Um espaço aberto para o leitor

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Informe sobre isenção de IPTU para aposentados

A Secretaria da Fazenda informa aos aposentados proprietários de imóveis que estará recebendo requerimentos de isenção de IPTU 2016 até o dia 31 de outubro de 2015.

Os requerimentos podem ser feitos na Secretaria da Fazenda de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h30.

Coluna Gente Fronteiriça - Tempo de Fronteira

Por Magnum Sória

O tempo que tudo eterniza é o mesmo que tudo fenece! Na fronteira, o “dom” tempo é marcado pelas tempestades de raios e ventos - pelos “Santa Rosas”, pelo Minuano gélido, pelas robustas e cristalinas geadas, pelas cerrações concentradas de belas gotas com ar de mistério e transcendência ou pelo tórrido vento Norte do verão. Que terra é esta de contrastes e embates da natureza tão abruptos? Lugar aonde, dos quatro graus se vai aos trinta, aos quarenta em segundos? Será que isso é um determinante do tempo do humano coração fronteiriço que bate e rebate contra o Tempo da vida? 

O que sei é que ainda o tempo determina uma fronteira meteorológica: é encantador saber que se chegou no sul do sul ao sentir o frio vindo de más allá ou no calorão perfumado de Madresilvas ou Damas da Noite plantadas nos beirais das largas calçadas. Que se chover na primeira terça do mês, vai chover o mês inteiro! Que se molharem as imagens dos velhos santos, choverá torrencialmente no final do dia! Que a chuva inspira bolo fritou da vó ou torta frita da madrinha. Tomar um mate “saboreando” o ouro solar na beira do cais ou mirar de Rio Branco a beleza dos velhos casarões sombreados e cobertos de azul anil, que de tão belo, inspira poesia e encanta os que de longe vem estudar nestes pagos.

O tempo é marcador das personalidades: somos meteorológicos na essência! Porque ainda se nos apetecem as termitas castelhanas, os ponchos tramados de jacar, as mantas penduradas em plenos quarenta graus nas ruas antigas. Fugir do contratempo do dia e tomar um banho de prata da Laguna Mirim, escutando o vento batendo sibilante nas árvores do pequeno balneário. Voltar de “bolanta”, já foi... elas partiam antes do sol dormir. 

O tempo... antigo e novo! Tudo se mistura quando a chuva cai nas eiras e beiras. A força do tempo inspira o homem da fronteira a ser um SOBREVIVENTE! Sim, aqui apenas viver não é o código de existência. Na fronteira do tempo, na fronteira dos climas o verbo é sobreviver se assim se quiser ser substantivo concreto! Isso é vida na fronteira heróica! É existência de teimosos e porque não dizer um "maravilloso placer"!!!

Edição de 09/09/2015 Ano VI nº 229
 
 
 
 


Inaugurado novo espaço do Lar de Passagem em Jaguarão


A manhã do dia 04 de setembro foi de emoção na inauguração do novo espaço do Lar de Passagem Valentim de Lima Piúma. Na ocasião estiveram presentes o Prefeito Cláudio Martins, o vice-prefeito Lisandro Lenz, o secretário de Desenvolvimento Social e Habitação, Marcelo Victória, a Promotora Laura Sedrez Porto, a coordenadora do Lar, Bárbara Vaz, os vereadores Oberte Paiva, Miriam Coelho e Ariom Moreno, funcionários do Lar, secretários municipais e representantes de diversas entidades.
O novo espaço abrigará, no momento, 22 crianças e adolescentes e conta com um amplo espaço, com seis quartos, berçário, salas separadas para as diferentes idades e pátio. As novas dependências fazem parte de uma política voltada para a área social que vem ganhando destaque no município de Jaguarão.

“No final do ano de 2008, quando me preparava para assumir como Prefeito pela primeira vez lembro de uma visita ao antigo Lar de Passagem que ficava localizado no Bairro Kennedy e nunca vou me esquecer, pois fiquei chocado com a situação daquelas crianças. Chamei todos os responsáveis pelo cuidado com a assistência social e coloquei como primeira tarefa encontramos um novo local e não por acaso decidimos que seria no centro da cidade. A escolha era para que as pessoas pudessem ter contato e conhecer de perto essa realidade”, contou o Prefeito Cláudio Martins.

