Um espaço aberto para o leitor

sábado, 31 de janeiro de 2015

Coluna Gente Fronteiriça - Amor da Rua do Cordão

Por Magnum Patrón Sória

Já me lembro certa feita, nos idos de mil novecentos, quando ainda as terras do sul não sabiam que a liberdade era para todos e dos porões da casa grande nasciam histórias, ouvia-se na praça, os barulhos contínuos, ritmos da palha e da flanela firmes que deslizavam como uma mão suave! O sapateiro lusitano... não qualquer! Mas, aquele que veio de além-mar, procurando uma nova terra, um novo horizonte!


Achou-se por aqui, quedou-se por aqui... Era ela o motivo! Escrava de origem. Tratada ao longe das aspas de quem tem nome grande e sangue azul, ainda sob o jugo da escravidão, em um tempo em que a cor da pele obrigava e forçava a todo tipo de indignidade.

Aquela do sangue escuro, alforriada pela mão do seu amado lusitano, vê diante de si, aberta pela mão suave de seu esposo, a porta da dignidade social. Sim! A morena jambo lustrou e cuidou do brilho de seu novo senhor! Suas vidas misturam-se, amordaçando todo preconceito e estranhamento da vida cotidiana da então pacata terra do Jaguarú, que não suportava tal feito. Ele cumpre o que prometera: tira-a da escravidão, deixa-a livre! Ela, encantada por seu novo senhor, já novamente assume outra escravidão amiga, casa-se com seu agora senhor de liberdades e carinhos.

O tempo passou, a história da escrava de mãos suaves continua cravada entre as pedras da rua de chão batido, de nome Cordão. Ao passar pela casa antiga, nenhum vivente imaginaria tamanha trama, nesta pequena rua do Cordão. Das amarras da dor, para o cordão faceiro, coisas de gente que abre a porteira quando a oportunidade aparece como visita, mas acaba adotada para sempre. Hoje ainda resta o fruto do amor. Já velha pelo tempo, já querida por aqueles que amam os amores que não seguem as linhas brutas da razão.   

Edição do dia 21/01/2015




IMOBILIÁRIA SENZALA - Imóveis à Venda











sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

A epidemia de cesáreas no Brasil

Por Andréa Lima
Tenho um filho e uma filha e, nas duas gestações, por conta de uma complicação chamada “pré-eclâmpsia”, não pude optar pelo parto normal. Diagnosticada com a pressão alta nos últimos meses de espera, sem possibilidade de escolha, fui obrigada a passar pelo procedimento cirúrgico da cesárea, como forma de prevenir riscos para mim e para os bebês.

Os dois partos foram diferentes, sendo um deles realizado em Jaguarão e o outro na cidade de Pelotas. Ambos tiveram em comum a recuperação lenta, a dor do corte abdominal e alguns sintomas ocasionados pela anestesia, que não são nada agradáveis para quem quer e precisa cuidar de um recém-nascido.

Na cidade de Pelotas, no Hospital São Francisco de Paula, na tarde em que tive minha filha, mais de 20 cesáreas aconteceram. O ritmo dos médicos e enfermeiros era acelerado e, na sala de parto, eles sequer dirigiam a palavra às gestantes. Ao menos assim foi comigo. Enquanto vivia um dos momentos mais importantes da minha vida, eles conversavam sobre a rotina hospitalar, a movimentação do feriado e assuntos de toda a natureza.

O momento emocionante foi quando ouvi um deles dizer, “Nossa, que baita guria!”, e então soube que era a minha filha que finalmente havia se apresentado ao mundo, logo ouvindo seu chorinho.

Mostraram-me ela muito rapidamente e levaram para os procedimentos comuns em outra sala.

Apesar da insistência, não permitiram que meu companheiro entrasse comigo na sala de parto, ferindo um direito assegurando pela Lei Federal Nº 11.108, que garante às parturientes o direito à presença de acompanhante durante o trabalho de parto, parto e pós-parto imediato, no âmbito do Sistema Único de Saúde – o SUS, legislação esta que as maternidades corriqueiramente descumprem.

No meu caso, as cesáreas aconteceram por questões de saúde, mas em diversas situações é uma escolha da mãe, pautada por uma pressão médica, quando seria desnecessária.

Sabemos que, financeiramente, os médicos ganham muito mais com este tipo de parto e alguns ficam satisfeitos por não terem que esperar por horas e horas o momento de nascimento, podendo planejar suas férias, chegar em casa sem problemas na hora do jantar e organizar a agenda, de uma forma muito mais prática e cômoda.

Por estes e outros motivos que cerca de 80% dos partos da saúde complementar (aquela que é coberta por planos) no Brasil são cirúrgicos.

Visando estimular o parto normal e combater o que pode ser considerado uma “epidemia de cesáreas” no país, o Ministério da Saúde publicou no começo de janeiro uma resolução normativa, com uma série de medidas para dar maior segurança para a decisão sobre o parto entre o médico e a gestante, que estará melhor orientada sobre possíveis riscos de uma cesárea desnecessária.

Segundo dados disponíveis, a cesariana, quando não há indicação médica, aumenta em 120 vezes o risco de problemas respiratórios para o recém-nascido e triplica o risco de morte da mãe. Os médicos, a partir de agora, terão que apresentar obrigatoriamente um documento chamado partograma, onde estarão registradas todas as etapas do trabalho de parto da gestante.
As operadoras de planos de saúde só poderão realizar o pagamento dos procedimentos médicos mediante a apresentação do documento completo. A adoção do partograma deve forçar os médicos obstetras a esperar o início do trabalho de parto. "Parto não é evento que se marque. Normal é o parto normal", afirmou o Ministro da Saúde, Arthur Chioro.

É isso aí, Ministro, que ninguém nos tire a dor e a delícia de nos tornarmos mães de acordo com nossas próprias escolhas, como a natureza quer e permite!

Edição de 21/01/2015



Ledesma Produções apresenta Adroaldo e Valquiria neste sábado


Sexta Chique na Fusion e sábado com Marcos Wernner e Banda


Nesta sexta, pós 23:59, começa a SEXTA CHIQUE da FUSION

Inserida na programação Oficial da Motofest, a noitada tem as atrações da Banda Blackout com pop rock Nacional e Internacional  e depois o Grupo Bem de Leve.

