Um espaço aberto para o leitor

quarta-feira, 20 de maio de 2015

13 de Maio: A Revolução Abolicionista

Por Mário Maestri*

Em 13 de maio, a Abolição celebrou 123 anos. O Brasil foi uma das primeiras nações americanas a instituir e a última a abolir a escravidão. Dos 511 anos de história do Brasil, mais de 350 passaram-se sob o látego negreiro. A Abolição já foi celebrada com vigor e alegria. Hoje, conhece verdadeira desqualificação. Sua negação é obra sobretudo do movimento negro organizado que com razão lembra a miséria atual de grande parte do povo negro. Essa visão bem intencionada consolida interpretações caricaturais do 13 de Maio que escamoteiam a essência da gloriosa revolução abolicionista de 1888.

Celebrar o 13 de Maio não significa reafirmar os mitos da emancipação do negro em 1888 ou de Isabel como Redentora. Significa recuperar a importância da superação da escravidão e da participação dos trabalhadores escravizados naquelas jornadas revolucionárias. O povo negro pobre sempre intuiu a importância de 1888. Esse sentimento profundo não nascia da propaganda das classes dominantes, mas da memória popular sobre acontecimento magno para os subalternizados.

Não há sentido em antepor o 20 de Novembro, celebração da confederação dos quilombos de Palmares, ao 13 de Maio, fim da escravidão. Apesar de saga luminar, Palmares jamais propôs – e não podia ter proposto – a destruição da escravidão como um todo. E foi derrotado. A revolução abolicionista, movimento nacional, foi vitoriosa ao superar para sempre o escravismo. Desconhecer o seu sentido revolucionário é menosprezar a essência escravista do passado e o caráter singular da gênese do Brasil.

Estudos clássicos como Os últimos anos da escravatura no Brasil, de Robert Conrad, apresentam a Abolição, em seu tempo conjuntural, como produto do abandono maciço pelos cativos das fazendas cafeicultoras, sobretudo paulistas, nos meses finais de cativeiro. Um movimento que se impôs sob uma tensão extrema, que ceifou a vida de não poucos cativos e abolicionistas consequentes.

O fim do cativeiro deveu-se à massa escravizada, aliada aos abolicionistas radicalizados. Em 13 de maio, a herdeira imperial apenas sancionou lei aprovada pelo Parlamento dos proprietários, lavrando o atestado de óbito de instituição terminal. Nos 66 anos anteriores, os Braganças haviam defendido o cativeiro, com dentes e unhas.

Em um sentido estrutural, foi sobretudo a oposição permanente do cativo ao trabalho feitorizado que construiu as condições que levaram, mais tarde, à destruição da escravidão. Uma oposição que impôs limites insuperáveis ao desenvolvimento tecnológico da produção, determinando gastos de vigilância e coerção que terminaram abrindo espaço para formas de produção superiores.

Em 1888, pôs-se fim ao modo de produção escravista colonial que ordenara o Brasil por mais de 300 anos. É um anacronismo negar essa realidade devido às condições econômicas, passadas ou atuais, da população negra. Os limites da Abolição eram objetivos. No final da escravidão, a classe servil era categoria em declínio que lutava essencialmente pelos direitos cidadãos, reivindicação que uniu trabalhadores escravizados rurais e urbanos. Em 13 de maio, setecentos mil cativos e ventre-livres obtiveram a liberdade civil.

O programa abolicionista de modernização e democratização do país continha a distribuição de terras entre os ex-cativos e os pobres. O movimento abolicionista foi desorganizado pelo golpe republicano de novembro de 1889, que entregou o poder às classes proprietárias regionais.

Com o 13 de maio, superavam-se as diferenças entre trabalhadores livres e escravizados, iniciando-se a história da classe operária como a compreendemos hoje. A revolução abolicionista foi o primeiro grande movimento de massas do Brasil e constitui, até agora, a única revolução social indiscutivelmente vitoriosa no país.


