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segunda-feira, 30 de março de 2015

Intervenção de professores de história já!

Por Andréa Lima

Nasci no ano de 1985, com a retomada da democracia em nosso país. Felizmente, aos 16 anos já me foi assegurado o direito de votar e participar do processo de escolha dos representantes políticos do Brasil. Era o ano de 2012 e com ele veio a eleição do Presidente Lula.

Morava na cidade de Fortaleza, no Ceará, cursava o 3º ano do Ensino Médio, e lembro muito bem das aulas de história e, principalmente, do que aprendemos estudando a história do Brasil.

Os professores insistiam para que, enquanto jovens, não nos omitíssemos da política e votássemos. Falavam sobre quanta luta foi necessária para que pudéssemos ir às urnas e quantos morreram por fazerem oposição ao Regime da Ditadura Militar, deflagrado com um golpe que completa 51 anos no mês de abril.

Por saber que, ainda hoje, temos mais de 300 desaparecidos políticos somente em nosso país e tantos outros casos de gente que saiu às ruas para combater as ditaduras militares latino-americanas e nunca mais voltou para casa, jamais poderia estar nos protestos do dia 15 de março.

Vimos no mesmo cortejo neonazistas e outros grupos da extrema-direita, fãs de Feliciano, Eduardo Cunha e Bolsonaro, o desfile de muitos dos políticos que mais disparam em processos que envolvem corrupção, fundamentalistas diversos, e os autointitulados “cidadãos de bem”, que não suportam mais ver o nosso país mudando a sua cara, com oportunidades para sujeitos invisibilizados durante séculos de história.

Assisti a alguns vídeos das movimentações e confesso que fiquei triste com a despolitização da maioria dos manifestantes e com toda a sorte de imbecilidades que se proferiu.

Mesmo quem foi para as ruas com a ideia de lutar contra a corrupção, marchou ao lado de grupos enraivecidos com a perda das eleições, que só sabiam gritar “Fora PT”, cantar o Hino Nacional e pedir o “Impeachment”, sem nem saber ao certo como isto se dá e o que implica.

Ver cartazes e faixas, em português e inglês, pedindo intervenção militar é digno de um imenso repúdio. Temos tantos estudos e relatos, hoje, que nos comprovam o quanto este sistema foi corrupto e perverso, que nem acredito que ainda exista quem o defenda.

Não precisamos de uma nova intervenção militar! Precisamos de uma intervenção urgente de professores de História! De uma carga horária maior nas escolas para disciplinas como Sociologia e Política, Filosofia, entre outras, e de projetos da área de humanas que nos estimulem a pensar e agir para a construção da cidadania e da justiça social!

Nunca precisamos tanto de uma educação transformadora, engajada com a luta anti-capitalista. Talvez ataquem Paulo Freire, porque hoje, mais do que nunca, sua pedagogia de se faz necessária.



Voltando aos protestos do dia 15, o mais vergonhoso, mesmo, foi ver a manipulação da grande mídia, distorcendo dados nas chamadas televisivas e nos jornais, e convocando o povo como massa de manobra para as ruas, simulando a neutralidade, como quem dá a notícia em primeira mão... Esta velha e conhecida Rede Globo, que apoiou e financiou a Ditadura, há não muito tempo atrás.

Edição de 25/03/2015  Ano IV nº 205



Jaguarão. Ontem, Hoje - IMPRENSA LOCAL ( JORNAIS ) - 1850 - 1910

Nossa cidade ainda era uma “vila” quando o cidadão Carlos Eugênio Fontaine, requereu licença à Câmara Municipal para instalar uma tipografia. Esta se incumbiria também de publicar um periódico (jornal), com fins literários e comerciais. Era o “Comércio do Litoral”.

A licença foi concedida em 26 de Julho de 1854 e seu funcionamento foi na Praça da Matriz, nº 16.

Em 08 de Outubro de 1855, surgiria um concorrente:- “O Jaguarense”, editado por Pedro Bernardino de Moura & Cia, que obteve licença para funcionar à Rua do Triunfo, hoje Rua Júlio de Castilhos, esquina com a Rua Carlos Barbosa.

Este jornal tinha a preferência através de contrato, para publicar os atos da administração da Vila. Porém durou pouco tempo, a Câmara deliberou e considerou nulo o contrato. Isto aconteceu porque o redator não estava cumprindo o compromisso assumido com a Câmara e ainda proferia injúrias e ofensas graves aos legisladores. Isso ocorreu em Abril de 1856, quando foi suspenso o contrato.