Martins lembra ainda que transferir o Lar de Passagem para um dos casarões do centro histórico é uma decisão política, já que atualmente diversos municípios passam por uma brutal crise financeira. “Assim como boa parte dos municípios gaúchos, Jaguarão passa por uma dura fase financeira. Com a falta de repasses do Governo do Estado para a área da saúde, que chegam à R$ 2 milhões, está quase impossível gerir as contas municipais. Mesmo assim decidimos por investir neste novo espaço, porque entendemos que estas crianças necessitam de acolhimento, carinho e cuidado, e que isso não pode ser medido por valores financeiros”.

O vice-prefeito Lisandro Lenz ressaltou a importância de direcionar recursos para o novo espaço. “Hoje sinto um misto de alegria e tristeza. Uma alegria imensa por podermos contar com um espaço como este, de excelência e qualidade para nossas crianças e tristeza por ainda termos crianças abandonadas ou retiradas do seio familiar. Tomara que um dia não haja necessidade de termos um Lar de Passagem, o dia que teremos uma sociedade que saiba cuidar de suas crianças”.

Já o Secretário Marcelo Victória, visivelmente emocionando, lembrou de três grandes momentos vividos enquanto gestor municipal, sendo o primeiro quando participou do projeto da implantação do Centro de Economia Solidária, recuperando uma área degradada no bairro Pindorama, a entrega de 60 moradias populares, devolvendo a dignidade as famílias que viviam em situação de vulnerabilidade social e o terceiro a inauguração do novo espaço do Lar de Passagem, promovendo acolhimento de qualidade às crianças e adolescentes do município. “Sou pai e sei o quanto é difícil educar, criar e dar carinho. Poder entregar este espaço que respeita e dá dignidade a estas crianças e adolescentes é muito gratificante. Aqui temos crianças e adolescentes que são violentadas por várias circunstâncias sociais, é nosso dever cuida-las, protege-las para que possam passar por tudo isso da melhor forma possível”, finalizou.

Edição de 09/09/2015 Ano VI nº 229
 
 
 
 




A volta dos Mercados Públicos (parte II) por VicentePimentero

Minha nova rotina de cozinheiro se deu nesta sexta passada, na banca 4 do Mercado Público de Pelotas às nove da manhã. No dia anterior aproveitei a feira orgânica que se acampa ali no largo do prédio histórico e me muni de hortaliças, legumes, vegetais e ervas aromáticas. Dei uma volta olímpica pelos corredores e as quatro torres e pude garantir o peixe do ceviche, um belo atum, firme e quase rosa, as azeitonas gregas e alguns insumos integrais como farinhas e derivados. Observei também que tem vinho, temperos, funghis, salames, queijos, castanhas, cachaças, conservas, secos e molhados em geral. Posso cortar o cabelo também numa dessas pressas cotidianas. 

E enquanto isso faço uma fézinha com o bicheiro. Enquanto o pessoal do Bra Pel fala de futebol me informo sobre o vai e vem da dupla rival. Tenho à la minuta do lado esquerdo e do lado direito do meu local, ali posso sentar e observar as pernas frenéticas da população que vai pra lá e pra cá, costurando o centro da Princesa do Sul. Aquele entorno te faz pensar em outras épocas e na imponente lembrança desta cidade que escreve junto às primeiras cidades do Brasil a história do país. Foi aqui que se desenvolveu grande parte da economia do extremo sul e que naquele então fazia frente com as grandes economias do centro do país, e aí vem aquela história toda do charque e o gado xucro. Mas ainda contemplo essas pedras velhas e sorvo um café, ali do meu amigo castelhano, dividindo o frio confuso que avisa a chegada da primavera. Faço fogo de lenha, tempero as carnes e enrolo os vegetais marinados em alumínio. Divido um chimarrão com algum vizinho ou passante enquanto o Tato, meu brother, abre os sobrelones e ali começa a se armar todo o clima folclórico do Mercado.