* Prof. do Curso de História e do PPGH da UPF – Artigo publicado pelo diarioliberdade.org em 15/05/2011

Edição de 13/05/2015 Ano VI nº 212



Espaço do Saci - Não Descuidem do Omar Perez

Como eu havia antecipado na última coluna meus caros amigos colorados, o jogo da última quarta-feira foi realmente pra cardíaco nenhum colocar defeito. Com 45 minutos do segundo tempo e ganhando de 3 a 1, ainda estávamos apavorados e sem a certeza da classificação.

O time do galo nos encurralou os 94 minutos da partida e poderia ter saído de Porto Alegre classificado. É um time muito qualificado e que tem muitas alternativas ofensivas. Luan, Lucas Pratto, Tiago Ribeiro, Dátolo e também o lateral Patrick fizeram uma excelente partida e chegavam a todo momento com perigo na nossa área.

Com dez minutos de jogo o técnico Diego Aguirre invertou Sasha e Valdívia para conter os avanços do lateral direito mineiro. Ernando e os volantes não davam conta da marcação por aquele setor. Mesmo com esse revezamento na marcação, o galo continuou levando perigo por aquele lado. Luan se movimentava, tabelava e ainda voltava para ajudar na marcação. A coisa estava muito feia. O colorado não conseguia manter a posse de bola no campo ofensivo e não consegui respirar na defesa.
Até que no minuto vinte do primeiro tempo, Dale tocou rápido para Lisandro Lopes que dominou e lançou Valdívia, este fez um golaço por cobertura, o que deu um pouco de alívio ao torcedor. Mas foi por poucos minutos pois o galo continuou a pressão até o final do primeiro tempo. Foi aí que apareceu o maestro Dale, aos 45 minutos da etapa inicial, se livrou de três marcadores e colocou na gaveta do goleiro Vitor que nada pôde fazer.

Por Marcos Sagrera

Parecia que estava tudo definido, mero engano. O segundo tempo iniciou da mesma forma, o técnico Levir Culpi colocou Maicosul e Giovânio no time e se atirou pra cima. Foi aí que apareceu o goleiro Alisson, um dos nomes do jogo, junto com Dale, Valdívia, Lisandro, Aránguiz e Alan Costa. A pressão era terrível, veio o gol e parecia que o colorado não aguentaria. Não conseguíamos encaixar um contra-ataque sequer pois estava todo o time atrás da linha da bola. A trave salvou o colorado do gol de empate, Alisson tirava tudo e fazia excelentes intervenções nos cruzamentos.

Até que em uma escapada do ataque colorado, que chegou com três jogadores na frente, Valdívia entrou pela esquerda, driblou pra trás e tentou lançar Aránguiz que vinha pela direita. Dátolo que vinha acompanhando o chileno cortou, mas cabeceou pro meio da área e ali estava o nosso centroavante matador que não desperdiçou a chance e fez o terceiro gol. Mas o sufoco continuou até o apito final.

No final das contas, o que garantiu a classificação colorada foi a força do grupo e o fato de ter aproveitado as oportunidades que teve. Merecido, pois esteve sempre em vantagem, desde o primeiro minuto do jogo de ida e teve competência, um pouco de sorte e competência pra fazer os gols.


Não pensem que o drama termina por aí, o jogo contra o Santa Fé será nos mesmo moldes, apesar de o time colombiano não ser tão intenso, veloz e de não ter jogadores com a mesma qualidade do galo, é um time experiente, entrosado e que jogará na altitude e no seu estádio lotado. Vem jogando seguidamente as fases finais da libertadores. Não se pode descuidar do camisa 10 argentino Omar Pérez, é ele quem comanda o time. Nilmar estará retornando, vamos ver como como será a formatação da equipe. Não pode jogar se defendendo apenas, tem que sair pro jogo e fazer os gols quanto tiver a chance. 