Naqueles tempos, era comum a publicação de artigos insultuosos contra as autoridades constituídas ou visando pessoas de posição social mais elevada.

Em 12 de Abril de 1875, saiu o primeiro número do jornal denominado “A Égua”. Na verdade um panfleto, distribuído gratuitamente, e segundo a história, de linguagem bem vulgar. Não poupava nem as autoridades judiciárias e muito menos a população.

Em 1878, surgiu o jornal “A Pátria” – O Atalaia do Sul já era um veterano, contava 16 anos de existência.
Parece que Jaguarão teve no passado uma “vida jornalística” bastante agitada. Isso se deduz pelo número de jornais que circulavam simultaneamente. Em 1868 circulavam o “O Echo Jaguarense”, - “O Argos”, - “O Onze de Julho”, - “O Santelmo do Sul”, e o “Atalaia do Sul”.

O Jornal denominado “A Lei”, publicado em 1862 era dirigido pelo Conselheiro do Império, Dr. Henrique d´Ávila, com uma publicação de feições distintas e estilo elevado.

Existiram ainda “A Ordem”, um importante jornal que circulou de 1875 à 1904.- Tanto este jornal como também o “Diário Jaguarense” que circulou de 1885 à 1910, pertenceram à Pedro Maria Carriconde.

Outro que pertenceu ao grupo dos importantes, foi a gazeta “O Comércio”, criada e dirigida pelo jornalista Eduardo Lacombe. Circulou de 1895 à 1911, um diário de grande formato e bem cuidada matéria de redação.

Entre os mais de 130 jornais que circularam no passado, ainda podemos citar, - “A Situação”, porta voz oficial do Partido Republicano, - “A Razão”, “A Tribuna do Povo”, mantido pela dissidência republicana.
Tivemos ainda de 1866 à 1887 editado pela Biblioteca Juvenil um semanário denominado “A Instrução” e uma revista publicada pelo Ginásio Espírito Santo, em 1908, intitulada “O Ginasial”.

Ainda há muitas coisas a ser falado sobre a imprensa local de antigamente para uma próxima oportunidade.
É isso aí, um abraço e até a próxima edição.

Fonte: Bibliot. Publ. Mun.- Impr. Local  1971


Edição de 25/03/2015  Ano IV nº 205



Concursados da Segurança Pública no Estado reivindicam nomeação


Uma audiência pública na manhã de segunda-feira (23) na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul lotou as galerias do Teatro Dante Barone com integrantes de sindicatos e associações relacionados à Brigada Militar, à Polícia Civil, ao Corpo de Bombeiros, à Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe) e ao Instituto-Geral de Perícias (IGP), bem como de profissionais que foram aprovados no último concurso da categoria.

A pressão para que o governo do Estado estabelecesse um cronograma de convocações gerou frutos. Durante a tarde, foi agendada uma reunião dos representantes dos concursados com o chefe da Casa Civil, Márcio Biolchi.

Após serem chamados pelo ex-governador Tarso Genro (PT) e até mesmo passarem por exames admissionais, os 2.650 aprovados em concurso público não puderam assumir seus postos, pois o atual governador, José Ivo Sartori (PMDB), cancelou o chamamento.

A audiência pública foi organizada pela Comissão de Segurança e Serviços Públicos da Assembleia. O encontro foi proposto pelos parlamentares Manuela d’Ávila (PCdoB), Bombeiro Bianchini (PPL), Stela Farias (PT), Jeferson Fernandes (PT) e Pedro Ruas (P-Sol).

O secretário estadual de Segurança Pública, Wantuir Jacini, não compareceu na audiência e não justificou sua ausência. Entretanto, mandou seu representante, o tenente-coronel Luiz Porto, diretor de Gestão e Estratégia da pasta. “Temos que construir uma solução, e essa solução está começando aqui na audiência, com diálogo, ouvindo os deputados e a comissão”, afirma Porto.

A reivindicação da categoria de que um cronograma de nomeações seja formulado, porém, não parece estar no horizonte do governo do Estado.

“Seria no mínimo leviano da nossa parte dizer que vai haver um calendário, isso ou aquilo. Nós construiremos a solução com muita tranquilidade, seriedade e sobriedade, levando em conta as dificuldades financeiras do Rio Grande do Sul, mas também o direito das pessoas a esse emprego e a necessidade dos gaúchos de mais segurança”, destacou Porto.

O concurso chamaria, ao todo, 650 policiais civis e 2 mil policiais militares, sendo 1,6 mil para policiamento ostensivo e 400 para o Corpo de Bombeiros.

