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quinta-feira, 16 de abril de 2015

CANAL DE COMUNICAÇÃO - Corrupção

Por Arnoni Lenz

Poderíamos perguntar: quem hoje em dia não é corrupto? Sei que a resposta não é fácil, mas nego-me a acreditar que não existe mais gente honesta, que todos são corruptos. Não é possível que o homem tenha de tal forma entrado em decadência moral que não mais se possa acreditar em alguém. Sei por outro lado que corrupto não é só aquele que se locupleta com dinheiro de outrem, seja esse público ou privado. Existem várias maneiras de se corromper ou de se deixar corromper. E nesse caso entendo que corruptor ou corrompido, ambos são corruptos. Se não aprovo determinada atitude seja de quem for, amigo, familiar ou superior, é minha obrigação delatar o agente corruptor. Também considero corrupto uma pessoa que não cumpre com suas obrigações de trabalho, suas obrigações familiares, ou até alguém que prevarica em atitudes matrimoniais. Mas e daí? É também um caso de tornar-me um dedo duro, um delator? Tenho eu alguma coisa a ver com um relacionamento amoroso extra –conjugal? É realmente uma situação difícil e diferente. Penso que nesses casos vale a velha citação: em relacionamento de marido e mulher, ninguém deve meter a culher. O que realmente interessa é onde e como começa a aceitação de todos e quaisquer tipos de corrupção. Não tenho dúvida de que é na família, é pelo exemplo, é pela educação que transmitimos à filhos ou dependentes. Se criar meus filhos mentido, dizendo a eles quando alguém nos procura: vai lá de diga que não estou. Dizendo inverdades a toda hora, pessoalmente ou no telefone. Se dou desculpas esfarrapadas como: estou sem troco, quando alguém pede um trocado. Se minto a todo momento, ou ajo de maneira que os menores vejam ou ouçam que não estou sendo sincero, honesto, estou dando a eles pequenas aulas de corrupção. Isso é sim um tipo de corrupção que vai se consolidando na cabeça em formação e dá um respaldo futuro para que eles, agora já adultos tomem posicionamentos totalmente errados e condenáveis. Gazear aulas e depois inventar desculpas outras, é uma mentira, e toda mentira é um ato corrompido. Quando professores mentem, deveriam ser penalizados como qualquer infrator. Um médico ou dentista dar atestados falsos para justificar faltas no trabalho, é sim um ato de corrupção. E nesse caso peca quem pediu o atestado e quem o deu. E o mal causado é enorme, pois se for um trabalhador está sendo prejudicado o setor onde trabalha e se for um professor estão sendo prejudicados inúmeros alunos, os quais ainda criam problemas para dirigentes escolares ou seus próprio pais. Então não podemos condenar só os políticos como uma corja de corruptos. Eles realmente tem uma culpa ainda maior, pois ao tomarem atitudes condenáveis, além da infração frustram todos seus eleitores que lá os colocaram com muita confiança, esperando deles um bom trabalho pela sua região ou seu País. A coisa não é muito simples e a responsabilidade é muito mais ampla do que imaginamos quando agora protestamos a todo o momento. A frase é de Antoine Désaugiers: O BOM HUMOR E A SAÚDE TRANSFORMAM O INVERNO EM VERÃO.

Edição de 08/04/2015  Ano IV nº 207



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