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domingo, 3 de maio de 2015

Rio Branco escolhe novo alcalde em 10 de maio

Yamila e Fratti, Botana e Morel. Aqui pode estar  o futuro intendente de Cerro Largo 
e o ocupante da Alcaldia de Rio Branco
Por Jorge Passos

A Fronteira volta a vivenciar um clima eleitoral que se prognostica acirrado na vizinha cidade de Rio Branco e também em Jaguarão, já que é habitual a presença de “dobles chapas”, moradores de Jaguarão que também são cidadãos uruguaios e eleitores do outro lado. Acontece no domingo, 10 de maio, eleições Departamentais e Municipais nos 19 departamentos do Uruguai. Em cada Departamento será eleito o Intendente (primeira figura do executivo departamental) e 31 edis e nos municípios, um alcalde e quatro conselheiros. O Uruguai adota o sistema de voto em Listas e o Alcalde, similar à figura no nosso prefeito, será o candidato da lista mais votada do Partido que obtiver maior número de votos somadas todas as listas da sua legenda dentro da circunscrição Municipal.

Em Cerro Largo, Departamento uruguaio com a capital Melo e da qual faz parte o município de Rio Branco, esta eleição terá um caráter especial. Depois das eleições de outubro passado quando o Frente Amplio, com quatro mil votos de diferença, conquistou sua primeira vitória na história do Departamento, tradicionalmente um reduto do Partido Nacional (Blancos), todos os olhares se voltam para esta região do país, El “Uruguay Profundo”, como dizem os montevideanos sobre estas zonas agropastoris mais afastadas do centro econômico mais desenvolvido.

Pelo Partido Nacional (blancos) o atual intendente, Sergio Botana, (Alianza Nacional), tenta a reeleição. Pelo mesma legenda, concorrem Milton da Silva (Dignidad Nacional) e Nelson Cuadrado do setor local "Águila Blanca del Cordobés". Pelo Frente Amplio serão candidatos à intendencia de Cerro Largo, Alfredo “Canário” Fratti (Espacio 609) Yerú Pardiñas (Partido Socialista) e Pablo Guarino (Frente Liber Seregni). Pelo Partido Colorado, a única candidata será a quincista Walkiria Olano. Ainda concorre à intendente o Professor Paul Saravia, do Partido Unidad Popular.

As últimas pesquisas de abril indicam uma polarização entre o partido de esquerda, ganhador das eleições nacionais de outubro com Tabaré Vasquez presidente, o Frente Amplio, 44% das intenções de voto e os Blancos do Partido Nacional, 45%. Os candidatos que tem a preferencia do eleitorado são Sergio Botana pelo PN e Alfredo Fratti do FA.

No município de Rio Branco, o atual Alcalde, Robert Pereira, do Partido colorado, resolveu não concorrer à reeleição. O que sem dúvida, deixa seu partido com poucas chances no pleito municipal. A votação dos Colorados tem diminuído a cada eleição no Uruguai o que coloca em risco o futuro da agremiação como terceira força do País. O único candidato à Alcaldia de Rio Branco pelos Colorados é Juan Lay. Já pelo Partido Nacional, apresentam-se candidatos a alcalde, dentre outros, Hector Mendez, Júlio Wasen, Cristian Morel e Marcos Lopez. Pelo Frente Amplio, os mais cotados candidatos ao primeiro cargo do Executivo são Sandro Telis, Yamila Bondad, Maria Júlia de los Angeles, Geener Amaral.

A escassa destinação de recursos do orçamento departamental para a cidade de Rio Branco tem sido um dos temas preferidos da oposição Frente Amplista ao governo Botana e anteriores governos blancos no Departamento. A descentralização, o maior investimento em infraestrutura e urbanização, maior atenção ao Balneário da Lagoa Mirim, são outros pontos muito debatidos na atual campanha.
Nos últimos dias o apoio de um tradicional líder Blanco, o Dr Mauro Suarez, aos candidatos do Frente Amplio, Yamila Bondad para alcalde e Alfredo Fratti à intendente, repercutiu muito no meio político local, podendo favorecer decisivamente uma vitória FrenteAmplista , o que seria um feito histórico para o Partido do ex - Presidente Pepe Mujica, para quem, ganhar em Cerro Largo, “seria una perlita”.

Edição de 29/04/2015 Ano VI nº 210
 


 




Jaguarão. Ontem, Hoje - Centro de Comércio Informal (1994) Um Sonho Que Ficou No Passado!!

De acordo com o Prefeito da época, “Um negócio da China para Jaguarão”!- Mas esta obra perdeu-se no tempo. E o tão sonhado Centro de Comércio Informal embora tenha parcialmente saído do papel, sim, pois do seu projeto original que teria um segundo piso, não foi concretizado, e não alcançou o sucesso esperado.

Esta obra foi construída pela Incorporadora Zanin, vencedora da licitação e a mesma que construiu o Edifício Querência, na Praça Comendador Azevedo.

A Prefeitura entrou com o terreno, avaliado na época em 100 mil dólares e o projeto teria um custo final em torno de um milhão de dólares, sendo que a prefeitura receberia um patrimônio de aproximadamente 350 mil dólares. Isto porque em troca do terreno, a administração municipal receberia 95 lojas, que seriam alugadas. 
 
O Centro de Comércio Informal seria composto de dois andares tendo como acesso esterno uma rampa e internamente, escadas em caracol. No piso térreo ficariam localizadas 240 lojas, tendo como tamanho padrão, 6,84m² . – A altura das lojas seria de 4,50m, para permitir a construção das sobrelojas. Ainda havia projetos de paisagismo com colocação de canteiros e uma área destinada a exposições temporárias.

O prédio seria estruturado de forma que fosse possível a ligação das lojas entre si e até entre os andares. No andar superior ficariam localizadas quatro lojas maiores, medindo cada uma cerca de 200m², sendo que uma delas, pertenceria a Prefeitura.

Esta obra tinha previsão para iniciar em Maio de 1994, com prazo de um ano para sua conclusão. Paralelamente, foi realizado a urbanização e o paisagismo da Beira-rio. A mureta quase que totalmente destruída nos dias de hoje, e os coqueiros são parte desse projeto.

O Centro de Comércio Informal nunca deslanchou. Embora tenha sido um bom projeto. Lembro que muitos contemplados com essas “lojas” não queriam mudar-se para o outro lado da ponte, pois o movimento maior era sempre para o lado direito de quem vem do Uruguai. Seria muito difícil mudar o hábito de quem vem a pé, descer para o lado esquerdo da ponte. 
 
Na época, cogitaram até, abrir outra passagem por baixo da ponte nas proximidades do início da Rua Gen. Marques, Esq. Do Supermercado Paraiso.

Com esta polêmica, aliada ao movimento de fronteira que caiu muito com a entrada do “Real” cujo valor se sobrepôs ao poder aquisitivo dos uruguaios, o Centro de Comércio Informal transformou-se numa obra abandonada, tendo sua estrutura corroída pelo tempo e pela ação dos vândalos.
Só não entendi porque o projeto original não foi concluído. Será que faltou verba ???

É isso aí, um abraço e até a próxima edição.
Fonte: Imprensa local. 1994. 

Edição de 29/04/2015 Ano VI nº 210