Aposentadoria de servidores aumenta déficit; 1.200 aguardam resposta do pedido de benefício
O grande ponto alardeado pelas entidades é o fato de que a defasagem dos efetivos das corporações aumenta a cada dia. Na Brigada Militar, a estimativa é de que faltem 14,5 mil policiais. Na Polícia Civil, o desfalque seria de 5,7 mil.

Esse número se refere a agentes que se aposentaram nos últimos anos e não foram repostos. Com a decisão recente do governo de proibir que a tropa faça horas extras, muitos profissionais que já estavam aptos a se aposentar solicitaram a reserva.

Conforme o deputado Nelsinho Metalúrgico (PT), 200 policiais militares e 120 policiais civis se aposentaram desde o início do ano, e 1,2 mil pediram para se aposentar. O diretor da Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP) garantiu que a aposentadoria dos servidores preocupa o Estado, mas que o governo teve pouco tempo para criar soluções.

Segundo a deputada Manuela d’Ávila (PCdoB), a necessidade de recuperação do efetivo, que, com o concurso, supriria somente um quinto do déficit, torna a convocação urgente. “A realidade mostra que, se o governador acha que são necessários cortes, na área da segurança e da saúde eles não podem acontecer”, pondera. A parlamentar revela que há uma perspectiva de que metade do efetivo da Polícia Civil possa se aposentar nos próximos seis anos.

Comparado ao que o governo anterior investia em segurança pública, houve um corte de 18% nos gastos. Em relação ao que estava previsto para a pasta em 2015 antes do anúncio de cortes de 21% em cada setor, a redução foi de 31%, o que representa R$ 193 milhões a menos no orçamento.

O presidente da Associação Beneficente Antonio Mendes Filho (Abamf), Leonel Lucas, que representa os policiais militares, ressalta que a entidade está preocupada, pois o governo, até o momento, não havia acenado com nenhuma oferta.
“Mesmo durante a audiência pública, o governo trouxe apenas uma pessoa da Susepe, uma da SSP e um único deputado da base do governo, de uma bancada de 55 parlamentares, em que a base é maioria. Isso demonstra uma total falta de responsabilidade de Sartori com a segurança pública”, critica. A categoria prometeu acampar em frente ao Palácio Piratini e procurar o Ministério Público e o Tribunal de Justiça, a fim de buscar medidas legais para a situação.

Segurança também foi pauta dos prefeitos da Azonasul

Foto: Vanderlei Porto/PMP
O encontro de prefeitos da Associação dos Municípios da Zona Sul (Azonasul), ocorrido na quinta-feira (19) na sede da associação, sob liderança do prefeito Eduardo Leite (PSDB), presidente da entidade, discutiu medidas de segurança pública e outras reivindicações da região a serem levadas à reunião com o governador do Estado, José Ivo Sartori, que deve ser agendada para esta semana.

Eduardo afirmou que a pauta da reunião com o governador será basicamente a mesma que havia sido entregue aos candidatos no período eleitoral, mas reduzida, para que haja concentração de esforços. Sobre a segurança, um dos temas prioritários para os prefeitos, será solicitada a nomeação dos concursados da Brigada Militar, a imediata suspensão da remoção de servidores da Região Sul para outras regiões, o retorno para a região dos policiais já removidos e a devolução das horas extras para compensar a falta de servidores no primeiro momento.

A reunião na Azonasul contou com a participação do novo comandante regional da Brigada Militar, Coronel Vedana, que tratou da crise na segurança vivida no Estado. Apenas na região sul há um déficit de 928 servidores – 1.354 efetivos para suprir uma necessidade estimada em 2.282. No Estado esta defasagem chega a 14.500. Vedana relatou ainda que a redução do efetivo tem sido sistemática, já que a cada ano cerca de 1.250 policiais se aposentam. O comandante explicou que a diferença costumava ser compensada com horas extras, porém o problema se agravou após determinação para que estas fossem reduzidas em 40%.

Câmara dos Vereadores de Jaguarão realizou Audiência Pública para tratar do tema
No dia 18 de março o vereador Ariom Moreno (PT) foi proponente de uma Audiência Pública para debater o tema. Na ocasião foi feita uma moção ao governador José Ivo Sartori solicitando a nomeação imediata de todos os candidatos habilitados para ingressar nas Corporações da Brigada Militar, Corpo de Bombeiros e Polícia Civil.

Edição de 25/03/2015  Ano IV nº 205