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segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Zebeto Correia e Martim César vencem Festival na Bahia




A canção "Brasil dos Invisíveis", dos compositores Zebeto Correia (musica) e Martim César (letra), e interpretada por Fabiana Santiago, foi a vencedora do Festival Edésio Santos da Canção 2017, que teve a final realizada no último sábado (2), em Juazeiro, norte da Bahia.

No total, 24 canções inéditas foram apresentadas no evento deste ano, sendo que 12 chegaram à final. A edição 2017 do festival homenageia os 80 anos do juazeirense Luiz Galvão, poeta, compositor e integrante dos Novos Baianos. O troféu do vencedor do concurso levou o nome do artista.

A música "Cada Um", de Manuca Almeida e Alexandre Leão, ficou com o segundo lugar, e Andressa Santos, que emprestou a voz à canção, levou o prêmio de melhor intérprete. "Quintal", de Moésio Belfort, Carlos Hiury e Eneida Trindade, ficou com o terceiro lugar.

Já o prêmio de melhor música local ficou para "Perfume do Passado", de João Gilberto e Mariano Carvalho, interpretada por Dom Pilé; enquanto o júri popular escolheu a música "Juazeiranidade", de Fatel.

BRASIL DOS INVISÍVEIS  


Há um caminho estreito que se perde no horizonte
Por onde passam tantos que se vão país a dentro
Entre campos e cerrados, por banhados, selvas, montes
E eu também cruzo por eles no olhar dos sentimentos

Vou deixando atrás aldeias, com seus pátios, suas quintas
Em sertões muito distantes dessa pressa das cidades
Onde mesmo o próprio tempo tem mais tempo para a vida
E parece andar tão lento que nem se vê sua passagem

Há um caboclo que se estira numa rede em Altamira
Há um caipira que proseia numa venda em Cambuquira
Há um mambira que não sabe como é que a Terra gira
E um mambembe que encena em plena praça uma mentira

Há um povo de verdade... e que nas telas não se vê!
E que luta dia-a-dia... igual a mim e a você
Uma gente que resiste e que no futuro ainda crê
O Brasil dos invisíveis... o que não passa na Tevê.

Há vilarejos nos fundões com suas ruas empoeiradas
E povoados ribeirinhos com suas barcaças coloridas
De casas velhas resistindo com paredes descascadas
De ranchos toscos, palafitas, abrigando tantas vidas

Continente dos que vivem mais além dos refletores
Nas batalhas invisíveis de mil carências rotineiras
Homens simples resistindo, vida a fora... lutadores
Que jamais negam a mão para uma ajuda verdadeira!



No vídeo acima, entrevista com Fabiana Santiago que interpretou a música vencedora

terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Sessão de autógrafos: Lau Siqueira lança nova coletânea de poemas em Jaguarão

Lançamento acontece neste sábado, no Círculo Operário de Jaguarão

A  passagem do tempo, a incompletude humana, a memória, a sensualidade, o fazer poético e as contradições da vida contemporânea. Estes são alguns dos temas aos quais Lau Siqueira se dedica em sua nova coletânea de poemas, intitulada “a memória é uma espécie de cravo ferrando a estranheza das coisas” (Casa Verde/Série Cidade Poema, 2017). O autor, natural de Jaguarão (RS) e residente na Paraíba desde 1985, retorna a sua cidade natal e autografa no dia 16 de dezembro, sábado, às 21h, no Círculo Operário de Jaguarão (Rua Mal. Deodoro, 377 - Jaguarão/RS). A obra estará à venda no local por R$ 32,00 (R$ 30,00 para pagamentos em dinheiro).


Com uma visão delicada sobre as “inutilidades necessárias”, o autor constrói uma poética firme, calorosa e úmida que passeia por silêncios e brevidades. O poeta desenha sobre o corpo (seios, salivas, bocas, braços, ombros) as possibilidades infinitas de sua poesia. Autor experiente, Lau Siqueira defende que “mais um livro de poemas, neste momento, significa investir na perenidade das incertezas”, conforme escreve na dedicatória da obra. Este é seu terceiro livro de poemas pela editora porto-alegrense.
Sobre o autor
Lau Siqueira nasceu em 1957, em Jaguarão (RS), e reside há trinta anos em João Pessoa (PB). Seu primeiro livro foi “O comício das veias” (1993), seguido por “O guardador de sorrisos” (1998), “Sem meias palavras” (2002), “Texto sentido” (2007). “Poesia sem pele” (2011) marca o início da parceria com a editora porto-alegrense Casa Verde, que prossegue com “Livro arbítrio” (2015) e este “a memória é uma espécie de cravo ferrando a estranheza das coisas”. Participou de antologias como “Na virada do século – poesia de invenção no Brasil” (2002, organização de Frederico Barbosa e Cláudio Daniel), “Moradas de Orfeu” (2011, organização de Marco Vasquez), “Bicho de siete cabezas” (2013, Argentina, organização de Martin Palacio Gamboa), “A arqueologia da palavra e a anatomia da língua” (2012, Moçambique, organização de Amosse Mucavele) e “Poemas que escolhi para crianças” (2013, organização de Ruth Rocha). Atualmente, é Secretário de Estado da Cultura da Paraíba.
Serviço
Sessão de autógrafos de  “a memória é uma espécie de cravo ferrando a estranheza das coisas”, de Lau Siqueira
Quando: 16 de dezembro, sábado, às 21h
Onde: Círculo Operário de Jaguarão (Rua Mal. Deodoro, 377 - Jaguarão/RS)

