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quarta-feira, 22 de julho de 2015

Secult recebe lançamento do livro “Cidadela dos Sonhos”

Rogério Snatus declama poemas de Cordel

Na terça-feira (28) às 19h na Secretaria Municipal de Cultura e Turismo acontece o lançamento do livro “Cidadela dos Sonhos”, de Rogério Snatus.
Rogério lançou seu primeiro livro aos 13 anos, datilografado e encadernado de forma artesanal. Graduando em Ciências Econômicas e atuando na área de finanças internacionais, o escritor deixou a poesia falar mais alto e, em 2006, passou a se dedicar a literatura de cordel, na missão de valorizar a cultura popular.
Atualmente Rogério Snatus percorre a América Latina lançando seu sétimo livro, uma coletânea de poemas escritos ao longo de 20 anos, e auxilia instituições sociais a levantar fundos, que, segundo ele, é “como fazer poesia com a economia”.
Edição de 22/07/2015 Ano VI nº 222
 
 
 
 

Espaço do Saci - Decisão em Monterrey

Por Marcos Sagrera

. Mais um jogo tenso se aproxima na vida de todos nós colorados. É assim mesmo pra quem torce pra time de ponta que está sempre disputando títulos. Uma semifinal que será nervosa, complicada, contra um time com a maior folha de pagamento da libertadores , com jogadores experientes acostumados com decisões e com o dono do time querendo colocar seu clube no cenário mundial. Mais de 40 mil torcedores estarão no estádio nas cercanias da cidade de Monterrey , o gramado é alto e a temperatura estará por voltas dos 35 graus. E daí? 
 
. E daí que teremos que ser o velho colorado, mostrar nossa força e tradição de um clube que tem cinco títulos continentais e um mundial de clubes FIFA. As equipes são parelhas, o adversário jogará em casa e basta fazer 1 a 0 para passar a final. Todos os jogos tem que ser jogados com estratégia e inteligência, mas esse é um daqueles que esses fatores terão que se sobressair para se poder sai vencedor.

.Temos jogadores no elenco que são muito experientes, não preciso falar de Juan, Dale, Lizandro Lopes, Nilmar e Aránguiz. Esses, terão que dar suporte e tranquilidade para os mais jovens como Valdívia, Sasha, Willian, Geferson e Dourado. Esses meninos estão disputando sua primeira libertadores e precisarão estar tranquilos para tomar as decisões corretas dentro de campo e não se abalar se a situação estiver adversa.

. O time que vai a campo é um mistério. Só Jorge Henrique não viajou e fará falta, pois é experiente e acostumado com esse tipo de jogo. Nessas condições de jogo com temperatura e gramado altos, manter o ritmo de velocidade e marcação é praticamente impossível. Nosso estilo de jogo faz com que se Sasha e Valdívia voltem para marcar os laterais e ainda têm q estar na frente para concluir ou dar assistência, certamente faltará perna.

. É aí que entra nosso treinador. Aguirre terá que entender que é fundamental valorizar a posse de bola, não tocando pra trás, mas sim, no campo de defesa adversário. Creio que está faltando consistência ao nosso meio de campo e atacantes demais no time. Estes recebem poucas bolas em condições e estão tentando somente na individualidade. De nada adianta ter vários atacantes se a bola não chega com qualidade. Só temos Dalesandro pra fazer isso e este sozinho não pode ter a responsabilidade durante os noventa minutos de achar alguém em condições de fazer o gol. E é aí que as coisas podem se complicar, nem sempre as individualidades poderão fazer a diferença. Pra isso, temos uma solução que na minha opinião, seria a melhor formação de time. Entraria com Anderson no lugar de Lisandro Lopes. Este marca e sai com qualidade pro jogo, além de dar suporte na cobertura do nosso lateral esquerdo. E o principal de tudo isso, tem muita personalidade e gosta de jogar jogos decisivos. Deixaria Lisandro e Sasha para entrar no decorrer do jogo para não perdermos intensidade no Ataque. Pois ficar só se defendendo, não será uma estratégia inteligente. Bom jogo a todos. 

Edição de 22/07/2015 Ano VI nº 222



 

 
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Coluna Gente Fronteiriça - E a Zelotes por onde anda?

