Um espaço aberto para o leitor

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Coluna Gente Fronteiriça - As Guerras de Todos Nós

Por Wenceslau Gonçalves

Indiscutivelmente, o mundo, hoje, está mergulhado numa série de conflitos bélicos, localizados em suas mais diversas regiões e sob a alegação dos mais diversos motivos. Assim, morrem milhares de pessoas que acreditam estarem defendendo sua religião, sua cultura, seu território ou seu direito de expressão, entre outros. Todos eles sagrados, sem qualquer dúvida. A questão a ser debatida é a de saber se, realmente, os motivos que levam a tanta estupidez são legítimos ou se apenas correspondem à ganância narcísica de megalomaníacos ávidos de poder ou de dinheiro.

Quem achar que não tem nada a ver com o que está ocorrendo, diariamente, em todo o mundo é ingênuo (ou desinformado) o bastante para não saber que a tão decantada “globalização” serve tanto para o negativo quanto para o positivo. Não quero entrar em juízo de valores para discutir qual das ditaduras está com a verdade. Se a ditadura do capital financeiro, incorporada, atualmente, pelo império estadunidense que quer dominar o mundo e, para atingir esse objetivo, não hesita em jogar bombas mortíferas sobre crianças e mulheres indefesas ou a ditadura do fanatismo, que mantém regimes, às vezes familiares e domésticos, com mão de ferro e tenta sobrepujar culturas distintas obrigadas a conviver em territórios nos quais não possuem qualquer autonomia. Só para exemplificar, neste último caso, podemos lembrar dos curdos, dos palestinos, dos ciganos, que, atualmente, são os que mais tem sido mencionados pela mídia. Sabemos que todos esses conflitos – muitos deles provocados artificialmente - tem como principal causa a busca da hegemonia econômica de grupos para os quais a vida não vale mais do que maiores saldos em contas bancárias.

E os ditos conflitos religiosos hoje tão presentes em nosso noticiário quotidiano? Bom, deuses bélicos não são novidades na história. “Meu Deus” (invoquei o meu) quantas ignomínias se concretizaram em teu nome ao longo do tempo! O problema, se eles existem mesmo, vai ser explicar-lhes porque tantos crimes precisaram ser praticados em seu nome! Aqui na terra, ainda não se conseguiu admitir a legitimação desses atos criminosos como vontade dos deuses atuais, sejam eles quais forem.

Em torno desses conflitos, a indústria bélica vai acrescentando gordos dividendos a acionistas que se sustentam da morte, da miséria, da doença e da fome, em escala cada vez mais ampla. Mesmo que esse custo inclua até mesmo condenar seus próprios jovens a perderem a vida, inutilmente, tanto do lado de agressores quanto de agredidos. É quase desnecessário mencionar aqui a guerra do Vietnã e, recentemente, a ocupação de outros tantos territórios do Oriente Médio e - para citar o outro lado - a criminosa utilização de “crianças-bombas” em atentados que culminaram com a morte de várias pessoas.

O poder, que é uma das invenções mais diabólicas exercidas pelo homem, também é um componente importante de uma guerra. Neste caso, é por demais evidente a disputa de força entre as lideranças responsáveis pelos genocídios que vem ocorrendo.

Digo que estas são uma guerra de todos nós, não só porque sofremos, diariamente, direta ou indiretamente, suas consequências, como, também, porque cada um certamente terá sua opinião favorável ou contrária a uma das partes envolvidas mas, sobretudo, porque nós, brasileiros, habitamos um país que, potencialmente, detém, por exemplo, as maiores reservas de água doce do mundo e este produto poderá ser causa de conflitos em um futuro não tão distante. Hoje, nosso “petróleo”, aparentemente, ainda não é motivo de cobiça, mas, no futuro, os preciosos mananciais hídricos localizados em nosso território poderão ser alvo de interesse de países que estejam carentes de água potável necessária a sua sobrevivência.


Envolver-se com a guerra não é, apenas, assistir seus horrores na TV como se fossem os joguinhos eletrônicos tão curtidos pelos nossos jovens e não só por eles. Algumas pessoas no mundo inteiro (poucas, ainda, infelizmente) já entenderam que é necessário mostrar sua indignação com o que está ocorrendo, na esperança de que, um dia, os poderosos de plantão ouçam a voz dos que ainda defendem que um novo mundo é possível desde que os que acreditam nisso se manifestem.