Até as 2 horas , comprando 1 ENERGÉTICO, a VODKA é Grátis!


quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Falar do tempo é uma perda de tempo

por Vicentepimentero

 Cá estou, novamente, criticando os demais. Como Sartre dizia, o inferno são os outros. Se tem uma coisa que me irrita é forçar um assunto através das previsões climáticas. Papo de taxista, sala de espera, incompatibilidade de gênios ou não, por que somos tão óbvios? Por que somos tão cínicos? Por que não falamos de verdade? Bastou subir num táxi que o sujeito vai te falar do tempo. Tá quente hein? Sim né, é verão, respondo eu, o que querias, frio? Posso parecer arrogante ou mal educado, mas prefiro ser eu, prefiro ser sincero, a forçar um assunto que não te leva há nenhum lugar, apenas te faz passar pela vida como quem fica rodando em círculos e dependendo da Rede Globo para conduzir sua vida e seus pensamentos. É como o show de final de ano do Roberto Carlos, o Jornal Nacional, ou a novela das oito, que vida infeliz. 

Mas cada um sabe da sua, cada um sabe que se está mormaço vai chover, se chove vai molhar. Cada um sabe que a vida segue e que a natureza agradece e os ciclos da vida vão continuar iguais, o que pode ser diferente, somente você pode escolher para si, não é o tempo, não é a rede bobo, e muito menos os assuntos triviais e chatos do dia-a-dia ou da vizinha fofoqueira. Mais conteúdo pelo amor de Zeus. Se chove, o máximo que posso fazer é ir correndo ao varal para recolher as roupas quase secas que penduram-se por lá. Se faz sol, cai um temporal, ou o mundo, por que cargas d'água devo ficar comentando ou questionando? Obviamente, que quando organizo um churrasco no pátio de casa ou um evento ao ar livre devo me precaver e precaver aos outros, mas isso é outra coisa. Ficar puxando assunto através do tempo não é a minha, e sai de perto que te atiro com pedras de mal humor. Falar do tempo é uma perda de tempo. Quando do clima, é claro, por que falar do tempo das coisas é lindo, de quanto tempo falta para te ver, ou em quanto tempo realizaremos, materializaremos aquele sonho. Esses mesmos que se importam com o tempo, e enxergam o ciclo da natureza como um fenômeno desconhecido, são aqueles que quando vem uma chuvinha de verão saem correndo da praia como se tivesse chegado o Apocalipse. Os mesminhos que deixam de viver por que seus corpos feitos de açúcar podem se dissolver numa correnteza de beira de calçada, ou, ainda derreter no sol cancerígeno do meio dia. Os mesmos que, enquanto o louco assinala a Lua, eles observam a mão, sem entender que natureza é o todo e não o nada que eles se tornam. Os mesmos que jogam lixo nas ruas ou não cuidam do seu próprio lixo, que vira mais lixo, e entope suas mesmas ruas causando enchentes. A culpa não é da chuva, a chuva veio para esverdear, hidratar, molhar.

 Afortunados aqueles que se banham nas lágrimas do céu, que se queimam a pelo num escaldante dia de sol, que se jorram e se jogam à luz da lua e ficam contando estrelas, que aproveitam a aurora e o entardecer de cores múltiplas e céus inimagináveis. Sortudos, imunes, vivos. Não me venha falar do tempo, como um raio ou furacão, te deixarei estupefato, intacto na mediocridade da pergunta, da adulação ou da falta de criatividade. E eu ainda perdendo o tempo, escrevendo estas coisas.  

Edição de 21/01/2015


Jaguarão. – Ontem, Hoje: Homenagem ao Coronel Manoel Pereira Vargas

Manoel Pereira Vargas
Por Cleomar Ferreira


Por ocasião dos festejos de 27 de Janeiro. ( 1980 )

Ficou à cargo do Poeta Léo Santos Brum esta “charla” em homenagem a um dos heróis desta data, publicada na imprensa local em Janeiro de 1980.

“Vinte e Sete de Janeiro”, como um eco retumbante do passado, voltam os gaúchos remanescentes, pelo sangue e pela tradição dos heróis que te acompanharam na guapa resistência da Cidade de Jaguarão, nos longínquos anos de 1865, agora para trazer-te uma lembrança carinhosa e uma homenagem sincera e de gratidão, assim como a mereceram também aqueles que já tombaram e que deixaram marcada a sua passagem neste rincão, como lutadores pela preservação das crioulas tradições do pago, que foram os Patrões e Patrões Velho do Centro de Tradições Gaúchas “ Rincão da Fronteira”: Arnaldo Valdomiro Ferreira, Hermes Pintos Affonso, Izabel Garcia Tinoco, João Carlos Bandeira Affonso, Ourestes Paiva Coutinho e Walter Dutra da Silveira.

Pois estas flores nativas, que ainda trazem em suas pétalas e em seus talos, o cheiro e a seiva da terra das coxilhas e canhadas, terra riscada pelos cascos dos cavalos, montados pelos guerreiros no ímpeto das cargas de lanças, pelas rodas gemedoras das lentas carretas, que puxaram o progresso, pelo gado que firmou a riqueza do pampa e também pelos rastos de sangue valente dos gaúchos que tombaram nos entreveros e nos combates, em defesa dos ideais de liberdade e da posse do chão nativo, são assim, como um pedaço vivo da verdadeira tradição, que souberam cultuar e que tem em ti, Cel. Manoel Pereira Vargas, um dos maiores forjadores da têmpera que marcou os grandes homens do nosso passado fronteiriço.

Nesta hora de culto nativista em memória à esses velhos guerreiros, parece-nos que. . . . . há tremores sobre o pampa num arrepio de flexilhas, . . . ao lembrar-se velhas trilhas, da macheza do rincão, pois, . . . com cheiro de sangue e pasto, ficou demarcado o rasto desta “gaúcha tradição”,. . . a tradição jaguarense do 27 de Janeiro e do seu Vulto maior, o Cel. Manoel Pereira Vargas.

Aos guapos heróis da brava data de 27 de Janeiro a nossa reverência, admiração e gratidão.

É isso aí, um abraço e até a próxima edição.

Fonte : Bibl.Públ. Mun, Imprensa local – 1980.