Por Wenceslau Gonçalves

Será que os leitores ainda lembram que foi deflagrada, em março deste ano, pela Polícia Federal uma determinada operação denominada “Zelotes”, que havia detectado uma movimentação bilionária fraudulenta envolvendo um determinado grupo de empresas (inclusive algumas de nosso Estado) dirigidas por uma elite do empresariado nacional? E não estamos falando aqui em participação de políticos na mencionada falcatrua, o que não seria nenhuma novidade, mas o estranho neste caso é que a “grande mídia” simplesmente faz apenas pequenas menções em espaços pouco visíveis sem as tradicionais manchetes atribuídas a outras operações que permeiam os noticiários da imprensa escrita, falada e televisionada. Certamente não é porque o valor financeiro da fraude não seja significativo pois, segundo as primeiras investigações da Zelotes, os prejuízos para o erário público podem chegar a 90 bilhões de reais, isto é, várias vezes o valor que se atribui à fraude que envolve, por exemplo, diretores da Petrobrás e políticos de vários partidos à qual os mesmos meios de comunicação destacam diariamente à exaustão.

O escândalo da Zelotes é uma investigação envolvendo apreciações realizadas pelo Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) que tem a competência de julgar, em grau de recurso, questões que envolvem multas aplicada a empresas por descumprimento de normas legais diversas. A principal suspeita é a de que as empresas tenham pago propina para que fossem manipulados resultados de julgamentos na Receita Federal. O Conselho é composto de 216 fiscais, sendo 113 representantes da própria Receita e 113 da sociedade civil e os processos são examinados através de dezesseis câmaras. Quando a questão chega a esse nível a União não tem mais para quem reclamar, tendo que submeter-se a essa decisão final.

Segundo declarações de um dirigente da Associação dos Fiscais da Receita Federal já existe um precedente nesta área. Em 2005, foi encetada a Operação Anfíbio, tendo sido detectada a participação de auditores em questões fraudulentas das quais participavam várias empresas e pessoas físicas, entre elas a montadora FIAT e um ex-candidato à presidência. O montante sonegado atingia 50 bilhões.

Conforme manifestação de um Delegado Federal, na Operação Zelotes, a Polícia , com sua atuação, conseguiu detectar, inicialmente, em setenta e quatro julgados, quinze empresas envolvidas, chegando-se a uma sonegação de quase cinco bilhões em investigações que atingiram vinte bilhões de reais. Excetuando-se os casos fraudulentos, a Receita Federal tem vencido 95% dos casos submetidos ao CARF, numa óbvia demonstração de que, na sua maioria absoluta, as questões que chegam para decisão do Conselho dão razão à União.

Pude constatar que, neste período que vai da anunciada Operação Zelotes até esta data, uma empresa de comunicação do Estado “mencionou-se” em duas oportunidades entre as investigadas na Operação sem qualquer comentário sobre culpa ou inocência em relação à dívida de 150 milhões de reais que acabaram transformando-se em 15 milhões depois da “maquiagem” possibilitada pelas manobras com participação de membros daquele Conselho e empresas especializadas em fraudar o Fisco. Uma das matérias mencionava que o valor relacionado a uma outra empresa gaúcha atingia a mega importância de um bilhão de reais sonegados.

Embora o Ministério Público tenha solicitado buscas, apreensões e até prisões dos investigados, elas foram negadas pela Juíza que cuida da questão.

Rede de Boatos do PIG
A nossa estranheza é sobre o aparente desinteresse da grande mídia em uma questão que, como se pode observar, é muito mais prejudicial para o País em termos de valores envolvidos. Aliás, de um modo geral os meios de comunicação tem-se preocupado muito em alardear o impostômetro (registro dos impostos pagos), sem fazer menção ao sonegômetro (registro dos impostos sonegados) que, somente neste ano de 2015, até o mês de junho, já atingiu 200 bilhões de reais, o que corresponde a mais de duas vezes o que poderá ser economizado com o reajuste fiscal planejado pelo Governo Federal com o que pretende contribuir para debelar a crise financeira em que o País se encontra.

Em relação à grande mídia (conhecida por PIG), é interessante ver como torcem contra o Brasil. Recentemente, em uma rádio local, tive oportunidade de escutar do âncora, que estava para entrevistar um especialista sobre a situação econômica: “Quando o senhor acha que o Brasil vai-se tornar uma Grécia?”. Assim, com todas as letras. Conclusão minha: isso não é ser contra um governo (o que é legítimo); é ser contra o País!

Com a Operação Zelotes constata-se que, assim como temos políticos desonestos no Brasil, também há empresários desonestos, que surrupiam o dinheiro que o contribuinte paga junto com o preço da mercadoria ou serviço que adquire. A se confirmar mais esse crime financeiro, quem sabe uma empresa bem conhecida de todos os gaúchos passe a chamar-se “RBZ”...

Edição de 15/07/2015 Ano VI nº 221