Edição de 08/04/2015  Ano IV nº 207



CANAL DE COMUNICAÇÃO - Corrupção

Por Arnoni Lenz

Poderíamos perguntar: quem hoje em dia não é corrupto? Sei que a resposta não é fácil, mas nego-me a acreditar que não existe mais gente honesta, que todos são corruptos. Não é possível que o homem tenha de tal forma entrado em decadência moral que não mais se possa acreditar em alguém. Sei por outro lado que corrupto não é só aquele que se locupleta com dinheiro de outrem, seja esse público ou privado. Existem várias maneiras de se corromper ou de se deixar corromper. E nesse caso entendo que corruptor ou corrompido, ambos são corruptos. Se não aprovo determinada atitude seja de quem for, amigo, familiar ou superior, é minha obrigação delatar o agente corruptor. Também considero corrupto uma pessoa que não cumpre com suas obrigações de trabalho, suas obrigações familiares, ou até alguém que prevarica em atitudes matrimoniais. Mas e daí? É também um caso de tornar-me um dedo duro, um delator? Tenho eu alguma coisa a ver com um relacionamento amoroso extra –conjugal? É realmente uma situação difícil e diferente. Penso que nesses casos vale a velha citação: em relacionamento de marido e mulher, ninguém deve meter a culher. O que realmente interessa é onde e como começa a aceitação de todos e quaisquer tipos de corrupção. Não tenho dúvida de que é na família, é pelo exemplo, é pela educação que transmitimos à filhos ou dependentes. Se criar meus filhos mentido, dizendo a eles quando alguém nos procura: vai lá de diga que não estou. Dizendo inverdades a toda hora, pessoalmente ou no telefone. Se dou desculpas esfarrapadas como: estou sem troco, quando alguém pede um trocado. Se minto a todo momento, ou ajo de maneira que os menores vejam ou ouçam que não estou sendo sincero, honesto, estou dando a eles pequenas aulas de corrupção. Isso é sim um tipo de corrupção que vai se consolidando na cabeça em formação e dá um respaldo futuro para que eles, agora já adultos tomem posicionamentos totalmente errados e condenáveis. Gazear aulas e depois inventar desculpas outras, é uma mentira, e toda mentira é um ato corrompido. Quando professores mentem, deveriam ser penalizados como qualquer infrator. Um médico ou dentista dar atestados falsos para justificar faltas no trabalho, é sim um ato de corrupção. E nesse caso peca quem pediu o atestado e quem o deu. E o mal causado é enorme, pois se for um trabalhador está sendo prejudicado o setor onde trabalha e se for um professor estão sendo prejudicados inúmeros alunos, os quais ainda criam problemas para dirigentes escolares ou seus próprio pais. Então não podemos condenar só os políticos como uma corja de corruptos. Eles realmente tem uma culpa ainda maior, pois ao tomarem atitudes condenáveis, além da infração frustram todos seus eleitores que lá os colocaram com muita confiança, esperando deles um bom trabalho pela sua região ou seu País. A coisa não é muito simples e a responsabilidade é muito mais ampla do que imaginamos quando agora protestamos a todo o momento. A frase é de Antoine Désaugiers: O BOM HUMOR E A SAÚDE TRANSFORMAM O INVERNO EM VERÃO.

Edição de 08/04/2015  Ano IV nº 207



Audiência Pública sobre Zoneamento Urbano e Ambiental será no dia 15/04

Expansão da cidade, área de free-shops e preservação de áreas verdes estão entre os pontos a serem debatidos



O zoneamento ambiental e urbano de Jaguarão são temas da Audiência Pública que ocorrerá na próxima quarta-feira (15), na Biblioteca Municipal. A atividade, que é aberta ao público em geral, tem como público alvo especialmente os empreendedores e moradores preocupados com o ordenamento e distribuição de áreas na cidade.

De acordo com o Secretário de Planejamento, Pedro Caetano, muitos problemas de infraestrutura nas cidades foram causados pelo crescimento desordenado e movimentos não planejados, por isso é fundamental que sejam feitos estes estudos de planejamento tanto com as ferramentas do zoneamento urbano como ambiental, para que a expansão das áreas industriais e comerciais, por exemplo, não causem grandes impactos negativos ao meio ambiente.

