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sexta-feira, 13 de março de 2015

Coluna Gente Fronteiriça- AS “JUSTIÇAS” BRASILEIRAS

Por Wenceslau Gonçalves

Que o Brasil é um país politicamente singular nenhum brasileiro tem dúvida. O que pode variar é a maneira como cada um argumenta para concordar com a afirmativa. Há justificativas para todos os gostos, desde a extrema esquerda até a extrema direita. Neste último caso estamos procurando quem assuma essa condição, embora se saiba que seus adeptos são numerosos. Ninguém quer ser direitista, no Brasil.

Quis iniciar com a afirmativa acima para justificar que também reconheço a existência de peculiaridades “inexplicáveis” em todos os campos do relacionamento da comunidade com as lideranças responsáveis pela condução do País e, mais importante ainda, daqueles organismos que têm o compromisso de servir de elo de ligação confiável entre governo e sociedade, mais comumente designada como “mídia” (aportuguesando), seja ela falada, escrita ou televisionada e todas demais que tenham a faculdade de lidar, diretamente ou indiretamente, com as questões de opinião pública.

Grosso modo poderia dizer-se que temos “três justiças” no Brasil, todas elas com suas causas e consequências inerentes à responsabilidade com que cada uma é aplicada ou faz produzir seus efeitos. A primeira, lógico, é a “justiça oficial” que, definida pela nossa Constituição é exercida através de seus inúmeros organismos estatais, obedecendo às regras estabelecidas em lei. De um  modo geral funciona razoavelmente bem não fora reconhecidamente lerda. Como toda iniciativa humana, comete suas falhas. Sobre ela, assim se referiu nosso mais ilustre sábio, Ruy Barbosa: “Justiça que tarda não é justiça”. Isso, talvez, tivesse servido para a época em que foi feita a declaração. É uma discussão para outro espaço.

A segunda justiça é a da sociedade. Levados, às vezes, pelos mais estranhos motivos, os cidadãos, geralmente reunidos em um grupo ocasional, tomam a deliberação de decretar que determinada pessoa é culpada de um crime baseados apenas em pequenos indícios mesmo sem qualquer comprovação concreta. É o tipo de justiça que nos transforma em seres incapacitados de pensar racionalmente e pode ocasionar, inclusive, a prática da pena capital – até de forma bárbara -, como ocorreu recentemente (No Estado do Paraná, se não me falha a memória) e ocasionou a morte de uma pessoa por espancamento sob suspeita de um crime que, depois, foi concluído que não havia de fato cometido.

A terceira justiça é a praticada pela mídia. Embora não venha implicar uma pena capital em sua ação, é a mais devastadora delas pelo número de pessoas que pode atingir com uma simples citação. Tão logo um crime é trazido ao conhecimento da opinião pública pelos responsáveis pela investigação, mesmo que ainda não exista qualquer decisão judicial os nossos comunicadores já escolhem a “quem” culpar. A partir daí já podem começar a atribuir uma infinidade de irregularidades que passam a manchetear em caixa alta em jornais ou até em especiais de TV. Se o denunciado é uma personalidade no meio político as suas mazelas passam a dominar o noticiário e os principais âncoras fazem citações quotidianas sob qualquer pretexto, reforçando sua “condenação”. Alguém poderia perguntar: “Mas, e se o denunciado for absolvido em todas as instâncias?”. A resposta vem da forma mais sem compromisso possível: “Bem, ele não é culpado, mas poderia ser, não é? Desculpem a nossa falha...”

Só para não deixar a afirmativa sem ao menos algum exemplo, basta rememorarmos casos que tiveram grande repercussão entre os muitos que já ocorreram nos mais diversos meios de comunicação. Quem não lembra dos episódios “Ministro Alceni Guerra”, e dos professores da “Escola de Base de Brasília”?. Todos “condenados” pela mídia e, depois, inocentados pela justiça oficial. E há, também, um que atingiu diretamente os gaúchos. Quem não sabe que um de nossos deputados federais foi lançado à execração pública e acabou perdendo seu mandato? Uma revista semanal de circulação nacional “confundiu” cem dólares com cem mil dólares e não quis voltar atrás porque as suas revista já haviam sido impressas? Recentemente, a mesma revista teve um de seus diretores envolvido com o doleiro do caso Senador Demóstenes/Carlos Cachoeira, só que a única menção que ela fez sobre o fato foi a de que os duzentos contatos telefônicos feitos, pelo jornalista, com o doleiro eram por motivos “profissionais”.

