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quinta-feira, 16 de abril de 2015

O código das relações interpessoais por Vicentepimentero

Não sou um esperto no assunto, mas na psicologia da vida real sabemos que para uma boa relação, os códigos, devem ser estabelecidos desde o começo. Cada código para cada relação. Um afeto, um irmão, família, colega, bichinho de estimação. As relações e os códigos podem ser diferentes, e o são, e em cada situação manejamos e lapidamos as diversas formas de contornar e penetrar em cada uma dessas relações. 

Não existe metodologia mais natural a do que ao andar natural na carruagem das coisas. Um sentimento, um mal estar, podem ser uma gota d'água na tempestade ou na calmaria. A torta de climão que pode se estabelecer em segundos tem o mesmo efeito contrário se uma das partes apazígua, maneja, lapida, como dito anteriormente. Mesmo com o instinto animal que nos caracteriza e a efervescência das emoções, temos, sempre, o poder do controle, o domínio, a excêntrica sabedoria de conduzir, com equilíbrio, a parafernália da mente. Do primeiro diálogo às entranhas da convivência e o irreversível excesso de confiança, somos postos à prova na dramática função de atuar, não apenas de sermos nós mesmos, mas sim encaixar-nos na caleidoscópica vida de outrem. 

Temos essas artimanhas desde que nascemos e os nossos pais aprendem a conviver, e nós com eles, e os códigos são lançados a prova, desde lá. O respeito é ganho a cada acordo, ou o desrespeito. Quando há um acordo ou uma complacência estabeleceu-se desde então um código de imediato que se fortificará ao passar do tempo, pra bem, ou pra mal, dependendo o ponto de vista. Somos capazes de manejar essas relações interpessoais e dosá-las conforme nosso caráter, sentimentos, ou emoções cotidianas, somos nossos próprios diretores e isso definirá a perspicácia de pular de grupo em grupo a cada ciclo de nossas várias vidas dentro da mesma. 

No entanto uso e abuso da frase de Niemeyer quando consultado sobre sua longevidade, o segredo está em não criar caso consigo mesmo disse o velho sábio. E nessas sabedorias da vida que vamos guiando nosso dilema de convivências. Nos afetos, os amorosos, a lei é a mesma, o amor dura o mesmo tempo do respeito, a convivência as vezes não, quando invalida é por que já azedou há algum tempo, e as vezes a insistência não respeita os códigos iniciais e nem se percebe a ruptura deles mesmos. No entanto ousa-se penetrar nessa dimensão já perdida e os efeitos colaterais são irreversíveis, quando percebe-se essa ruptura deve se dar um passo ao lado e deixar aliviar as feridas deixadas pela má interpretação do colapso. Uma boa relação depende desses códigos, por fim, de uma continuidade de considerações com os trejeitos do próximo e as benevolências de ambos.

Edição de 08/04/2015  Ano IV nº 207



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