Edição de 21/01/2015


quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

MOCHILADA SEM FRONTEIRAS - Universidade Maya em Cobá

 
Por Guilherme Larrosa 
 
Voltei para a capital mexicana depois de alguns dias imerso na natureza do Pacífico, em seguida fui pegar meu vôo para Cancun, onde ficaria minha última semana na península de Yucatán, território Maya.

Sobrevoando Cancún já é possível ver a grande floresta tropical que toma conta da península. Uma extensão gigantesca de árvores e praias azuis. Desci do avião e fui direto pegar um ônibus para Tulum, uma cidadezinha em desenvolvimento com algumas das praias mais paradisíacas de Yucatán. Fiquei na casa de um casal local e seu cachorro, eles me emprestaram uma bike que salvou minha estadia lá, pois fui em todos os lugares pedalando e conhecendo tudo a hora que eu queria. Recomendo visitar as ruínas mayas na praia principal de Tulum e ir mergulhar nos grandes Cenotes, que são crateras naturais com águas azuis, peixes e estalactites gigantes. Tudo isso está na cidade, basta explorar as redondezas.

Saindo de Tulum, aconselho visitar a cidade maya de Cobá, no meio da floresta. São ruínas muito bem conservadas que se podem visitar e subir nas grandes construções espalhadas pela floresta. Cobá era uma “universidade” Maya, que se pode ver os prédios onde eram ensinadas as técnicas de pintura, escultura e métodos construtivos. Subindo na grande pirâmide de Cobá, se pode ver a floresta inteira e os topos das pirâmides mayas espalhadas pela região. Isso depois de subir milhares de degraus estreitos. Exercício matinal.

Parti para Cancun, onde fiquei o resto da viagem conhecendo a parte mais desenvolvida da península. Fiquei na casa de um diretor de arte com seus 7 cachorros e 5 gatos, peixes, tartarugas e pássaros. Uma fauna e flora dentro de casa.

A cidade está em desenvolvimento, porém a zona hoteleira já está num porte monumental, repleta de hotéis, shows e muitos shopping centers. O jardim dos americanos. Por ter viajado apenas 1 semana por Yucatán, fiquei com muita vontade de conhecer a ilha de Holbox, onde meus amigos me disseram que era o lugar mais incrível daquela região, mas não tive tempo de chegar até lá. O Caribe tem seus momentos tensos, em junho / julho é a época dos furacões, mas as pessoas já estão tão acostumadas que sabem se proteger e tem tudo no seguro já. 
 
Voltei para Cidade do México com planos de uma experiência mais duradoura no México. É muita cultura e muita história para apenas 20 e poucos dias. Em Chiapas, que fica sudoeste do México é onde se encontram as grandes montanhas e falésias, com uma natureza monstruosa, que se pode conhecer em passeios de barco. Já no norte, perto de Potosí - a parte desértica com os famosos cactos e clima seco é palco para as cerimônias tribais com peyotes e tradições locais.

Edição de 21/01/2015

Espaço do Saci : Inter quer velocidade

Por Marcos Sagrera

Terminou a pré-temporada do internacional em Bento Gonçalves neste domingo. A delegação colorada agora desce a Serra e dá continuidade aos treinamentos na capital gaúcha no CT do Parque Gigante. Pelos comentários dos que acompanharam esse período inicial de trabalho, a sensação que fica é que teremos um ano promissor pela frente. Os jogadores parecem ter se agradado do técnico Diego Aguirre e da sua comissão técnica e principalmente do seu método de trabalho.

Com uma preparação no estilo dos times europeus, a comissão técnica uruguaia aliou trabalhos físicos, técnicos e táticos e os jogadores não precisaram perder tempo apenas trabalhando a parte física. Desde o início, já tiveram contato com a bola, foram treinadas situações de jogo, movimentação tática e finalizações a exaustão. E isso é só o início, ainda tem mais uns vinte dias de preparação pela frente.

O técnico colorado têm utilizado muito o treinamento de toque de bola rápido em espaços pequenos do campo, fazendo com que os jogadores não prendam a bola e saiam rápido para o ataque, é um treinamento para quando se está sendo marcado sob pressão. É sabido que Diego Aguirre gosta de jogar com duas linhas de quatro, com os laterais protegendo a defesa, além de dois volantes de marcação no meio de campo. Acredito que se ele conseguir fazer com que os atacantes ajudem na marcação, ele pode abrir mão de Willians e jogar apenas com Nilton na frente da área.

Ele poderia jogar com Vitinho, Sasha ou Valdívia, Dalesandro e Nilmar do meio pra frente, se estes jogadores voltarem para marcar. Colocando Dale aberto na direita e Nilmar de centroavante, aliados a velocidade de Sasha ou Valdívia, nosso contra-ataque seria de muita velocidade. A propósito, o treinador já deixou claro que Nilmar será seu centroavante, com toda liberdade de movimentação, não ficará parado lá na frente feito um poste.

Nesse esquema, ganhamos um jogador que gosta de jogar de segundo homem de meio campo, saindo de trás para o jogo. O chileno Aránguiz será fundamental esse ano. Se esse esquema encaixar, o colorado tem tudo pra apresentar um grande futebol em 2015.

Edição de 21/01/2015


Espaço do Mosqueteiro: Dilema no ataque gremista

Por Santiago Passos

Após uma semana de pré-temporada em Gramado, o time gremista treinou intensamente para poder aguentar a maratona de jogos até o final do ano e aprimorar a parte tática. Muitos jovens se destacaram nos treinamentos, entre eles o jovem meia Lincon, de apenas 16 anos, o volante Araújo e o zagueiro Gabriel Silva, mostrando que a direção do Grêmio acerta em investir nos garotos da base e fazer apenas contratações pontuais para reforçar o time. Outro destaque da pré-temporada tem sido o centroavante Marcelo Moreno, marcando muitos gols e participando ativamente dos treinos.

Neste domingo, em jogo treino contra o time do Gramadense, Felipão colocou em campo o primeiro esboço do time que irá disputar o campeonato gaúcho. O esquema com dois centroavantes, Barcos e Marcelo Moreno, não agradou muito ao técnico gremista que falou que deverá demorar até que a dupla ganhe entrosamento para poderem jogar juntos. Resta saber se ele irá colocar algum dos dois maiores goleadores da temporada passada no banco de reservas para colocar um jogador de velocidade, como o atacante Éverton, autor de um dos gol da vitória de 2 x 0 sobre o time de Gramado, o outro gol foi do atacante Paulinho, que estava emprestado ao time do Londrina na temporada passada e que poderá ser utilizado por Felipão nesse ano.