Na verdade, o objetivo principal deste artigo é lançar um alerta para o que está ocorrendo em relação à divulgação de diversos problemas que o País vem enfrentando, sejam eles econômicos ou políticos. A grande mídia oligopólica, a serviço da direita e da elite brasileira, está cerrando fileiras na busca de um impedimento da Presidenta e, para tanto, qualquer meio é válido para atingir seu objetivo. É necessário que cada brasileiro, antes de tomar qualquer posição, faça uma análise profunda da situação não se deixando levar pela massificação da ideia de que tudo no Brasil se tornou um caos. Não sou defensor incondicional de tudo o que o Governo vem fazendo. Acredito que há muitas falhas, mas não vou incorrer na leviandade de querer contribuir para a instalação de um quadro reacionário, a serviço de interesses que não são os da população menos favorecida, mas, apenas, concorrerá para a manutenção de benesses seculares que uma parcela reduzida de privilegiados continua a desfrutar.

  • Edição de 11/03/2015  Ano IV nº 203


Espaço do Saci - A força da torcida fez a diferença

Por Marcos Sagrera

O internacional terminou a semana fazendo o dever de casa. Pela competição mais importante do ano, venceu seus dois jogos até aqui em casa. Foi mais na base da raça e da força da torcida do que pelo futebol apresentado em campo. Pelos dois jogos da libertadores e mais o grenal jogando com os reservas o colorado conseguiu ótimos resultados. O colorado colocou mais de 100.000 mil torcedores nesses três jogos e teve uma arrecadação de mais de três milhões de reais. A média de público foi de aproximadamente 35.000 pessoas por jogo, mesmo com chuva nos dois jogos da libertadores. A força da torcida fez a diferença.

Dentro de campo, a situação segue a mesma. O time está descompactado e o sistema defensivo segue uma várzea. O treinador segue utilizando os laterais Fabrício e Léo que são horrorosos, com isso, já iniciamos as partidas com dois jogadores a menos. A luz no fim do túnel começou a surgir no último jogo quando ele colocou Ernando na lateral direita. Agora para o jogo de quarta-feira, parece que testará um novo esquema com três zagueiros e que provavelmente se manterá para o jogo contra o Emelec no Equador.

Isso tudo indica que Diego Aguirre segue testando jogadores e novas formações táticas. A torcida não aguenta mais os laterais colorados, mas parece que com esse novo esquema e com as lesões de Aránguiz, Dale, Anderson e Nilmar, essas uvas terão que continuar no time. No 3-5-2, jogarão como alas e pra nossa sorte não terão muitas obrigações defensivas. Essa função ficará a cargo dos zagueiros e volantes, apesar de que todos têm de marcar para um sistema defensivo dar certo.

Minha opinião segue a mesma. Quando todos estiverem aptos e em condições físicas ideais, os laterais saem do time e o esquema passa a ser o 3-4-3. Juan, Nilton na frente da zaga e Réver pela direita. Na frente dos zagueiros, Nico, Anderson pela esquerda, Aranguiz pela direita e Alex na ponta do losango. Mais na frente, Dale pela direita, Sascha e Nilmar na frente. Sasha e Nilmar podem revesar a função de centroavante sem problemas. Dale e Alex podem mudar de posição durante o jogo. Anderson e Aranguiz também. São todos jogadores inteligentes e podem fazer a leitura correta do jogo. Já os arigós não podem fazer isso, por isso, os melhores tem que jogar sempre.

Gostei da estreia do nosso novo centroavante. Ainda não está com ritmo de competição, mas a primeira amostragem foi bastante positiva. Sabe jogar como um nove de área, mas também joga pelos lados e quando têm a bola, sabe o que fazer com ela. Me parece que se continuar nesse ritmo, terá seu contrato estendido.

