Um espaço aberto para o leitor

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Estrela D’Alva canta e desfila sobre a benção de Oxalá no Carnaval 2015


A campeã do ano passado, Estrela D’Alva desfilará na Avenida do Samba com o tema “De um sopro divino se faz a criação: Estrela canta ao mundo sob a benção de Oxalá”, proposto pelo carnavalesco Augusto Lima. O conceito trata de um enredo baseado em mitos e lendas das culturas de matriz afro, que chegam até nós através da oralidade, assim como por meio de referências bibliográficas baseadas em obras como: Os Nagôs e a Morte de J. dos Santos, Mitologia dos Orixás de R. Prandi e As Melhores Histórias da Mitologia Africana de A. S. Franchini e C. Seganfredo. A criação e evolução do enredo é uma obra de ficção, e, portanto, sem um comprometimento fiel com qualquer segmento específico dessas culturas tão ricas, instigantes e misteriosas.

Com cerca de 200 integrantes divididos em sete alas e com quatro carros alegóricos, incluindo o abre –alas, a Escola que completa 51 anos de vida e samba no dia 18 de março vem cheia de novidades neste ano. 

A musa e madrinha da bateria da Escola, Lisely Garcia, não desfilará este ano. Segundo o presidente da entidade Nestor Billarfá o convite foi feito como em todos os anos, porém em função de Lisely ter se tornado mãe recentemente, não pode aceitar a incumbência. Quem assume o posto é Cristiane Ávila. Mas as novidades não param por ai, o casal de Mestre Sala e Porta Bandeira também será representado pela nova geração da Escola: João Gabriel Soares Farias e Bruna Chagas.

Uma das entidades mais tradicionais do carnaval jaguarense, a Escola de Samba Estrela D’Alva tem ensaiado em seu barracão, que ganhou espaço no centro da cidade, na Rua Carlos Barbosa. De segunda à sexta-feira a partir das 21h os tambores e tamborins ecoam próximo ao Largo das Bandeiras avisando que a vermelho e branco vem chegando.

SAMBA ENREDO CARNAVAL 2015
De uma revoada de pombos
Criaram o ar que nos deixa suspirar
E a terra nossa mãe natureza
Base de tudo que aqui se faz
A água que refresca e nos da vida
Veio através da mãe de todos os orixás
O fogo do camaleão dourado
É o elemento que a tudo vem transformar
É ar, é água, é terra é o fogo
É natureza e humanidade a celebrar
É ar, é água, é terra é o fogo
É a eles que devemos nos curvar
Com a proteção de oxalá
Dos pombos brancos veio o ar
A terra da galinha de angola
Dos caracóis as águas claras do mar
E Xangô, senhor do fogo e do trovão
Nos trás, Estrela D´alva nosso grande amor
Depois da majestosa criação
Homem e mulher aparecem das águas lamacentas
Da luz da criação surge a serpente e o mal
Que vai sofrer com a força divina de Oxalá
Obatalá o maior dos Orixás
A Condenou a viver entre as garras do amor
Então passamos a viver dias felizes
Com humildade e justiça que cultiva o orixá
Então passamos a viver dias felizes
Na estrela d´alva que nos faz sambar

Diretoria da Estrela D’Alva
Presidente Nestor Billafan
Vice-presidente: Bruno Lenz e Paulo Eduardo
1° Tesoureiro: Neir Madruga
2° Tesoureiro: Maria Ivorema Ávila
1° Secretário: Cândida Macksoud Cordeiro
2° Secretário: Cristina Mazza Lenz
Diretor de Patrimônio: Amaro Júnior
Diretor de Bateria: Neco ( José Nobre)
Diretor de Barracão: Luciara Farias
Diretor de Harmonia e Evolução : Renan Cardozo, Rodrigo Lakman e Santiago Bretanha
Diretor de Alegorias e Adereços: Luiz Fernando Martins dos Santos
Diretor Musical: Walmir Cardoso Chagas

Edição de 11/02/2015  Ano IV nº200




Atenção Reservistas

EXÉRCITO BRASILEIRO, BRAÇO FORTE, MÃO AMIGA”

O Comandante do 12° Regimento de Cavalaria Mecanizado, com base no Parágrafo Único do art. 19, da Lei nº 4.375, de 17 de agosto de 1964 (Lei do Serviço Militar), combinado com o art. 19, da Lei Complementar nº 97, de 9 de junho de 1999, e o art. 20, do Decreto nº 4.520, de 9 de dezembro de 2002, faz saber àqueles reservistas que se alistaram na cidade de Jaguarão – RS e, que incorporaram e foram licenciados nos anos de 2010, 2011, 2012, 2013 e 2014 respectivamente, convocados para o Exercício de Apresentação da Reserva que NÃO se apresentaram no período estipulado, solicito com a maior brevidade possível o comparecimento na Seção Mobilizadora no 12° RC Mec, munidos do Certificado de Reservista e Identidade para regularização e atualização de dados no Sistema Eletrônico de Recrutamento Militar (SERMil). Em caso de não comparecimento o reservista está sujeito as penalidades de multas e taxas previstas em lei. Maiores informações com o 2° Ten QAO Fleck, Oficial Mobilizador.
SERVIÇO MILITAR DEVER DO CIDADÃO”.