O Treinador ainda terá dois amistosos para formar o time que acha o ideal para começar a disputa do gauchão. Nesta quarta-feira irá jogar contra o Novo Hamburgo em Gramado e no domingo jogará contra o time de Cascavel no Paraná, provavelmente o time que começar o amistoso de quarta deve ser o time que vai jogar o campeonato.

Na taça São Paulo de Futebol Júnior,  os garotos do Grêmio passaram sem dificuldades pelo time do Goiânia com o placar dilatado de 4 x 1, gols de Júnior, em uma belíssima cobrança de falta, Luis Felipe, Tay e Tontini, garantindo a classificação para as quartas de final do torneio.

Nesta segunda-feira, após uma reviravolta após informar ter desistido do negócio, a direção do Grêmio anunciou mais um reforço, é o zagueiro Frickson Erazo, jogador da seleção equatoriana e de 1,92 m, mostrando que a comissão técnica está apostando em um time com maior imposição física para esta temporada.

Enquanto os dirigentes gremistas fazem um recuo estratégico e conseguem anunciar novos reforços, os dirigentes do coirmão dão esperanças ao torcedor, em uma negociação que se arrastava há meses, e quem contrata a joia uruguaia é um time mineiro. A primeira derrota de 2015.

Edição de 21/01/2015


terça-feira, 27 de janeiro de 2015

MP apela em sentença que condenou ex-Prefeito de Jaguarão

Henrique Knorr contesta ação
A Promotoria de Justiça de Jaguarão interpôs ao Tribunal de Justiça Apelação contra sentença, proferida em 1º Grau, que condenou o ex-Prefeito do Município, Henrique Edmar Knorr Filho, e a empresa Dueto Tecnologia Ltda. por fraudes em procedimento licitatório. 

De acordo com investigação do MP, em 1º de setembro de 2005, os réus firmaram dois contratos, um de licença para uso de software e outro de serviços, sem observância do devido procedimento licitatório, o que resultou em prejuízo ao erário, uma vez que não foram contratados os serviços de menor preço. Conforme a ação civil pública ajuizada na época pelos Promotores de Justiça Márcia Christ Fonseca e José Alexandre Zachia Alan, os atos do então Prefeito violaram os princípios que regem a Administração Pública, especialmente os da legalidade e moralidade. 

Para Henrique essa afirmação não procede. Ele alega que a renovação do contrato observou os princípios preconizados pela lei das licitações. “A renovação do contrato de prestação de serviço de informática firmado com a empresa Dueto Tecnologia Ltda observou os princípios preconizados pela lei das licitações, e, conforme consta da sentença e laudo técnico firmado pelos técnicos do Ministério Público, não houve qualquer comprovação de prejuízo ao Erário Público, já que os preços contratados estavam em sintonia com o que vinha sendo praticado no mercado”, conta.

Em 1ª instância, o ex-Prefeito teve suspensos seus direitos políticos por três anos e foi condenado ao pagamento de multa civil em duas vezes o valor bruto da última remuneração como Prefeito Municipal e proibição de contratar com o Poder Público e receber incentivos fiscais pelo prazo de três anos. Já a empresa ficou proibida de contratar com o Poder Público e receber incentivos fiscais pelo prazo de três anos. 

Na Apelação, no entanto, a Promotora de Justiça Laura Regina Sedrez Porto questiona a sentença inicial. Isso porque em sua decisão, o Magistrado entendeu não ter havido prejuízo ao patrimônio público, o que resultaria em aumento da pena. 

Assim, pede que a sentença seja reformada e que o ex-Prefeito seja também condenado ao devido ressarcimento integral do dano, além de ter seus direitos políticos suspensos por oito anos, pagar multa civil arbitrada em duas vezes o valor do dano e que seja proibido de contratar com o Poder Público pelo prazo de cinco anos. Em relação à empresa, pede que a mesma seja condenada a ressarcir integralmente o dano, pague multa civil arbitrada em duas vezes o valor do dano e seja proibida de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais pelo prazo de cinco anos.

Sobre a reformulação da sentença, o ex-Prefeito disse que as questões levantadas serão rebatidas em momento oportuno, no próprio processo. “A sentença também será questionada pela defesa, através do competente recurso, e acreditamos que a sentença será integralmente reformada para julgar improcedente a ação”, finalizou.

Edição de 21/01/2015

Eduardo Alvares Soares lança livro sobre o 27 de Janeiro de 1865


No dia 27 de Janeiro, as 21 horas, no Instituto histórico e Geográfico de Jaguarão, será lançado o livro "1865" de Eduardo Alvares de Souza Soares. A edição é comemorativa ao Sesquicentenário da Resistência ao Ataque Blanco a Jaguarão, ocorrido nessa mesma data em 1865. O prédio do  IHGJ fica localizado na rua Marechal Deodoro, 874.

O acontecimento histórico insere-se na  CAMPANHA DO URUGUAI,  iniciada em 1864, quando o Exército do Sul, comandado pelo Gen João Propício Menna Barreto, invade o território  ORIENTAL para unir-se ao Exército Libertador do Gen. uruguaio Venâncio Flores,  líder "colorado",  com o objetivo de provocar a queda da cidade de Paysandú, apoiados pela esquadra brasileira do Almirante Tamandaré.

O motivo da invasão brasileira era provocar a queda do Governo "blanco"  do Presidente Atanasio Aguirre e impor o próprio Gen. Venancio Flores no poder.
O ataque " blanco"  a Jaguarão  insere-se dentro deste contexto.

As primeiras 50 páginas da obra 1865, de Eduardo A. de Souza Soares, tratam deste tema. As 158 páginas restantes relatam o ataque a Jaguarão através de longas  e detalhadas notícias, bem como  crônicas jornalísticas narrando o dia a dia da cidade preparando-se para o ataque, que foram publicadas em dois jornais da cidade do Rio Grande: " O Commercial"  e o " Diário do Rio Grande", o que permitem ao leitor acompanhar a formação das trincheiras improvisadas nos dias 25 e 26 de janeiro, bem ainda as mulheres e crianças refugiando-se nos iates fundeados no rio Jaguarão;  as cargas de artilharia das canhoneiras APA e CACHOEIRA, bem ainda do lanchão da Mesa de Rendas; o levantamento, feito em abril de 1865, por Francisco Pedro de Abreu, o " Moringue" arrolando nome por nome, com valores, das 155 propriedades rurais que foram saqueadas e depredadas depois do ataque: os projetos de trincheiras definitivas, de " tijolo e cal", de maio de 1865, obtidos no Arquivo Histórico do Exército; a memória DA PRIMEIRA COMEMORAÇÃO HAVIDA EM JAGUARÃO APÓS O ATAQUE, COM O POVO NAS RUAS, EM 27 DE FEVEREIRO DE 1865,  bem ainda dos festejos do  CENTENÁRIO,  EM 27 DE JANEIRO DE 1965.