Sobre a Audiência Pública, Caetano destaca que a ideia principal desta atividade é preparar uma normativa pública, ter um plano diretor atualizado e preparar o crescimento do município com ordenamento urbano, responsabilidade ambiental e com qualidade de vida para a população. Em relação à dinâmica da atividade ele destaca que a mesma será conduzida pela Secretaria de Planejamento, Gabinete do Vice-Prefeito e Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Pelotas (FaUrb). “Durante o encontro vamos apresentar propostas que são fruto de um estudo feito em parceria entre a Prefeitura e a Faculdade de Arquitetura. Após essa explanação queremos ouvir a comunidade e colher as impressões e sugestões. A partir daí pretendemos unir todas essas ideias e então dar seguimento a este processo de organização. Em relação à parceria deste estudo que será mostrado cabe ressaltar que, inclusive, uma arquiteta recentemente contratada pelo Município está exclusivamente dedicada a este tema e está atuando junto a equipe da FaUrb em Pelotas”, explica.

Conforme o secretário a discussão deste assunto é uma preocupação do poder público e também uma demanda forte da comunidade que tem levantado diversos questionamentos que serão trabalhados neste processo. “Entre as questões levantadas com frequência é saber qual a localização das áreas que serão destinadas para atividades que tenham potencial poluidor, como ficará a expansão de Jaguarão com a construção da nova ponte, já que escritórios e outros empreendimentos devem ir para aquele entorno, se a área do aeroporto ainda está adequada para esta finalidade, ou então como é de fato a questão de preservação do patrimônio e das áreas verdes”, diz.

Outro ponto que deve ganhar destaque no debate da Audiência é sobre a área de instalação dos free-shops em Jaguarão. “Temos o exemplo de Rio Branco, com a rápida expansão das lojas, por isso precisamos dar grande atenção a esta localização para termos um equilíbrio que seja positivo para a economia do município, para a boa recepção aos turistas e claro para que não crie transtornos para nossa população local”, finaliza.

Edição de 08/04/2015  Ano IV nº 207





O código das relações interpessoais por Vicentepimentero

Não sou um esperto no assunto, mas na psicologia da vida real sabemos que para uma boa relação, os códigos, devem ser estabelecidos desde o começo. Cada código para cada relação. Um afeto, um irmão, família, colega, bichinho de estimação. As relações e os códigos podem ser diferentes, e o são, e em cada situação manejamos e lapidamos as diversas formas de contornar e penetrar em cada uma dessas relações. 

Não existe metodologia mais natural a do que ao andar natural na carruagem das coisas. Um sentimento, um mal estar, podem ser uma gota d'água na tempestade ou na calmaria. A torta de climão que pode se estabelecer em segundos tem o mesmo efeito contrário se uma das partes apazígua, maneja, lapida, como dito anteriormente. Mesmo com o instinto animal que nos caracteriza e a efervescência das emoções, temos, sempre, o poder do controle, o domínio, a excêntrica sabedoria de conduzir, com equilíbrio, a parafernália da mente. Do primeiro diálogo às entranhas da convivência e o irreversível excesso de confiança, somos postos à prova na dramática função de atuar, não apenas de sermos nós mesmos, mas sim encaixar-nos na caleidoscópica vida de outrem. 

Temos essas artimanhas desde que nascemos e os nossos pais aprendem a conviver, e nós com eles, e os códigos são lançados a prova, desde lá. O respeito é ganho a cada acordo, ou o desrespeito. Quando há um acordo ou uma complacência estabeleceu-se desde então um código de imediato que se fortificará ao passar do tempo, pra bem, ou pra mal, dependendo o ponto de vista. Somos capazes de manejar essas relações interpessoais e dosá-las conforme nosso caráter, sentimentos, ou emoções cotidianas, somos nossos próprios diretores e isso definirá a perspicácia de pular de grupo em grupo a cada ciclo de nossas várias vidas dentro da mesma. 

No entanto uso e abuso da frase de Niemeyer quando consultado sobre sua longevidade, o segredo está em não criar caso consigo mesmo disse o velho sábio. E nessas sabedorias da vida que vamos guiando nosso dilema de convivências. Nos afetos, os amorosos, a lei é a mesma, o amor dura o mesmo tempo do respeito, a convivência as vezes não, quando invalida é por que já azedou há algum tempo, e as vezes a insistência não respeita os códigos iniciais e nem se percebe a ruptura deles mesmos. No entanto ousa-se penetrar nessa dimensão já perdida e os efeitos colaterais são irreversíveis, quando percebe-se essa ruptura deve se dar um passo ao lado e deixar aliviar as feridas deixadas pela má interpretação do colapso. Uma boa relação depende desses códigos, por fim, de uma continuidade de considerações com os trejeitos do próximo e as benevolências de ambos.

