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quarta-feira, 29 de julho de 2015

Coluna Gente Fronteiriça- Inauguração do Teatro Esperança: 1897 ou 1898

Por Carlos José Maninho

Esta questão me instiga há algum tempo e vinha à tona cada vez que eu precisava citar a data, por conta dos documentos existentes e de artigos em jornais e até alguns livros que suscitavam a dúvida. E, como sempre era citado 1897, inclusive em duas obras de Lothar Hessel, também seguia esta data quando apresentei o projeto de pesquisa para meu mestrado. Um ex-aluno, hoje professor de história, Carlos Otoniel Pacheco da Cunha fez uma excelente apresentação na defesa de seu TCC em 2014, na Unipampa, onde levanta esta questão. Talvez para não contrariar alguns documentos existentes e até autores como Lhotar Hessel, a indicou como hipótese. Aqui, quero ampliar e apresentar como efetivamente a data correta 13 de janeiro de 1898 e não no ano de 1897.

A data de inauguração suscitou uma confusão, a qual foi reproduzida por órgãos da imprensa além de outras publicações que se basearam nestas informações. Por isso, encontramos em algumas bibliografias e publicações apontando o ano de 1897 como a data correta. Um parecer do então Conselho de Desenvolvimento Cultural do Rio Grande do Sul (1990), quando do processo de tombamento pelo Estado, também ratifica o ano de 1897. Data também apresentada na edição de 24 de abril de 1983 do Jornal Correio do Povo, e também na da obra “O Teatro no Rio Grande do Sul” de Lothar Hessel (1999). Ainda, em um evento importante como foi a municipalização do Teatro Esperança, em 1997, foi comemorado o seu “centenário”, obviamente, todos baseados nas informações apresentadas em publicações nos jornais locais.

No entanto, a partir de uma análise sobre a documentação existente, não tenho dúvidas quanto a este equívoco, causado possivelmente, em função do Relatório da prestação de contas do primeiro ano de funcionamento do teatro (1898), onde na página 04, encontramos a seguinte afirmativa: "teve lugar a inauguração em 13 de janeiro do ano p.p. (próximo passado) com grande sucesso e bom resultado". Porém, o relatório é apresentado aos acionistas em 20 de janeiro de 1899, portanto o ano "p.p." se refere a 1898.

Ainda, para uma possível inauguração em janeiro de 1887, sendo que as obras foram contratadas em agosto de 1896, teríamos somente quatro meses para terminar um prédio de grande porte que contava apenas com "quatro paredes mestras e uma interior de material, sem reboco (...) coberto de telha, sem portas, nem janelas, nem assoalho (Publica Forma, 1893). Informações também levantadas por CUNHA. Soma-se a isto o registro do jornal "A Ordem" em 14 de janeiro de 1898, ou seja, um dia após a inauguração:
De grande sucesso foi o dia de ontem para a população de Jaguarão. (...) A ansiedade de ver funcionar o elegante edifício, o desejo de apreciar uma companhia completa e que vinha precedida de justo renome superaram todas as dificuldades, e as populações das duas margens afluíram ontem ao Esperança para assistirem à inauguração deste e à estréia da Companhia Cartocci & Cia”. (Jornal A ORDEM, 14/01/1898. Grifo do autor)


Por fim, se fizermos uma análise mais detalhada sobre o Relatório e Ata nº 01 da Associação do Theatro Polyteama Esperança (1888) chegaremos a esta conclusão. Assim, inaugurou-se o teatro com a ópera “Trovador”, em 13 de janeiro de 1898, à que se seguiram outras seis óperas e várias operetas. A temporada operística durou um mês, apenas encerrada em 03 de fevereiro. Durante o primeiro ano de funcionamento foram realizados 103 espetáculos, conforme o Relatório da Associação. Os documentos citados podem ser encontrados no Instituto Histórico e Geográfico de Jaguarão e esta edição do Jornal A Ordem no Museu de Comunicação Social Hipólito José da Costa em Porto Alegre. 

 Edição de 22/07/2015 Ano VI nº 222



Consulado do Uruguai em Jaguarão lança concurso “CONTANOS CÓMO VES AL URUGUAY"

O consulado do Uruguai em Jaguarão, através da Direção de Assuntos Consulares e Vinculação do Ministério de Relações Exteriores do Uruguai, realiza o chamado para primeiro concurso nacional de pintura para crianças uruguaias e descendentes de uruguaios residente do exterior, “CONTANOS CÓMO VES AL URUGUAY".


O concurso tem por finalidade a participação de crianças entre 05 e 13 anos, que através da pintura manifestem o seu olhar sobre o país. A iniciativa tem por objetivo fomentar a identidade nacional, o apego das crianças ao seu país de origem, a difusão de sua cultura, bem como aprofundar a vinculação do Uruguai com seus compatriotas que vivem no exterior. O consulado colocará a disposição as bases para o concurso além de orientar os participantes durante o processo de inscrição e apresentação.


 Edição de 22/07/2015 Ano VI nº 222




Jaguarão recebe oficina para acesso de editais do MINC

O Ministério da Cultura (MINC) está recebendo inscrições para os três editais voltados à Política Nacional de Cultura Viva. Serão R$ 13,428 milhões destinados à premiação de 210 iniciativas para indígenas; coletivos e entidades que atuem com a mídia livre produzindo conteúdos independentes em sons, imagens, vídeos, textos, etc; e redes culturais de diferentes expressões artísticas, identitárias ou temáticas.

A fim de facilitar aos coletivos o acesso aos editais, o MINC realizará em Jaguarão uma oficina voltada ao tema. O encontro é aberto a todos interessados e acontecerá no dia 04 de agosto a partir das 19h na Biblioteca Pública.

 Edição de 22/07/2015 Ano VI nº 222