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sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Espaço do Saci - Vitória contra o Goiás é obrigação

Por Marcos Sagrera

. Mais uma rodada se passou sem que o internacional apresentasse um futebol convincente. No jogo de sábado contra o Joinvile, precisou parir uma bigorna para vencer a partida. Da partida o importante foi o resultado e os três pontos conquistados. O cérebro do time Dalessandro entrou no segundo tempo e mesmo sem estar com o ritmo de jogo ideal, deu outra cara ao time.


. Lisandro Lopes machucado deu lugar a Vitinho. Este tem uma vantagem em relação ao primeiro. Vitinho, mesmo não tendo a mesma vontade de Lisandro , chuta muito a gol e tem imposição e velocidade na jogada individual, foi através dele que o colorado criou as melhores chances. E foi ele quem acabou decidindo o jogo em um passe perfeito de Dalessando.

. Valdívia teve atuação apagada assim como Anderson e Alex. Esse meio de campo não vai dar liga do jeito que está. Na próxima partida, o capitão colorado já deve iniciar como titular se tudo correr bem durante a semana. Não sei se ao lado de Anderson ou de Sasha que também voltou ao time, mas vai demorar mais tempo para se readaptar e readquirir ritmo de jogo, menos mal que tem a semana inteira de treinos pela frente para ganhar condicionamento físico e ritmo de jogo.

. Foi com Dale , Sasha, Vitinho e Valdívia que o técnico Argel conseguiu armar melhor o seu time até agora, mas temos dois jogadores aí voltando de longa parada e não se pode esperar o mesmo rendimento de antes da parada, mas o importante é que nessa reta final, o colorado volta a ter opções, pois Lisandro estará a disposição também.

. No próximo jogo contra o Goiás no Serra Dourada, precisaremos de todos, o campo é grande e o calor é insuportável, o técnico Argel terá que ser inteligente pra armar um time que marque bem e não deixe de atacar, pois o adversário está desesperado lutando pra não cair e vai vir pra cima, com isso os espaços irão aparecer e terão que ser aproveitados. Se conseguirmos sair na frente, inevitavelmente sobrarão mais espaços ainda e é aí que entra o treinador, fazendo as substituições corretas pra não deixar o time cair de rendimento. Como já é de praxe, o inter faz um gol e acha que está tudo resolvido, isso precisa mudar, não pode abdicar do jogo e de ter a posse de bola, se não, vai acabar tomando gol e tendo que correr atrás do prejuízo. Se souber jogar com inteligência e usar o nervosismo do adversário a seu favor, poderá sair de Goiânia com os três pontos, para isso, não pode ser covarde. A vitória é obrigação e pode colocar o time no G-4.


Jaguarão. Ontem, Hoje - Passo do Centurião

Por Cleomar Ferreira

Provavelmente o nome se origina de algum proprietário de terras nesse local no lado uruguaio. Divisa do território brasileiro com o a República Oriental del Uruguai.

Este lugar era para ter sido uma freguesia, (mais tarde uma cidade, quem sabe) mas que não chegou a concretizar-se. Segundo historiadores havia sido reservada “meia légua” quadrada para o povoado. A fundação da freguesia não se concretizou, embora a Câmara de Jaguarão em 1854, expôs ao Presidente da Província que esperava a criação da citada freguesia. Os limites desta freguesia seriam Arroio do Bote e a estrada real até Candiota, desmembrando-a da Freguesia de São João do Herval.

No lado uruguaio nesse local foi construído um edifício para servir de aduana. O Passo do Centurião foi um elo de comunicação onde os produtos do comércio local passavam de um lado para outro dessa fronteira. Diligências vindas de Melo, Cerro Chato e outras localidades rumavam para aquele ponto.

Em 1851, para juntar-se às tropas brasileiras que seguiram rumo a Argentina, na luta contra Rosas, passou pelo Passo do Centurião a 3ª Divisão do Exército Brasileiro, composta por 10 Batalhões de Infantaria e 06 de Cavalaria, comandada pelo Gen. José Fernandez dos Santos Pereira. Quando o império do Brasil prestou seu apoio ao General Flores contra Aguirre, no Uruguai, em 1864, uma força brasileira sob o comando do Barão de São Gabriel, que tinha a missão do ocupar Melo, partiu de Jaguarão, sendo composta pelo 4º Batalhão de Infantaria aqui estacionado e o 15º Corpo de Cavalaria da Guarda Nacional, do Herval, comandada por Guerreiro Vitória, que atravessou o Centurião, dirigindo-se ao país oriental.

Chasques de negócios e trazendo ou levando notícias das guerras e revoluções dos dois lados, cruzavam o rio e no início de 1865, ao aproximar-se o dia 27 de Janeiro, notícias chegavam que a invasão se daria por vários pontos da fronteira, inclusive pelo Centurião.

Enquanto as coroas trocavam papeis no campo da diplomacia, aqui nestes campos, falava o tinir dos ferros brancos, carnes dilaceradas pelo chumbo dos bacamartes com muito cheiro de pólvora, até que de tratado em tratado, no avanço e recuo dos limites sulinos, a fronteira foi firmada definitivamente neste rio e o passo ficou como uma porteira naquela divisa natural a partir de 1851.

É isso aí, um abraço e até a próxima edição.

Fonte: Baseado em textos de Léo S.Brum . 

Edição de 22/10/2015 Ano VI nº 235