Edição de 08/04/2015  Ano IV nº 207



Uma outra economia é possível por Andréa Lima

No sábado participei, ao longo de todo o dia, da Feira de Economia Popular e Solidária de Jaguarão. A manhã nasceu ensolarada e com um clima propício para a instalação das bancas na Praça Alcides Marques, que foi ocupada de um lado a outro, pela Avenida 27 de Janeiro, por artesãos, artistas, produtores rurais e outros empreendedores.

Trabalho como gestora e, por isso, acompanhei junto aos colegas de trabalho, desde o começo, o processo de organização da Feira, que acontece mensalmente desde fins de 2014. Mas também me vejo envolvida com ela como participante e expositora, pois desde o ano passado costuro bonecos e bonecas de pano, e acho que é uma ótima oportunidade para divulgá-los.

Faz parte da minha trajetória ter sobrevivido da confecção de artesanato ao longo de praticamente todo o período da faculdade, quando estudava Artes Visuais em Pelotas. Por isso, reconheço a importância do incentivo a quem se sustenta e mantém a família com este tipo de produção e acho fundamental que se estabeleçam políticas públicas de fomento.

Voltando à organização das atividades, a ideia inicial seria a de realizar uma Feira de Antiguidades, Artes e Artesanato, mas depois percebemos que seria interessante agregar outros trabalhadores do campo e da cidade ao projeto, pois temos produtos de excelente qualidade que são provenientes da agricultura familiar, por exemplo, e que aqui, assim como em outros lugares, ainda têm pouca visibilidade e escoamento.

Foi ampliado o leque para a construção da Feira da Economia Popular e Solidária de Jaguarão, cuja ideia logo foi se espalhando e chamando a atenção de diversos interessados. Participam e protagonizam a feira, hoje, além de associações e grupos organizados, como o das artesãs e dos produtores rurais, diversos trabalhadores e trabalhadoras que atuam em técnicas como o crochê, o tricô, o artesanato em couro e com pelegos, biscuit, EVA, customização, tingimento de tecidos e também com venda de livros, além dos tradicionais brechós e brics.

Na Feira também ganha muito destaque a venda de cactos, temperos e outras plantas, bem como os doces caseiros, pães e outras iguarias da culinária artesanal.

Estes grupos estão atuando na organização do Fórum Municipal da Economia Solidária, que pretende articular, além dos empreendedores da Feira, uma rede de trabalhadores e grupos como os profissionais da reciclagem, já organizados em cooperativa, pescadores, agricultores, quilombolas e entidades de assessoria, da gestão pública e do campo da educação.

Quero muito que esta organização cresça e se consolide e que, aos poucos, vá se formando uma nova consciência em torno do comércio justo, das formas de produção associativas e cooperativadas e da economia criativa em nossa fronteira, que tenha por base os princípios e bandeiras de luta da economia popular e solidária. Além da construção da autonomia e empoderamento dos trabalhadores, é uma das formas de se combater as desigualdades do sistema capitalista de produção, com atenção à qualidade das relações entre as pessoas. Precisamos, sem sombra de dúvida, avançar em muitas pautas que culminem na construção de um novo modelo de geração de renda mais justo e humano em nosso país. Vida Longa!

Edição de 08/04/2015  Ano IV nº 207







Campeonato Varzeano teve inicio neste domingo


A partir do domingo (12) o Campo Municipal começou a receber os jogos do Campeonato Varzeano 2015, o qual conta com a participação de oito equipes, sendo uma representante da cidade vizinha de Rio Branco (Uruguai).

De acordo com o Núcleo de Esporte e Lazer da Secretaria de Educação e Desporto, na chave A estão os times Camaleão, A.E.R América, Peladeiros/JR e G.E Brasil. Já na chave B estão as equipes Escuela Industrial, M-4, A.C. Jaguarense e Mauá/Esc. Tarumã.

A abertura do Campeonato Varzeano está marcada para às 13h e a entrada é gratuita.