  • Edição de 11/03/2015  Ano IV nº 203





Espaço do Mosqueteiro: Luz no Fim do Túnel

Por Santiago Passos

O torcedor gremista começou a semana de bom humor. Após uma boa vitória sobre o time do Caxias que foi para a Arena com a missão de não perder e se não fosse um gol olímpico achado pelo meio-campista Douglas provavelmente essa missão seria cumprida. Felipão foi flagrado pelas câmeras dizendo ao seu banco: “Só assim pra fazer gol!” demonstrando os problemas que temos no ataque. O time do Grêmio nunca correu perigo, controlou o meio de campo o jogo inteiro e depois de abrir o placar, com o time do Caxias tendo que sair para tentar o resultado, Marcelo Oliveira anotou o segundo tento gremista numa jogada iniciada com o próprio jogador que roubou a bola no meio de campo e ligou um rápido contra ataque, sendo na minha opinião, o melhor jogador em campo e um dos mais regulares neste começo de temporada. Yuri Mamute fechou a goleada após receber um belo passe de Douglas, confiante depois de abrir o placar. Claro que a partida não foi um primor de categoria e qualidade, mas confirmou que alguns jogadores não tem futebol suficiente para serem titulares do Grêmio, como o lateral direito Galhardo que simplesmente não existe defensivamente e parece estar sempre cansado. Na próxima partida o recém contratado Braian Rodriguez deve começar a partida, pois vem treinando junto ao time titular. É uma boa oportunidade para ver se o uruguaio pode ser a solução para a falta de gols do ataque gremista.

Outro motivo de alegria para os tricolores é o anúncio de dois reforços para o time. O volante Maicon, jogador que mais acertou passes no campeonato brasileiro de 2014 quando atuava pelo São Paulo e que foi emprestado pelo time paulista ao Grêmio para abater uma dívida entre os dois clubes. Cristian (Cebolla) Rodriguez é o outro atleta confirmado pela direção gremista e que deverá ser apresentado na tarde de terça-feira. O meia titular da seleção uruguaia e que encarna a alma castelhana característica do tricolor gaúcho atuará pelo Grêmio depois que o Atlético de Madri, time detentor dos direitos dele, repassou o contrato de empréstimo que havia com o Parma, o qual decretou falência devido às dívidas por não conseguir pagar os salários dos seus jogadores. É a nova realidade do futebol, o chamado fair play financeiro, em que o clube que não arcar devidamente com os salários perderá três pontos por partida de acordo com nota emitida nesta semana pela Confederação Brasileira de Futebol. Por este motivo concordo com as atitudes da nova direção gremista, rescindindo contrato e negociando jogadores que custam uma fortuna para os cofres, investindo na base e conseguindo fechar negócios de ocasião e de uma maneira responsável, pois a maior contratação até o momento será a do Cristian Rodriguez com vencimentos não superiores a R$ 300 mil mensais, um salário baixo para os valores praticados nos dias de hoje e para um jogador da qualidade do uruguaio.

É torcedor gremista, parece que há uma luz no final do túnel, um fio de esperança para tentar salvar a temporada que se demonstrava obscura para o nosso time. Esperamos que os reforços deem retorno e que o Felipão consiga formar um time forte.

  • Edição de 11/03/2015  Ano IV nº 203


Editorial: Pela democracia, sempre


O nosso leitor está acostumado a sempre trazermos uma reportagem na página três de nosso semanário. Nesta edição trazemos um artigo, uma opinião dos editores do jornal. Entendemos que não é possível neste momento não nos posicionarmos. Estamos do lado da democracia, do respeito a cidadania, contra o ódio. Estamos do lado do Brasil. Portanto caros leitores, o nosso convite à todos e todas vocês é à reflexão. Boa leitura!

  • Edição de 11/03/2015  Ano IV nº 203

Sábado tem Monarka Show na LP Eventos


Nos Intervalos: DJ Jerri, DJ Chiquinho com os melhores hits do Momento!