Edição de 20/05/2015 Ano VI nº 213




CANAL DE COMUNICAÇÃO - Vida, Morte, Fé

Por Arnoni Lenz

Às vezes nos encontramos a pensar um pouco sobre nossa trajetória nessa mundo. Gente existe que se nega a pensar, conjeturar ou discutir sobre o assunto, sob a alegação de que nada vai adiantar, nada vai mudar. Penso que isso é uma posição muito simplista, mas não posso discordar que é uma verdade. Se formos tentar explicar ou até mesmo discorrer sobre o que é a vida nada mais temos a dizer do que: é o conjunto de atos vivenciais e existenciais que fazem nosso dia a dia. Será só isso? A vida se resume a trabalhar, procurar nos divertirmos um pouco, dormir, comer e novamente acordar para repetir a rotina? Alguns poucos privilegiados se dedicam a com o fruto do trabalho, ou por terem nascido em situação social mais avantajada, num bom português, numa família rica, viajar e se divertir ao máximo. Ninguém pode negar que viajar é ótimo. Comer bem é ótimo. Viver aproveitando tudo que é bom e tudo do melhor é uma das aspirações humanas. E ninguém de sã consciência pode condená-los, e se isso acontecer é por inveja, no mínimo. Outros dedicam sua vida às leituras, ao estudo, a praticar o bem ajudando os menos afortunados ou que tenham algum problema de saúde. É nisso que se resume a vida? Não sei. E a morte o que será? É o fim de tudo? Nascemos, vivemos cumprindo o que nos é imposto ou aquilo que escolhemos, se é que existe esse livre arbítrio e morremos. E cest fini? E o fim? Está realmente tudo terminado? Alguns dizem que sim. Outros acreditam numa reencarnação, uma volta a esse mundo de uma ou outra forma. Outros há que creem existir uma nova vida a qual recompensará aqueles que aqui foram bons, fizeram o bem, viveram segundo os preceitos da maioria, que logicamente não são os de todos, não são universais. Nosso planeta, e isso se nos referirmos só a ele, é tão grande que princípios que numa região são elogiáveis ou no mínimo aceitáveis, em outra são crimes. E creem também que aqueles que assim não agiram, que aqui só praticaram o mal, também com definições e conceitos totalmente diferentes de um lugar para outro, serão severamente castigados. Também não sei. É mais ou menos o que nos foi ensinado quando crianças, a existência de céu e inferno, com suas fases intermediárias, dependendo de nosso “comportamento”. Bem, aí que vem o último enfoque. Para tudo isso existe uma coisa determinada fé. Já disse alguém: fé é um salto no escuro para os braços de Deus. É como dizer: fé não se explica. Se aceita isso ou aquilo como um dogma. Aceitar dogmas é rejeitar nossa inteligência, nosso raciocínio, nossa capacidade de pensar e discernir. E sempre ouvi dizer que o homem é o único ser racional, isso quer dizer que pode e sabe raciocinar, pensar e escolher? Será que somos realmente racionais? O mundo está nos mostrando totalmente o contrário. A crueldade da humanidade é imensurável, não tem limites. Até parece que quanto piores forem as atitudes de certos povos ou pessoas, mais importantes se tornam, ou temidos. Por isso repito em dizer que é muito estranho dizer-se que o homem foi criado a imagem e semelhança de Deus. Aliás, Deus é também aceito e até adorado por muitos e posta em dúvida sua existência por outros. Isso não levando em conta suas mais diferentes denominações. Pessoalmente acredito que é mister que exista um ser superior que tenha criado esse mundo tão perfeito, tão cheio de dúvidas , mas onde sem doenças é muito bom viver, principalmente se existir ternura e muito amor.

A frase é Laure Conan: NADA É PEQUENO NO AMOR. QUEM ESPERA AS GRANDES OCASIÕES PARA PROVAR SUA TERNURA NÃO SABE AMAR.


Edição de 13/05/2015 Ano VI nº 212