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domingo, 1 de fevereiro de 2015

Jaguarão. Ontem, Hoje - Jaguarão em 27 de janeiro de 1865

Por Cleomar Ferreira
NOSSA MAIOR DATA !

Em Janeiro de 1865, com a queda de Paysandú, o último baluarte do governo de Dom Athanásio Cruz de Aguirre , este concentrou suas forças na defesa de Montevideo. Desesperado, tentou, inutilmente por meios diplomáticos envolver outras nações que não tinham nada a ver com o conflito. Aguirre organizou a defesa da capital uruguaia e prevendo que as forças que o atacariam, deixassem as fronteiras brasileiras desguarnecidas, preparou o plano de invadi-las com a intenção de distrair os aliados brasileiros. Mas a ordem era provocar o maior dano possível nas terras gaúchas. O encarregado dessa invasão era Dom Basilio Munhoz que teve a colaboração também do famoso caudilho : Dom Aparicio Timóteo. Estas forças rumaram para Jaguarão em 26 de Janeiro de 1865.

Naqueles dias, Jaguarão estava militarmente abandonada. Do efetivo de 500 homens da guarda nacional, encontrava-se aqui, cerca de apenas 90 homens. A maioria estava dispersos em patrulhamentos pela fronteira.

Como já é de conhecimento, comandava a fronteira o veterano legalista de 1835, o Cel. Manoel Pereira Vargas. – 
 
A vanguarda da força invasora, composta por 800 homens, cruzou a fronteira pelo Passo da Armada, às 08:00 Hs da manhã do dia 27 de Janeiro de 1865. – Encontrando uma patrulha sob o comando do Cel. Vargas, inferiorizada em número, travaram pequeno combate. Na impossibilidade de sustentar o embate travado no local denominado “Lagões”,arroio situado ao norte da cidade, e não querendo sacrificar ou colocar em risco seus comandados, o Cel. Vargas ordena a retirada. Estrategicamente voltam para a vila, seguidos de perto pelos inimigos. Aqui, entrincheirados, e com o apoio dos civis e do restante da milícia, consegue rechaçar o ataque.

Os defensores da vila, ficaram entrincheirados ao longo da rua mais periférica da cidade, hoje Av. Odilo Gonçalves, aguardando um novo ataque. Este aconteceu por volta de 11:00Hs. da manhã, por três pontos distintos. Das trincheiras, dos sótãos, fuzilaram o inimigo sem cessar, causando várias baixas, fazendo-os recuar. Do rio, os canhões do APA e do Cachoeira ( dois vapores completamente municiados ), impediram seus movimentos, bombardeando-os. Na impossibilidade de tomar de assalto a vila, optaram pelo cerco, ordenando sua rendição ao comandante da praça. Recebido o ultimato de rendição, o Cel. Manoel P. Vargas, falou em nome do povo jaguarense, dizendo que estes jamais se renderiam. À noite apenas alguns poucos disparos dos atiradores “blancos” e dos defensores, respondendo.

Ao raiar do dia, o invasor havia sumido. Na calada da noite retiraram-se, não sem antes, saquear, incendiar e destruir, tudo aquilo que não puderam carregar nos arredores. Em suas retirada, violentaram moças, arrebanharam escravos, reses, ovelhas, cavalos, etc.

O Cel. Vargas e os bravos filhos de Jaguarão em 27 de Janeiro de 1865, conquistaram o título de “Cidade Heróica” para sua cidade, fizeram jus à história, fizeram a história acontecer.

É isso aí, um abraço e até a próxima edição.
(fonte. – baseado em texto de Carlos Monteiro.- Pesquisa “História da nossa história”- Imprensa local- 1983 )

Edição de 28/01/2015 - Ano IV N 198