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sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Jaguarão. Ontem, Hoje - Passo do Centurião

Por Cleomar Ferreira

Provavelmente o nome se origina de algum proprietário de terras nesse local no lado uruguaio. Divisa do território brasileiro com o a República Oriental del Uruguai.

Este lugar era para ter sido uma freguesia, (mais tarde uma cidade, quem sabe) mas que não chegou a concretizar-se. Segundo historiadores havia sido reservada “meia légua” quadrada para o povoado. A fundação da freguesia não se concretizou, embora a Câmara de Jaguarão em 1854, expôs ao Presidente da Província que esperava a criação da citada freguesia. Os limites desta freguesia seriam Arroio do Bote e a estrada real até Candiota, desmembrando-a da Freguesia de São João do Herval.

No lado uruguaio nesse local foi construído um edifício para servir de aduana. O Passo do Centurião foi um elo de comunicação onde os produtos do comércio local passavam de um lado para outro dessa fronteira. Diligências vindas de Melo, Cerro Chato e outras localidades rumavam para aquele ponto.

Em 1851, para juntar-se às tropas brasileiras que seguiram rumo a Argentina, na luta contra Rosas, passou pelo Passo do Centurião a 3ª Divisão do Exército Brasileiro, composta por 10 Batalhões de Infantaria e 06 de Cavalaria, comandada pelo Gen. José Fernandez dos Santos Pereira. Quando o império do Brasil prestou seu apoio ao General Flores contra Aguirre, no Uruguai, em 1864, uma força brasileira sob o comando do Barão de São Gabriel, que tinha a missão do ocupar Melo, partiu de Jaguarão, sendo composta pelo 4º Batalhão de Infantaria aqui estacionado e o 15º Corpo de Cavalaria da Guarda Nacional, do Herval, comandada por Guerreiro Vitória, que atravessou o Centurião, dirigindo-se ao país oriental.

Chasques de negócios e trazendo ou levando notícias das guerras e revoluções dos dois lados, cruzavam o rio e no início de 1865, ao aproximar-se o dia 27 de Janeiro, notícias chegavam que a invasão se daria por vários pontos da fronteira, inclusive pelo Centurião.

Enquanto as coroas trocavam papeis no campo da diplomacia, aqui nestes campos, falava o tinir dos ferros brancos, carnes dilaceradas pelo chumbo dos bacamartes com muito cheiro de pólvora, até que de tratado em tratado, no avanço e recuo dos limites sulinos, a fronteira foi firmada definitivamente neste rio e o passo ficou como uma porteira naquela divisa natural a partir de 1851.

É isso aí, um abraço e até a próxima edição.

Fonte: Baseado em textos de Léo S.Brum . 

Edição de 22/10/2015 Ano VI nº 235



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