Um espaço aberto para o leitor

domingo, 5 de abril de 2015

MOCHILADA SEM FRONTEIRAS - Em breve começam as gravações

Por Guilherme Larrosa

Desapareci na semana passada por causa de uma chuva inesperada de acontecimentos, mudanças de plano de filmagem, entra cenário novo, sai cena antiga, enfim..Tudo acontecendo a uma velocidade espantosa e nós tendo sempre que ter uma carta na manga.

Depois de vasculhar as cidades da Serra, temos mais de 2 mil objetos selecionados. Passamos alguns dias montando painéis, cenário por cenário, apontando os sofás, cadeiras, poltronas, objetos específicos e os demais utensílios que compõem aquelas ambientações efêmeras. Depois de tudo separado e organizado, conseguimos ver a atmosfera do filme, compondo também com as amostras de tecidos e as paletas de cores das paredes e texturas definidas para cada cenário.

Posso afirmar que vai ficar muito bonito, pois o filme resgata um período de memórias muito fortes, afinal a década de 60 é marcada por uma linguagem muito definida, tanto nos elementos estéticos quando no figurino e a maneira que se vivia a vida.

Temos menos de duas semanas para termos tudo conosco, pois em breve começam as gravações diárias de 12h contínuas, das 6h da manhã `as 18h. E isso vai rolando até junho, e o frio chegando e as parreiras perdendo a cor. Tudo se transformando ao mesmo tempo, fazendo o filme surgir a cada dia.

A equipe está toda junta, todos os departamentos circulando no hotel e claro, um bom banho de piscina quente a noite e um vinhozinho...afinal..merecemos depois de tanta correria. Nesse final de semana, voltei a Porto Alegre para produzir alguns objetos que ainda faltam, tarefas fáceis, como encontrar uma pasta de dente da década de 60 e uma simples câmera alemã vinda da segunda guerra. A câmera encontrei, em cima de uma cadeira, em uma feira de rua por uma pechincha!! Já o creme dental. esse tá difícil.

Semana que vem, eu e meu colega vamos começar o carregamento desses 2 mil objetos, alguns dias carregando caminhões vindo de SP, POA e região serrana. Depois vamos dividindo a equipe e montando os cenários. Só que como estamos fazendo um filme de locação, ou seja, lugares reais, temos que desocupar as casas das pessoas, remover todos os móveis, montar tudo com nossa mobília e desproduzir tudo depois. Quem disse que era simples? A gente olha o filme no cinema e acha tudo lindo, mas não tem ideia do desgaste e correria para fazer tudo dar certo dentro do prazo.

Semana que vem tem mais. Vou tentar escrever no meio das milhares de caixas de papelão e plástico bolha!

Edição de 01/04/2015  Ano IV nº 206