sociedade egoísta que não abre mão, nem de suas zonas de conforto, como de uma alternativa sustentável, seja ela ecológica ou de higiene mental.

A adaptação sobre novos tempos consiste na consciência de sustentabilidade, ou ao menos, podermos nos aproximar dela. Dependentes de consumo incontrolável, trocamos os valores, vendemos nosso tempo com o triste intuito de não cair na pirâmide social. A revolução mental é necessária, interessar-se pelos problemas que causaram tudo isto, nessa tal de crise que nos vendem, vem de uma postura ética centenária, ou milenar, do caráter distorcido do ser humano.

Numa visão positiva, e já falei disso numa outra oportunidade, começa um tempo de despertar, de refletir, de buscar novas saídas para pequenos problemas sociais, misturando gerações que podem e devem deixar algo interessante na sua passagem pela história. A ciência precisa de comunidades articuladas para continuar a engrenagem dos desenvolvimentos que não agridam, nem as camadas sociais, nem o meio ambiente, e nem suas inter relações. A harmonia depende desse elo entre sociedade e tecnologia. A mente atual está em crise, não dialoga, interna ou externamente.

Concluo que a alquimia atual entre o homem e a terra desprende-se da sensatez, há uma forte onda negativa impossibilitando essa nova era de mudanças inteligentes, aonde o valor humano e a postura social conduzam a novas civilizações.

A crise está na gente.

Edição de 02/09/2015 Ano VI nº 228