Fico ansioso por ver o Mercado de Jaguarão prontinho e atuante. Será ali que me acomodarei para tomar uma cervejinha à sombra das figueiras. Volto mais rápido que um Rainha até Pelotas, o que não é difícil e esquento uma panela de barro a lume forte, ali mexo o entrevero de carnes com fundo de legumes e se alguém aparecer com fome de anteontem posso surpreender além do cardápio, que já é um mimo. Tudo ali é possível, os pratos devem ser ecléticos e sustentar qualquer bolso. O tempero tem que ser caseiro, pois ali, naquele sítio nostálgico, um caldo ou um arroz, deverão lembrar mamãe ou vovó, isso nos dará uma pausa no tempo, apara contemplar nossa própria existência e imaginar um horizonte indiferente às selvas de pedras da civilização descivilizada. Ponho a tocar meu rádio AM, o mesmo que me acompanha em todas as cozinhas, desde as épocas do saudoso Fondo Blanco até o fogão de quatro bocas do meu apê. Ali o som se propaga agudamente, como um filme em preto e branco, como o chiado do vinil, com a melancolia dos Mercados Públicos.

E para terminar deixo a receita do Carusso que faço para acompanhar o Entrecot à punta de llamas, o roubo da receita do capelletti e tento deixar todo o amor de mãe impregnado nos aromas do creme amadeirado, a todos um bom apetite, e nunca esqueça, antes de começar a comer, brinde, agradeça e saboreie como se fosse sua última refeição, afinal, vivemos todas as vidas nesta mesma vida.

Carusso à moda Pimentero

Numa frigideira véia e bem aquecida derreta manteiga e azeite de oliva, em seguida junte fatias quase transparentes de cebola e champignons tipo Paris, de preferência in natura. Mexa devagar e assim que dourar tempere com pimenta do reino preta moída na hora e uma pisca diminuta de sal. Cubra com molho de soja reduzido em 50% de sódio ou light, e retire do fogo, sempre mexendo. Logo acrescente queijo parmesão ralado na hora e uns duzentos gramas de duas natas diferentes, uma mais líquida e outra mais cremosa. Volte ao fogo lento mexendo até misturar tudo, desligue e jogue em cima da carne, da massa, ou de uma cumbuca de vegetais salteados.

Edição de 09/09/2015 Ano VI nº 229
 
 
 
 

I Fórum de Produção e Política Cultural

“O Papel do Profissional da Cultura na Era da Economia Criativa"

Pensar numa economia criativa brasileira é pensar numa economia cuja base tenha esteja caucada em 4 pilares ; Sustentabilidade, Inovação, Inclusão e Diversidade cultural convergindo em uma produção criativa essencial ao desenvolvimento.

O Fórum

Considerando a abrangência da área da cultura e seu reconhecimento como um eixo estratégico nas políticas públicas de desenvolvimento do país, o I Fórum de Produção Cultural da Universidade Federal do Pampa buscará refletir sobre o crescente setor da economia criativa que atua no sentido de apoiar a criação de produtos e serviços culturais que sejam capazes de gerar emprego e renda juntamente com o fomento à cultura. Nesse sentido, em uma iniciativa dos acadêmicos do Curso de Produção e Política Cultural da Universidade Federal do pampa, Campus Jaguarão, é proposto o presente Fórum como um instrumento de reflexão que discuta “O Papel do Profissional da Cultura no contexto da Economia Criativa”. 

 O fórum contará com a presença de agentes do poder público e profissionais da área cultural que discutirão, entre si e com a comunidade jaguarense, as novas vertentes profissionais ligadas à cultura em um ambiente repleto de inovação e tecnologia.Como evento acadêmico o Fórum abrirá espaço para a apresentação de trabalhos por parte dos alunos da UNIPAMPA e de outras Instituições Superiores de Ensino e as atividades serão abertas a comunidade .

Agenda
Onde: dia 23 /09 Sala Brasil (Hotel Sinuelo) e 24 / 09 Auditório da Unipampa- Jaguarão
Quando : 23 e 24 de Setembro de 2015( quarta e quinta- feira)

Como submeter trabalhos, informações via site

 

Espaço do Saci - Hoje é a hora do Alex

Por Marcos Sagrera

. O internacional conseguiu resultados importantes nas duas últimas rodadas do campeonato brasileiro. Venceu o Palmeiras na última quarta-feira no Beira-rio e o Coritiba fora de casa no final de semana. Esses resultados deixaram o clube em nono lugar na tabela, mas a quatro pontos do G-4.