A obra 1865 contém 33 ilustrações. COM OUTRAS CURIOSIDADES MAIS: A DIVULGAÇÃO DA DATA DE QUANDO A ANTIGA RUA DAS PRAÇAS PASSOU A CHAMAR-SE RUA 27 DE JANEIRO ( hoje avenida 27 de Janeiro ).
Sendo inédita, recolhe toda a história da data que permitiu a Jaguarão ser cognominada de CIDADE HERÓICA.

O LANÇAMENTO DA OBRA 1865 SERÁ NO DIA DO SESQUICENTENÁRIO DO ATAQUE      " BLANCO ",  27 DE JANEIRO DE 2015, ÀS 21.00 HORAS, NA SEDE DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE JAGUARÃO, À RUA MARECHAL DEODORO,  874.

            Todos os que lerem esta nota estão convidados

Edição de 21 de janeiro de 2015

sábado, 24 de janeiro de 2015

MOCHILADA SEM FRONTEIRAS - Oaxaca e seus pueblos tradicionais


Por Guilherme Larrosa

Seguindo viagem, decidi passar 8 dias no estado de Oaxaca – um dos estados mais antigos do México e um dos mais ricos em artesanias e templos Zapotecas – Porém, como eu estava viajando naquele esquema grana-curta-seja-o-que-deus-quiser, descobri uns ônibus clandestinos que saíam do monumento de La Revolución, na cidade do México. 

Por 200 pesos mexicanos, você viaja até Oaxaca em seis horas pela madrugada. Os ônibus normais cobram de 400 – 500 pesos. Oaxaca de Juarez é uma cidade muito rica em patrimônio arquitetônico e fica lotada na época da Festa dos Mortos, porque nos seus arredores estão todos os “pueblos” mais tradicionais do México. Para visitá-los, basta pegar um táxi que cobra 10 pesos até os vilarejos, os mais longes ( 2h de carro) custam 15 pesos. Destaco o Pueblo de Mitla, pelos templos intactos Zapotecas e a produção de mantas e roupas – as mulheres tecem os fios coloridos nos dedos e se conhece todo o processo do tear, muito bonito – e também se conhece o processo do mezcal – bebida parecida com a tequila. No dia 31 de Novembro, todo mundo vai para o cemitério de Xoxocotlán, o mais antigo e o maior da região Oaxaquena, é onde a festa acontece com as tumbas todas decoradas, cheias de velas, flores e comidas.

As famílias ficam reunidas com seus entes queridos que já se foram e muitas bandas tocando marchinhas até o amanhecer. O carnaval mexicano. Outro pueblo legal de conhecer é Arrazola, onde se encontram os famosos Alebrijes – animais surreais feitos em madeira com pinturas coloridas – de todos os tamanhos, preços e formas. Deixando Oaxaca, peguei uma van que me levou até Puerto Angel – litoral do Pacífico – foram seis horas dentro de uma van, subindo e descendo montanhas. Leve um Dramin. Chegando lá, o clima muda, calor predominante e muita natureza. Meu destino era o Pueblo de Zipolite, um pequeno povoado habitado pelos hippies da década de 70. Conheci um dos fundadores e ele me contou que o grupo foi até a praia para ver um eclipse lunar e nunca mais saíram de lá. A beleza do lugar é grande demais e dá para entender o motivo do surgimento do pueblo.

Fiquei 5 dias dormindo numa rede ao ar livre e tomando banho na mata. O contraste do meu ritmo acelerado vindo de uma metrópole comparando a um estilo de vida tranquilo como esse, faz a gente notar o que realmente vale a pena.


Foi difícil, mas voltei para a cidade do México com destino a Península de Yucatán – Caribe.




Edição de 14/01/2015

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

MOCHILADA SEM FRONTEIRAS - México e a Cultura da Festa dos Mortos


Por Guilherme Larrosa

Acabei de voltar de uma viagem onde percorri o interior do México por um mês. Resolvi viajar justo na data da Festa do Dia de Los Muertos, o nosso feriado de finados aqui do Brasil. No México, a morte tem outro significado, eles celebram o retorno dos mortos queridos, festejando nas suas lápides e altares cheios de flores, frutas e comidas. Decidi passar uma semana na capital mexicana, 10 dias no estado de Oaxaca e 10 dias na península de Yucatan, no golfo do México.

Essa viagem vai render umas 3 colunas, pois o país é rico em cultura, história e coisas para fazer. Começando pela Cidade do México, eu achava que seria uma cidade mais caótica que São Paulo, por ser uma das maiores cidades do mundo. Me surpreendi, a capital é sim gigantesca e sua desigualdade social é assustadora, porém o centro da Cidade do México me pareceu menos caótico que eu imaginava. Eu cheguei com a minha mochila no aeroporto as 6h da manhã e meu couchsurfer estava numa região mais ao sul, ou seja, metrô ABARROTADO era a minha visão naquele momento. Depois de 1h pulando de linha em linha cheguei a minha casa mexicana.

Fiquei na casa de uma família que veio do norte do México, me receberam com frijoles (feijão) e abacate, comida rara para começar o dia. A " señora" me explicou sobre a cultura da festa dos mortos, afinal, na casa havia um altar todo decorado com pertences e mimos do pai falecido. Diz ela, que o altar é montado para receber os espíritos no dia 31 de Outubro e a comida não deve ser tocada nem consumida, pois é para o visitante. A Cidade do México é muito bonita, muito espanhola porém com aquele toque latino americano exagerado, que dá nossa identidade. O mais impressionante é ver as ruínas aztecas espalhados pela cidade e pensar que aquela civilização, tão desenvolvida, foi posta abaixo pelos espanhóis. No centro histórico de DF, a cidade azteca está soterrada por anos de inundações arquitetadas pelos espanhóis, após perderem a primeira batalha.

