Um espaço aberto para o leitor

quarta-feira, 6 de maio de 2015

CANAL DE COMUNICAÇÃO - Não dá para entender

Por Arnoni Lenz

Não dá para entender o que estão fazendo nossos administradores. Tanto a nível federal, leia-se PT, como a nível estadual, leia-se PMDB, os atos são desconcertantes. Falam ambos que temos que economizar ao extremo, que normas devem ser criadas para melhorar as arrecadações, pois a receita é muito inferior às despesas. Procuram os mais diferentes termos e subterfúgios para justificarem os aumentos de impostos. Não pagam dívidas, nem o governo federal para com os estados e nem esses para com a nação. Os aumentos são escorchantes na conta da água, da luz, da telefonia, nas escolas ou em qualquer lugar onde eles possam interferir. E por outro lado não tem vergonha e nem condições de impedir os aumentos para todos os poderes, executivo, legislativo ou judiciário. E diga-se de passagem, que com raras exceções são os maiores salários do país. Se a Presidente ou o Governador não sancionar os aumentos já votados ou simplesmente pedidos, não terão por parte dos atingidos o respaldo para suas proposições, seus projetos de lei. Num bom português, não conseguem governar. Já não se sabe em qual poder se encontram os maiores pilantras, mas ainda acredito que o legislativo, que tem sobre seus ombros a responsabilidade de fiscalizar e fazer as leis, pois sem elas não existe governo algum, é o poder mais corrupto e o maior responsável pela escabrosa situação de nosso querido Brasil. Sim, porque até as leis para punir outros delinqüente que não ´pertencem a nenhum desses três poderes, são feitas pelos legisladores. Como é que o governador gaúcho concorda em aumentar substancialmente os vencimentos dos deputados, de todo o poder executivo, inclusive seus próprios vencimentos e os do poder judiciário, se sabe da real e patética situação financeira do Estado. Como é que a Presidente sanciona um projeto imoral e ofensivo, proposto pelo poder legislativo em aumentar a verba para ser distribuída para os partidos políticos de mais de duzentos milhões para mais de oitocentos milhões. Essa verba não deveria existir, isso é dinheiro de impostos do povo que nunca vais ver ou ficar sabendo o que foi feito com a mesma. E essa verba vai beneficiar especialmente ao PT e ao PMDB. Se alguém quer ser candidato que o faça com recursos próprios ou que fique fora. Não deveria existir nenhum tipo de financiamento de campanha. Porque os legisladores não proíbem a criação de novos partidos e não diminuem enormemente o número dos existentes? Porque para eles, políticos e principalmente partidos não interessa. Eles se locupletam com o dinheiro que o governo federal distribui e que deixa faltar na educação, na segurança e na saúde. Ninguém mais sabe onde vamos parar. O roubo descarado não é só na classe política, apesar de essa ser a principal, é em qualquer lugar. As pessoas de bem, as mais humildes estão apavoradas e na sabem em quem acreditar e como agir daqui para frente. Alguma coisa tem que ser feita e é a longo prazo, a curto já não é mais possível, é preciso começar a ensinar nossos filhos e netos que ser honesto não é uma exceção, é uma obrigação. Vamos ter que começar, mesmo que pareça utopia, mas eles precisam aprender que mentir é errado, que roubar é crime e que enganar alguém não é esperteza e sim falta de vergonha e merecedora de penalidade. Mas a reportagem que apareceu no Fantástico sobre os vereadores mais bem pagos no Brasil, mostra bem o tipo de governantes que temos e de pessoas que nos cercam. Ao ser interpelado, o presidente da Câmara de Vereadores que recebem mais de noventa mil reais mensais, como explicava isso tudo, respondeu com a maior cara de páu: ISSO É O BRASIL. A frase é de Albert Camus: A SOCIEDADE POLÍTICA CONTEMPORÂNEA É UMA MÁQUINA PARA DESESPERAR OS HOMENS.

Edição de 29/04/2015 Ano VI nº 210




MOCHILADA SEM FRONTEIRAS - Produzindo e desproduzindo


por Guilherme Larrosa

Nesse momento, estou com meu carro carregado de objetos de costura, lãs, carreteis, manequins e cestas de aviamentos. Dentre esses objetos, digito esse texto no meu computador enquanto viajo de Monte Belo do Sul até Cotiporã, onde será gravada a cena da costureira da cidade.

Esse tipo de produção de arte, me remete à infância – não sou da década de 60, ok? Mas lembro dos pertences dos meus pais...mas relembrar as revistas que minha avó tinha, os objetos de cozinha que muito brinquei e os mobiliários da época. Ainda mais aqui no sul, o resgate desse material nos antiquários trazem de volta na memória os almoços de domingo daquela época.

A cada semana que passa, o trabalho aumenta, pois a demanda cresce a cada ideia nova que surge no set de filmagem. Essa semana grava a cena da famosa central telefônica, que com muito suor e cara de pau, descobri no alto da cidade de Salvador do Sul. O cenário está quase pronto e acredito que terá um peso forte no filme, pela arquitetura do espaço e pela composição de elementos. Nessa mesma semana, temos que produzir 3 cenários novos e desproduzir 2 antigos, devolver todos os objetos para os fornecedores – cada um no seu devido lugar – coisa de louco.

Estamos chegando na metade das gravações, e depois de todo esse tempo aqui na serra, em contato com todo mundo envolvido, já começa a bater saudade dos amigos que fizemos, os motoristas, os contra-regras, os ajudantes que nos acompanham nesse sofrimento bom, esse desgaste prazeroso de fazer arte no áudio visual.

Quero chegar no sábado, com tudo isso gravado, equipe satisfeita e partir pra próxima semana, que vai ser um pouco mais tranquila – porque as últimas... 3 casas inteiras me esperam para mobiliar e colocar todos objetos. Já vou pensando no meu roteiro de férias pós-filme, porque 3 meses de trabalho intenso merecem umas férias! Isso se eu não engatar em outra série, quando voltar pra casa, no Rio.

Edição de 29/04/2015 Ano VI nº 210