. Não tem nada decidido e nada está definido ainda na disputa de título e muito menos pelas vagas na libertadores. Agora o colorado tem duas partidas em casa e se quiser brigar na parte de cima terá que conseguir ao menos quatro pontos.

. No último jogo no Paraná o colorado foi a campo desfalcado de Sasha, Dalessandro e Nilton. Alex substitui Dale e não rendeu o esperado. Wellinton Martins substituiu Nilton e Willian entrou no lugar de Sasha. As primeiras duas são justificáveis, mas a terceira não tem explicação. Improvisar um lateral no lugar de um atacante é inadmissível. O técnico Argel começou a dar o ar da graça e querer aparecer com invenções mirabolantes que não se justificam. Pra piorar, foi pra coletiva pós- jogo dizer que o time tinha merecido a vitória e que as suas atitudes de professor Pardal deram certo. Se for analisado apenas o resultado, ele tem razão, mas olhando mais a fundo, a atuação do time foi ridícula.

. No próximo jogo contra o líder, parece que mais uma vez Sasha e Dale não jogarão porque estão lesionados. A única improvisação parece que será feita na lateral esquerda. Nosso lateral titular não joga mais esse ano, pra nossa sorte, o reserva também está lesionado e o terceiro está suspenso por cartão amarelo. Se cogitou utilizar um jovem da base, o que seria o certo a fazer, mas o técnico Argel não colocará o guri por achar que seria uma fogueira coloca-lo em um jogo como esse, é provável que jogue Ernando. Eu, particularmente, discordo. São nesses jogos que se vê quem é quem no futebol, quem tem personalidade e não treme. É nesse tipo de jogo que se moldam e se preparam os jogadores diferenciados para o futuro. Se o guri tem qualidade, porque não colocar pra jogar?

. O time deve ir a campo com Alisson, Willian, Paulão, Réver e Ernando. Dourado, Nilton, Wellinton e Alex. Vitinho e Valdívia. Na teoria é um time compacto no meio de campo e com uma defesa sólida. É hora de Alex começar a mostrar porque renovou contrato e assumir a responsabilidade no jogo, ele terá a função de abastecer os atacantes. 

Edição de 16/09/2015 Ano VI nº 230
 

 


 

 

Espaço do Mosqueteiro - 112 anos de história


Por Santiago Passos

Após uma partida excelente contra o Corinthians, jogando em Itaquera e com a casa do adversário lotada, sendo superior na maior parte do tempo, onde o líder conseguiu o empate, o sentimento de que perdemos dois pontos foi forte. Apesar do resultado, o time e os torcedores ficaram muito animados com a atuação, ali mostramos que poderíamos sim brigar pelo título do campeonato.

Empolgados pela boa fase do time, a torcida compareceu em peso na Arena neste final de semana para apoiar os jogadores no jogo contra o São Paulo. Um jogo decisivo para nos manter na briga contra o Corinthians e nos consolidar ainda mais no G4.

Infelizmente a vitória não veio, o time errou muitos passes na defesa e no meio de campo, não conseguiu se impor como nos outros jogos e levou dois gols nos contra-ataques da equipe paulista. Pedro Geromel que está lesionado e para por três semanas é o maior desfalque do time gremista. Nossa defesa ficou muito insegura sem a presença do zagueiro, um dos melhores em atuação no Brasil e que já merecia ser lembrado pelo técnico da seleção brasileira. Aliás, após a saída do Geromel de campo no jogo contra o Corinthias é que levamos o gol de empate em uma falha defensiva. Contra o São Paulo os dois gols também aconteceram por causa de falhas individuais dos defensores, principalmente o Galhardo, que entrou com elegância demais nos dois lances decisivos. 