Dizem que quando abriram os túneis do metrô, encontraram os palacetes cheios de pertences intactos, acredito que o maior tesouro da América esteja ali embaixo. Impossível ir a Cidade do México e não ir ao Museu de Antropologia - Ali se aprende tudo sobre nosso continente e sobre todas as civilizações da América central e América do sul, com peças originais e monumentais de cair o queixo. Difícil de não citar também o Mercado de Sonora, um grande mercadão que vende tudo que pode imaginar, eu disse tudo. Quase voltei com uma coruja embaixo do braço.

Visite também o bairro antigo de Coyoacan, onde está a casa de Frida Khalo e suas praças bucólicas e também os bairros modernos de Roma e Condesa.

Ponto forte da viagem: A comida. Prepare-se para ingerir todos os anticorpos possíveis, pois uma viagem ao México, seu corpo vai voltar imune. Tem muita comida de rua, umas muito boas e outras bem assustadoras. Realmente tem todos os tipos de pimenta, desde a mais fraca até lava vulcânica, vale a experiência de comer " los chapulines" que são grilos temperados na pimenta. Nada muito incrível, gosto de inseto.


Por fim, a cidade de Teotihuacan deve ser visitada sim ou sim, ela fica 1h de DF e é uma aula real sobre a cultura Azteca. Não saia de lá sem subir os 300 degraus da Pirâmide do Sol e ver o alinhamento geometrico que desenha a cidade habitada pelos grandes Aztecas.


Edição de 07/01/2015

Coluna Gente Fronteiriça: Florêncio, Vigário pelos quatro costados

Dedico a coluna desta semana a um grande amigo de meu pai e minha família, meu Padrinho, Padre Florêncio Lunelli. 

Para regozijo da comunidade de Jaguarão, querido e admirado por todos,  ele retornou à nossa cidade para fixar moradia na Casa Paroquial da Matriz do Divino. Recupera-se com êxito de alguns problemas de saúde. Nada demais, velhice, disse-me ele.  

Há alguns dias, manuseava seu livro, “Memórias de um vigário”  editado em 1990 e planejei publicar um de seus contos aqui no Gente Fronteriça. E nada melhor do que faze-lo agora, quando está aqui conosco, na terra que tanto ama. 

Reproduzo as palavras do saudoso Cura Vicente  Ramos no prefácio do citado livro, para definir o Padre Florencio. “Es vigário por los cuatro costados. Ser vigário no es una profesión, es una vida, es un sublime destino y un verdadero desafío. Quizá una de las vocaciones más comprometidas y profundamente humanas, porque el vigário no tiene horarios, no se aposenta, y todos sus minutos están envueltos y dominados por su sublime misión”.    

Vamos ao causo escolhido,  o qual revela um dos seus grandes divertimentos, a pescaria, e que tem por título: 

Põe Cachorro Nisso!

Um dos fracos do vigário é a pescaria. Se os deveres lhe permitissem, iria pescar pela manhã e, se o convidassem à tardinha, ou à noite, lá estaria correndo de novo.

Com seu companheiro Joãozinho, de mais  de oitenta anos, hoje falecido, lá foi ele para as bandas do Juncal, no açude de um grande amigo. Com a devida licença e prazer do dono, se instalaram  nas suas margens. Lançadas as linhas, presas aos guizos e sininhos que indicavam as primeiras “mamadas” do peixe e fazem o pescador atento à disparada para a fisgada, foram surpreendidos pela chegada do proprietário, seu Edgard. Trazia-lhes além da costela, o assador. Que cavalheirismo, delicadeza e amizade.

É claro que, enquanto assava a apetitosa carne de ovelha o seu Xisto (este o nome do empregado) mandava os seus tragos de caipirinha. Faz parte do ritual.

E entre os “causos” que se contavam, narrou: “Certa feita, lá pelas alturas de São Diogo (fronteira do Uruguai com Herval) apareceu tanto cachorro comedor de ovelhas, que, escondido num mato, matei pra lá de cem”! Foi então que o seu Joãozinho não se conteve e numa risada gostosa que quebrou as trevas da noite, arrematava: “eta mundo velho, bota cachorro nisso”!

Sempre se ouve contar que caçador e pescador são mentirosos. Não é que mintam. É que, “quem conta um conto, sempre acrescenta um ponto”. Daí, porque tanto os números, quanto as medidas e os tamanhos aumentam.

Aliás, quem passaria uma noite, às vezes em meio a uma mosquitama furiosa, inconveniente e perseverante, sem contar as suas estórias, espantando o sono e esperando o tilintar das campainhas, anunciando que um jundiá ou uma traíra estão querendo disparar?  

Jorge Passos   

Publicado na coluna Gente Fronteiriça do Jornal Fronteira Meridional em 14/01/2015

CANAL DE COMUNICAÇÃO: Eu sou Charlie

Por Arnoni Lenz

De um momento para outro todo o mundo está consternado com o que aconteceu ao jornal francês CHARLIE EBDO com o ataque bárbaro, radical de descentes de povos árabes que nada tem de islamitas e usam a religião para justificar sua barbárie. O Alcorão, bíblia do Islam, nunca pregou a violência. Alá, o Deus deles, muito menos. As normas seguidas pelo EI não tem uma única referência nas pregações de Maomé, seu principal profeta e que pode ser comparado com o profeta dos católicos que não é nada menos do que Jesus. Portanto não é por atitudes de grupos isolados, radicais e violentos que podemos isolar um povo ou uma raça. O Brasil muito deve aos descendentes árabes que para cá vieram e ajudam nosso país a crescer. Criam suas famílias aqui, casam com brasileiras e são muito bem quistos pelos brasileiros que carinhosamente e às vezes erroneamente os chamam de turcos. Turco é originário da Turquia e palestinos, a maioria dos que aqui vivem, ou outros povos, pois são inúmeros os países de  origem árabe, são como a própria palavra diz: árabes. 