Antecipados: Tabacaria Prietsch, Tabacaria Rodrigues, Fotos Jonas, Comercial Cid Morales e com Derli

  • Edição de 11/03/2015  Ano IV nº 203

Sexta Chique na Fusion


AGORA TODA SEXTA-FEIRA É SEXTA CHIQUE NA FUSION


  • Edição de 11/03/2015  Ano IV nº 203

O Panelaço segundo Edgar Vasques


  • Edição de 11/03/2015  Ano IV nº 203

O que há por trás das mobilizações previstas para o dia 15 de março?


Impossível não pararmos para pensar na situação política atual do Brasil. Vínhamos de um país em crescimento, com pleno emprego e ascensão da classe trabalhadora. Após uma disputa eleitoral acirrada e polarizada entre PT e PSDB, onde Dilma Roussef foi reeleita. Os ânimos se exaltaram mais ainda. A grande mídia, junto aos partidos de oposição vem tentando abalar a confiança do brasileiro em relação aos políticos e à política e principalmente vem tentando desestabilizar o governo e a presidenta eleita democraticamente.

Recentemente foi divulgada a lista da Operação Lava Jato, tão massificada pela Rede Globo e suas afiliadas e qual não foi a surpresa? Não há indícios de que Dilma esteja envolvida em esquemas de corrupção. Já alguns partidos que fazem oposição sistemática ao governo e que tem incitado o ódio e a disputa de classes no país, como o Partido Progressista (PP), teve o recorde de parlamentares envolvidos. Todos os deputados federais gaúchos do PP estão incluídos na lista junto á outros 46 senadores e deputados. Portanto o momento requer calma e principalmente informação e crítica.

Pedir o impeachment de uma presidenta eleita democraticamente e que não tem indícios, nem provas de envolvimento em qualquer ato de corrupção, não será uma ameaça à democracia? O desgaste que os partidos de oposição tem feito ao governo e a política como um todo, não atinge somente o Partido dos Trabalhadores, mas atinge sim o povo brasileiro. Que tem alcançado níveis de desenvolvimento nunca antes alcançados, que saiu da miséria, que acabou com a fome. Ir para a rua no dia 15 de março , não é ir para a rua para pedir mais igualdade social ou mais investimentos públicos, ou para pedir uma justiça tributária. Sair para a rua no dia 15 de março é engrossar as fileiras de um pedido de derrubada de uma presidenta eleita democraticamente. É atentar contra a democracia, tão suada e desejada. É atentar sim, contra a soberania. Há interesses por trás de tudo isso.

Fernando Henrique Cardoso foi o anfitrião de uma das reuniões mais reveladoras e constrangedoras dos últimos dias. Exatamente a 27 de fevereiro, durante almoço no Instituto FHC, o ex-presidente enrolou-se mais uma vez numa proposta de ação política a respeito da passeata pelo impeachment de Dilma Rousseff.
Estavam presentes os mais influentes tucanos, como o senador Aécio Neves (MG), presidente da legenda, os senadores Tasso Jereissati (CE), Aloysio Nunes Ferreira (SP) e José Serra (SP), além do senador Cássio Cunha Lima (PB).

“Tem de ficar claro que nós apoiamos, mas não somos promotores”, orientou FHC.
Por outro lado, Aécio Neves, já sem a brandura mineira nos olhos, usou o mesmo disfarce: “Temos de estabelecer esse limite, ter esse cuidado. Não será iniciativa partidária”.
Os tucanos vão para a tocaia. Empoleirados numa árvore seca, sem folhas e sem frutos, torcendo, porém, pelo sucesso das manifestações de 15 de março, batizadas de “Impeachment Já”.
O ex-presidente FHC é recalcitrante. Recentemente saiu do escritório dele uma consulta ao advogado Ives Gandra Martins sobre a possibilidade de propor o impeachment de Dilma.

Com certeza os que não se alimentam do ódio, do antipetismo ou do que a grande mídia reproduz sistematicamente terão prudência, muita prudência antes de atirar-se à rua no dia 15 de março ou então farão parte, talvez, de uma das tantas páginas tristes que a história deste país tem a contar.

  • Este artigo contém informações da Revista Carta Capital
  • Edição de 11/03/2015  Ano IV nº 203