O garoto Everton que marcou o único gol do time gremista neste domingo está merecendo uma chance entre os titulares, ele seria o companheiro ideal para o Luan, pois tem velocidade e a característica de ir para cima dos adversários e também o chute forte como um dos seus pontos altos. Bobô e Pedro Rocha também tem feito boas partidas, na minha opinião qualquer um desses merece sair jogando no lugar do Fernandinho, que para mim é um jogador que deve entrar somente no segundo tempo, quando pega o adversário cansado já que ele não tem a mesma recomposição defensiva que os outros jogadores da posição. É uma dor de cabeça boa para o Roger resolver para o ataque.

Na defesa teremos que nos virar com Bressan e Erazo, que não consegue atuar da mesma maneira sem o Geromel ao seu lado.

No dia 15 de setembro o Grêmio completa 112 anos de história como sendo o maior time do Rio Grande do Sul e que tem a maior torcida do estado. A expectativa é de que o Presidente Romildo Bolzan anuncie a compra da gestão da Arena ainda nesta semana, seria um passo importantíssimo para recuperar de vez as finanças do clube e finalmente navegarmos com bons ventos a nosso favor.


Edição de 16/09/2015 Ano VI nº 230




A polícia que mata

Por Andréa Lima

Entre as notícias de destaque da semana estão os dados do relatório da Anistia Internacional sobre a violência policial, publicados nesta segunda-feira (07). Os números alarmantes corroboram a truculência e a face mais dura das corporações policiais, trazendo à ordem do dia o que há muito tempo vem sendo denunciado pelos moradores das comunidades e locais mais pobres do país: a polícia brasileira é a que mais mata no mundo.

O Brasil aparece como o campeão de homicídios em um índice geral e, somente no ano de 2014, de acordo com o levantamento, 15,6% dos assassinatos, por aqui, foram de autoria de policiais. Em 2012, pasmem, chegaram a 56 mil os homicídios cometidos por agentes de segurança.

A Anistia Internacional afirma que a força policial brasileira atira nas pessoas mesmo depois que elas já se renderam, que estão feridas sem condições de reagir e que, muitas vezes, não usam nenhum tipo de advertência em sua abordagem, que seja capaz informar ao suspeito de maneira clara e objetiva, fazendo com que ele se entregue.

As balas têm como principal alvo a população negra. Segundo a pesquisa, entre as vítimas fatais da violência policial do RJ, entre os anos de 2010 e 2013, 95% eram homens. Deste total, aproximadamente 80% negros e, três em cada quatro, com idade entre 15 e 29 anos, configurando um verdadeiro genocídio.

Nos EUA, a situação é semelhante, e as forças policiais estão entre as três mais violentas do mundo.

Enquanto a polícia mata, a impunidade arremata. Das 220 investigações que a Anistia Internacional acompanha desde 2011, em apenas uma delas o policial chegou a ser acusado pela justiça. Geralmente, eles sabem que não serão punidos. Em 2015, dos 220 casos que correm na justiça, 183 não tiveram o inquérito concluído até o fechamento do relatório.

O estudo sugere a criação de ferramentas para reduzir as mortes por violência policial: que as investigações sejam realizadas de forma independente, a certeza de punição em casos de abuso, uma maior rigidez sobre a atuação dos agentes da lei e estatutos que deixem claro quando o uso da força se justifica.

Para alguns estudiosos da área, existe a necessidade premente de desmilitarização da polícia no Brasil que, em sua atuação, nos remete, ainda, ao tempo da ditadura.

Esta proposta consiste na mudança da constituição, por meio de Emenda, de forma que as polícias militar e civil constituam um novo grupo policial, que seja julgado pela justiça comum e que tenha treinamento adequado e formação civil, de forma a preservar e respeitar os direitos da população.

Embora ainda sejam necessários muitos debates e o avanço na legislação, uma pesquisa feita pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) e o Ministério da Justiça, mostra que 73,7% dos policiais apóiam a desmilitarização. Entre os policiais militares, o índice sobe para 76,1%. A sociedade, sem sombra de dúvida, está cansada de ser atacada por quem tem o papel de protegê-la...


Quantas Cláudias e Amarildos ainda serão assassinados para enfrentarmos este problema?

Edição de 09/09/2015 Ano VI nº 229