Mas o motivo desse assunto não é exatamente colocar cada um no seu lugar e sim dizer da minha consternação em ver que só agora quando houve um ataque que matou doze pessoas, de um jornal importante, de um país importante e que atingiu a imprensa, ou melhor, a mídia, é que se verificam atitudes mundiais, de autoridades mundiais, de tomada de atitudes de segurança nunca antes vistas. É claro que também repudio esses atos de terror, mas porque o mundo, os países, as autoridades principais do planeta não tomaram ou continuam tomando atitudes semelhantes quando é público e notório que isso e muito pior que isso vem acontecendo por todo o mundo, desde sempre. Ou vamos tapar os olhos para o que vem acontecendo na Síria, onde milhares de pessoas, incluindo mulheres e crianças são trucidadas diariamente, e o que é pior, por dinheiro e poder. Assim poderíamos enumerar dezenas de países onde a situação é semelhante, não haveria papel nem espaço para nos referirmos a todos. O que é que está sendo feito como um todo contra o atual EI, grupo que vem aterrorizando o mundo. E para esses, podem crer que não acredito em atitudes sociais, diálogos, ou seja, o que for. Reconheço que violência gera mais violência, mas citem uma atitude real, plausível que possa pelo menos minimizar todo esse mal. 

No Brasil a coisa não é muito diferente, mas aqui ainda os do mal estão sendo protegidos pela mídia, não sei até quando. Os casos de roubos, falcatruas e sem-vergonhices estão sendo apresentados aos poucos. É só nos lembrarmos da Petrobras, do leite, dos políticos na quase totalidade e agora na saúde e na classe médica. Vou precisar de uma edição completa do meu jornal para me referir a tudo. Para encerrar uma reflexão: SERÁ MESMO QUE A HUMANIDADE FOI CRIADA  À IMAGEM E SEMELHANÇA DE DEUS

Publicado na edição de 14/01/2015

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

A Magia da Lagoa

Foto: Portal del Lago

por Vicentepimentero
O apêndice da Lagoa Mirim que nos pertence como balneário de uruguaios e brasileiros no país vizinho, esconde-se em um dos paraísos mais incríveis e naturais por que não dizer da América Latina. É claro que, padrões estéticos à parte, poderia ser um destino turístico melhor balanceado, ora por sua capacidade de carga, ora pelo respeito ao meio ambiente.
Há contradições quanto a suas belezas naturais justamente pelo impacto irreversível desse turismo de massa, que passa pela vida sem dar-se de conta, assim como pela lagoa, sem dar a ela o merecido valor. Mas como tudo na vida não são flores, ainda convivemos com essas afrontas de comportamento social que destoam com o que se quer para o nosso entorno. Quando digo o que se quer, me auto intitulo porta voz daqueles que vivem a lagoa desta maneira apaixonada, onde a relação homem e natureza atravessa os limites da preservação, seja ela, através do respeito à dita natureza ou, apenas, à contemplação da mesma.
Fraldas usadas e jogadas na areia à parte, pode se dizer que a Laguna continua apaixonando a todos e as quantidades de famílias e pessoas que escolhem o balneário como sua casa, decidem ir morar por lá, crescem dia a dia a diversidade de sua vegetação, seja ela nativa, de médio ou grande porte, seja ela caseira, através de plantas, jardins, e amor ao meio em que se vive.
Na lagoa a regressão de pássaros, a diversidade biológica, e o contato explícito com a natureza fazem com que qualquer pessoa se encante à primeira vista, olhar, sentir, cintilar. Os poucos quilômetros que separam o charco d'água doce do mar, trazem um ar holístico com energia pampeana que apazígua qualquer alma batida que por ali se aprochegue. O luar, assim como o pôr do sol são os mais lindos que já vi, e olha que me dedico a isso. Na lagoa o tempo é outro, naquele rinconcito al este del Uruguay, as plantas florescem com sabor a vida pura, os mais lindos pássaros te visitam na hora do chimarrão, e quando a madrugada entra os jovens se entorpecem de noite na areia tíbia onde abunda a água límpida pelos juncos.
Para ser Lagunero basta somente saber algumas coisas, entre elas, que ali habitam seres totalmente apaixonados e entrelaçados com a natureza. Vou usar uma frase que meu caro amigo Odyr publicou, há muitos anos atrás, quando falava do meu primeiro bar, lá na cidade de Pelotas...."vá, mas não avise os Alliens"
Publicado na edição de 07/01/2014

Os 118 anos do Teatro Esperança

Em 2009 iniciou o restauro, ação do IPHAN e Prefeitura, com recursos do PAC Cidades Históricas

por Andréa Lima

Enquanto escrevo este texto, imagino o quanto a cidade estaria em polvorosa há 118 anos , com a inauguração do Teatro Esperança.

Com certeza este seria o assunto mais falado nos bares, lares, vielas e esquinas.

A construção teria iniciado dez anos antes, no ano de 1887, e a noite de 13 de janeiro de 1897 prometia um fabuloso espetáculo com a Companhia Lírica e Operetas Cartocci.

Não foi o primeiro teatro da cidade, mas o grande fluxo de artistas vindos dos grandes centros do país em direção ao Uruguay e à Argentina exigia uma casa de espetáculos à altura. Também eram muitas as companhias rio-pratenses que ingressavam ao Brasil pela fronteira Jaguarão-Rio Branco e que, por aqui, se apresentavam e angariavam fundos para seguir viagem.

Nos primeiros tempos, não havia a ponte, e os artistas desembarcavam dos vapores no porto, com suas vestes e trajes coloridos. Chamavam a atenção dos guris de calças curtas, ruborizavam as moças e, de uma forma ou de outra, mexiam um pouco com a vida de toda a população.

Eram muitos e diversos: cantores, mágicos, dançarinas e trupes circences, que promoviam rebuliço por onde quer que passassem. Talvez fosse por isso que o Teatro Esperança, no começo, possuía um tablado móvel, que poderia ser removido, transformando o espaço em um grande picadeiro.

Contam que além das apresentações artísticas, aí também eram realizadas festas e bailes de carnaval.

No Teatro havia um depósito de carbureto, utilizado como combustível de iluminação, arquibancadas, como acomodações típicas do formado polytheama, e uma cocheira, que ficava localizada aos fundos da edificação. O prédio possui uma acústica perfeita, considerada entre as melhores dos teatros decorativa mural.

Naqueles tempos não havia televisão e, talvez por isso, a casa passasse cheia. Em um período posterior, com o advento da sétima arte, o Teatro também funcionou como cinema, com os melhores filmes em cartaz. Com o passar do tempo e a estrutura se tornando precária, o local foi, aos poucos, se esvaziando. Faltavam recursos para as reformas tão necessárias e as verbas de seus proprietários não eram suficientes.