CENTENÁRIO DA CAMPANHA CÍVICA PELA DEFESA DA PÁTRIA”

Edição de 11/02/2015  Ano IV nº200




E chegou o carnaval | por vicentepimentero

Jaguarão sobrevive a magia do Carnaval de Rua como poucas cidades sobreviveram seus entrudos. Ainda, com o confinamento da corda dos Trios Elétricos, ao estilo Bahia, e a extinção dos bailes de Clubes Sociais, a maior festa popular do Brasil, na cidade heróica, mantém seus foliões sambando ao som da madrugada e batendo pé nos velhos paralelepípedos da cidade. Ainda dá para lembrar dos Reboques, da inocência do Lança Perfume, e das Rainhas das instituições sociais visitando num tour de alegorias e sorrisos, os clubes, nos bairros e na cidade vizinha do outro lado da ponte. 

Me lembro da invasão dos blocos burlescos, de acompanhar a Rainha do Clube Harmonia até em casa, e da festa derradeira do enterro dos ossos. De figuras típicas que hoje não estão mais, e mesmo assim são recordadas e representadas em nossos corações como se sempre estivessem aqui, e estão. Pompílio, Mocinha, entre outras personalidades que enriqueceram ainda mais a bela história do Carnaval Jaguarense. E mesmo com essa nostalgia e as andanças da modernidade, o carnaval de Jaguarão continuou com um espírito invejável e pouco difícil de transmitir. Só indo, sentindo, vivendo, e respirando o ar que entorna aquela semana alucinante em que se transforma a nossa cidade. 

Crescemos e como crescemos. Mesmo assim, quase perdendo nossa principal identidade, a identidade familiar da dança das ruas e dos encontros e desencontros de amigos e novos amigos, resistimos à poluição e à capacidade de carga das massas turísticas que hoje invadem a nossa querida Jaguarão. É maravilhoso ver centenas de turistas pulando e tomando para si aquilo que sempre veneramos e nos enche de orgulho. É lindo ver a nossa cidade com os hotéis, pousadas, casas e comércios repletos de felicidade turística, afinal, somos conhecidos por sermos ótimos anfitriões, adoramos trazer novas parcerias para vangloriarmos com o charme da nossa bela cidade, ou não? Tenho certeza que o leitor jaguarense esteja concordando com tudo que leu até aqui, mas uma coisa há de se alertar, o Carnaval já chegou ao seu ponto máximo de crescimento. Justamente o glamour desse Carnaval é a festa entre os Jaguarenses e turistas, amigos, foliões em geral, mas há de convir, que nos últimos anos muita gente invadiu nossa cidade e o Carnaval ofuscou essa identidade tão genuína e própria das pequenas cidades. Já não há muito espaço, nem para desfilar, nem para aproveitar o lado pacato e familiar que a cidade sempre nos propôs. A ganância, e o crescimento desenfreado, deixam o Jaguarense à margem da diversão, e mesmo com a ótima organização da Prefeitura, há problemas com a infra estrutura.

Tive a sorte de estudar Turismo e Meio Ambiente e o maior legado que levei dessa faculdade e pós-graduação, foi justamente sobre esses pontos que cito aqui. As autoridades do urbanismo, assim como os agentes culturais, e organizadores dos Trios devem chegar a um acordo e a um limite dessas capacidades, da mesma forma a comunidade têm que ser incluída nessas decisões, afinal, é a cidade que sofre o impacto, logo, os turistas vão embora, e quem sofre as consequências desse impacto é a população e a estrutura física e arquitetônica da cidade. Não é querer jogar balde de água fria, muito pelo contrário, qualquer atividade cultural deve primeiramente trazer aprendizados para os envolvidos, diversão, quando trata-se de uma festa popular, lucro e desenvolvimento para a cidade, mas tudo sem depredar o meio ambiente e muito menos a própria magia do Carnaval. 

Ouviu-se falar, noutras recentes edições, que muitos turistas não voltariam mais para Jaguarão por causa dessa intoxicação e poluição turística, onde faltavam banheiros, policiamento, ou outras estruturas básicas para um evento desse porte. Os mais influenciados, críticos de sofá, culparam a administração pública, esquecendo que, há também um limite de recursos tanto financeiros como pessoais para organizar e dar subsídios operacionais para o mesmo. Contudo deixo minha mensagem crítica e como um alerta para invasões em massa. Falando com um e outro, sei que esses fenômenos já são notados pelos populares há mais de três anos, por outro lado há pessoas que perderam esse amor por aquilo que era nosso, que nos pertencia e hoje está se distanciando por causa da comercialização do mesmo. Espero que a conscientização popular leve isso a sério para os próximos anos e que o Carnaval de Jaguarão mantenha-se lindo, seguro, mágico, e quão espetacular como sempre foi. 

A todos um Carnaval de muita paz e alegria, com segurança em todos os aspectos e como disse um nordestino certa vez que mandou um recado para o bloco dos Batukayanos "pulem que nem pipoca, mas não se queimem"...axé!

Edição de 11/02/2015  Ano IV nº200