Confira os jogos das três primeiras rodadas:
1º Rodada – dia 12 de abril
-Camaleão X A.E.R. América (Chave A)
-Escuela Industrial X M-4 (Chave B)

2º Rodada – dia 19 de abril
-A.C Jaguarense X Mauá/Esc. Tarumã (Chave B)
– Peladeiros/JR X G.E Brasil (Chave A)

3º Rodada – dia 26 de abril
- Camaleão X Peladeiros/JR (Chave A)

– Escuela Industrial X A.C Jaguarense (Chave B)

Edição de 08/04/2015  Ano IV nº 207



Entrevista com o Presidente da COSEMS Sul e Secretário de Saúde de Jaguarão Celso Caetano

Desde o final do ano passado o secretário de Saúde de Jaguarão, Celso Caetano, está na presidência da 21º Regional do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul (COSEMS/RS), a qual abrange os municípios de Amaral Ferrador, Arroio do Padre, Arroio Grande, Canguçu, Capão do Leão, Cerrito, Chuí, Cristal, Herval, Jaguarão, Morro Redondo, Pedras Altas, Pedro Osório, Pelotas, Pinheiro Machado, Piratini, Rio Grande, Santana da Boa Vista, Santa Vitória do Palmar, São José do Norte, São Lourenço do Sul e Turuçu.

A entidade que tem por objetivo desenvolver um trabalho de luta pela gestão municipal de saúde, congregando secretários e dirigentes, funciona como órgão permanente de intercâmbio e troca de experiência, visando sempre a qualificação da saúde pública dos municípios da região. O colegiado age de forma participativa e combatente nas questões do SUS a nível regional, estadual e federal para população da região sul.

Para compreendermos como é desenvolvido o trabalho do Conselho conversamos com o presidente Celso Caetano, que falou também sobre investimentos na região. Os principais trechos da entrevista, você acompanha abaixo.

Como é a rotina de trabalho da Regional COSEMS/RS?
Celso: O Cosems sul se reúne uma vez por mês conforme calendário estabelecido para discutir e votar as demandas da região e sempre melhorar os fluxos e regulações de serviços para os 22 municípios da região sul.

Quais as principais demandas que vem sendo apresentadas, na área da saúde, pelos municípios da zona sul? O Cosems sul está sempre em diálogo para que todos os municípios consigam suas referências em consultas e cirurgias pactuadas na PPI ( Programação Pactuada Integrada. Uma das principais demandas que vem sendo discutida nesse último mês é a suspensão dos serviços de Traumatologia, Oncologia, neurologia e bucomaxilofacial por parte da Santa Casa de Rio Grande, que no último dia 20/03 teve uma reunião extraordinária do Cosems Sul e CIR na cidade de Pelotas onde foi discutido a volta imediata dos serviços por parte da Santa Casa, onde foi estabelecido um prazo de 72 horas por parte do prefeito da cidade de Rio Grande para a retomada dos serviços ou seria feito uma intervenção. Esperamos o quanto antes a retomada dos serviços pois com esta atitude quem está sem atendimento é a população.

De que forma os cortes que vem sendo feitos no orçamento do Governo do Estado tem impactado os serviços de saúde na região? Acreditamos que no ano de 2015 os recursos terão de ser mantidos visto que o orçamento foi estimado em 12% e muitos dos recursos já possuem contratos e Resoluções CIB, mas é visto pelos gestores com extrema preocupação os cortes anunciados, pois os serviços que os municípios já vem prestando poderão ficar comprometidos.

A Santa Casa de Jaguarão estava recebendo importantes investimentos do Governo do Estado, os quais inclusive foram fundamentais para a retomada e a qualificação dos serviços. Estes recursos seguem garantidos? Tivemos uma sinalização do governo estadual que todos os contratos que estão sendo cumpridos na integralidade não sofrerão alterações, mas não tivemos uma resposta de quando serão efetuados os pagamentos dos recursos que estão atrasados. Este tema foi pauta de discussão em reunião do Cosems estadual na cidade de Porto Alegre onde foi criada uma comissão representada por Cosems, Federação das Santas Casas, Famurs e Secretaria Estadual de Saúde onde será aberto o orçamento estadual.

O que poderias pontuar como conquistas para a saúde dos municípios através do trabalho do COSEMS para nossa região? A aplicação dos 12% na saúde foi fundamental para os municípios e usuários do SUS.

Edição de 08/04/2015  Ano IV nº 207