Em 1990 foi tombado como Patrimônio Histórico do Rio Grande do Sul e, em seu centenário, no ano de 1997, foi municipalizado.

Quando era criança, frequentei muitas vezes o teatro, com as peças amadoras infantis e as promoções escolares. Na adolescência lembro muito bem dos agitos do Jaguararte, dos espetáculos de dança e dos números de teatro e música que, de vez em quando, aconteciam por aqui. Passei um tempo longe da cidade e, quando retornei, ainda pude acompanhar aquele que acho que foi seu último espetáculo antes do restauro, uma apresentação maravilhosa do “Caminhos de Si”.

Restauro em fase final - foto Fernanda Cassel
Em 2009, com uma ação articulada entre a Prefeitura Municipal e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, através do Programa PAC Cidades Históricas, começaram as obras de restauro do Bem.

Recuperou-se o telhado, a pintura mural e parte das galerias, que estavam em estado avançado de comprometimento. Com a segunda etapa do programa as obras prosseguiram e, apesar da demora e complexidade típicas de uma obra de restauro, o prédio em breve será devolvido em excelentes condições ao uso da comunidade.


Vida longa ao Teatro Esperança, desejamos mais 118 anos de história!


Edição de 14/01/2015
foto Fernanda Cassel
 

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Espaço do Mosqueteiro: Grupo gremista em sintonia

Por Santiago Passos 

Sou o Santiago Passos, gremista há 29 anos com orgulho, e irei substituir meu amigo Mauro Croucillo  dando sequencia a este espaço dedicado ao Imortal Tricolor, pois, talvez por azares do destino,  desde que ele começou a escrever nesta coluna, o Grêmio não ganhou mais nada. Depois da desistência dele, apesar do belo trabalho que realizou, combatendo sem tréguas o nobre representante do Saci , sem golpes baixos, não tenho  dúvidas de que o Grêmio irá ganhar tudo este ano.

O time subiu a Serra até Gramado nesta segunda-feira, onde irá realizar a sua pré-temporada sem grandes novidades no elenco. Com apenas três contratações, o meio-campo Douglas, o lateral-esquerdo Marcelo Oliveira e o lateral-direito Rafael Galhardo, o nosso técnico, Luis Felipe Scollari, terá que trabalhar muito para conseguir formar um time competitivo para esta temporada, pois jogadores considerados importantes na temporada anterior foram negociados pela direção gremista para poder reduzir os custos e se enquadrar na nova realidade do futebol brasileiro, tentando repetir a fórmula campeã dos anos 90.

O atual elenco do Grêmio irá contar com muitas caras novas, a maioria de jogadores oriundos das categorias de base do próprio time que irão ganhar oportunidades entre os profissionais. O maior reforço do time nesta temporada, curiosamente, já pertencia ao Grêmio. É o atacante Marcelo Moreno, campeão brasileiro pelo Cruzeiro e um dos goleadores do Brasileirão do ano passado. E outra aposta da direção técnica é o velho conhecido da torcida gremista, o meio campista Douglas. Com muitos altos e baixos na anterior passagem pelo tricolor, torçamos para que mantenha regularidade e dê consistência ao time, principalmente no setor no qual tivemos carência ultimamente, a armação de jogadas. 
O grupo gremista está em sintonia, pois nas entrevistas dos dirigentes, comissão técnica e jogadores, todos concordam que é fundamental ganhar o Campeonato Gaúcho neste ano, começando por arrumar a casa, afinar o time, para depois pensar em ganhar os títulos da Copa do Brasil e do campeonato Brasileiro.

Enquanto isso, na Copa São Paulo de Futebol Jr., a gurizada do time do Grêmio se classificou para a segunda fase do torneio após vencer o time do América-SP, de goleada por três a zero, jogando bem e conquistando a vaga por mérito. Quem sabe o próximo reforço para o Felipão não venha deste time?

Publicado na Edição de 14/01/2015

Espaço do Saci: Diego Aguirre Inova

Por Marcos Sagrera

Teve início no sábado passado o começo da pré-temporada do internacional na serra. O colorado subiu até Bento Gonçalves onde passará dez dias em fase de treinamento físico, técnico e tático para depois voltar ao CT do Parque Gigante para finalizar os trabalhos. Será um ano de várias competições e esse período é determinante para o desempenho da equipe durante o ano.

Os jogadores não gostam muito desse início de trabalhos, pois geralmente a comissão técnica puxa o couro dos atletas na parte física e a parte técnica e tática é deixada de lado. Mas o treinador uruguaio Diego Aguirre mostrou um método de trabalhar não muito adotado no Brasil. Surpreendeu a todos iniciando logo de cara os treinamentos com bola juntamente com a preparação física e a parte tática. Tudo isso ao mesmo tempo, uma metodologia muito utilizada em equipes europeias, mostrando juntamente com a sua comissão técnica, que são profissionais atualizados e dispostos a implantar um trabalho diferenciado.

Logo de cara, ganhou a aprovação da boleirada que já teve contato com a bola no primeiro dia de treinamento. Mostrou conhecimento na parte tática obrigando os jogadores a se posicionarem corretamente e indicando que sua equipe será de marcação forte e de velocidade, sem aquela mesmice burocrática de passes para o lado do ano passado. Diego Aguirre quer troca de passes rápidos com objetividade, em direção ao gol. A amostragem dos primeiros dias foi altamente positiva e o torcedor está começando a se agradar do estilo do novo comandante, tomara que os jogadores abracem as ideias do treinador e sigam a risca suas orientações.


Com relação a contratações, nesta semana devem ser anunciados três novos nomes. O meia De Arrascaeta da seleção uruguaia, o zagueiro Réver e o atacante Vitinho. Este último, a meus ver, totalmente desnecessário. O volante Alisson do Santos também está sendo especulado. Creio que ainda necessitamos de outro zagueiro de qualidade e de um centroavante goleador. Os dois nomes que foram anunciados até agora foram os do volante Nilton e do lateral Léo, ambos foram eleitos os melhores de suas posições em 2013 no Brasil. Em matéria de contratações, começou bem a gestão do presidente Vitório Píffero. Aguardemos os próximos capítulos.

Publicado na Edição de 14/01/2015