Saiba mais!
“a memória é uma espécie de cravo ferrando a estranheza das coisas”
Autor: Lau Siqueira
Gênero: Poesia
Páginas: 88 p.
Formato: 12cm X 18cm
ISBN: 978-85-9906-33-30
Projeto gráfico: Roberto Schmitt-Prym
Desenho da capa: Bianca Santini, grafite sobre papel, 40x59 cm, 2015
Revisão: Press Revisão
Coordenação editorial: Laís Chaffe
Editora: Casa Verde
Preço de capa: R$ 32,00
Pré-venda pelo e-mail casaverde@casaverde.art.br

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Jaguarão recebe a I Mostra de Cultura Popular Afro-Gaúcha


Contemplado com o Edital Pró-cultura FAC Regional e com financiamento da Secretaria de Estado da Cultura, Turismo, Esporte e Lazer, a mostra irá homenagear as manifestações da cultura negra e das tradições populares, com atividades gratuitas de dança, música,  artes visuais, audiovisual, literatura, culinária, moda, costumes e saberes

Entre os dias 14 e 17 de setembro, Jaguarão irá receber a I Mostra de Cultura Popular Afro-Gaúcha, que realizará uma intensa programação cultural gratuita e aberta ao público, com o objetivo de resgatar a ancestralidade e valorizar a identidade e cultura negra no Rio Grande do Sul.

Serão diversas atividades artísticas e formativas, como espetáculos de dança e músicaexposições e intervenções de artes visuais, exibição de produções audiovisuais e realização de oficinas de moda, costumes, gastronomia e debates sobre tradições e saberes. A programação ocorrerá em escolas públicas municipaisQuilombo MadeiraBiblioteca PúblicaTheatro EsperançaClube Negro 24 de Agosto e Antigo Centro de Economia Informal.

O projeto com realização da Imago Produtora, Instituto Sócio Cultural Afro-Sul Odomode e Patuá Comunicação Solidária foi contemplado com o Edital Pró-cultura FAC Regional, com financiamento da Secretaria de Estado da Cultura, Turismo, Esporte e Lazer. Em Jaguarão, o projeto conta com o apoio da Prefeitura Municipal de Jaguarão e  Hotel Artisan.

A Mostra será ponto de encontro das expressões da cultura negra gaúcha, lançado um olhar sobre parte da imensa produção cultural do negro no Rio Grande do Sul. “Queremos referenciar, estimular e divulgar a produção material e imaterial da cultura popular afro-gaúcha, bem como apoiar o seu desenvolvimento, fomentando o incremento e o fortalecimento do ensino e da pesquisa na área da cultura popular”, explica a coordenadora da mostra Luana Gonzalez Khodjaoghlanian, da Imago Produtora, uma dos realizadoras do evento. O evento reunirá alunos da rede municipal, comunidade quilombola e demais interessados.

A programação envolve 18 grupos, artistas, pesquisadores e produtos culturais vindos de quatro municípios gaúchos. São eles: Afro-sul Odomodê; Alabê Oni; “Braziliano”; Carlos Alberto de Oliveira “Carlão”(in memoriam); Contramestre Guto e Africanamente Escola de Capoeira Angola; Eduardo Tamborero; Eduardo Tavares; Iosvaldyr Carvalho Bittencourt Junior; Luís Flávio “Trampo”; Maracatu Truvão; Maria Iara Deodoro; Marietti Fialho; Marina Rodrigues; Merli Leal Silva; Paulo Romeu Deodoro; Raquel da Silva; Richard Serraria; Restinga Crew; e Três Marias. 

Além de Jaguarão a Mostra também será realizada em Pelotas, entre os dias 16 e 19 de novembro. As duas cidades foram escolhidas em função de sua importância histórica para a resistência da comunidade negra.


I MOSTRA DE CULTURA POPULAR AFRO-GAÚCHA
PROGRAMAÇÃO - JAGUARÃO

///QUINTA-FEIRA (14/9)\\\


9h: Abertura da exposição de artes visuais
Local: Sagão do Theatro Esperança
Obras de Carlos Alberto de Oliveira “Carlão” e Raquel da Silva (Novo Hamburgo)
*Aberta a visitação pública até o dia 17/9, nos horários de funcionamento do Theatro Esperança.

9h: Oficina de Bonecas Abayomi
Com Mara Lenise Chagas da Silva (Porto Alegre)
Público: alunos da Rede Municial de Ensino
Local: EMEF Marcílio Dias

9h: Oficina de Percussão
Com Paulo Romeu Deodoro (Porto Alegre)
Público: alunos da Rede Municial de Ensino
Local: EMEF Ceni Soares Dias

9h: Oficina de Turbantes
Com Marina Rodrigues (Porto Alegre)
Público: alunos da Rede Municial de Ensino
Local: EMEF Dr. Fernando Corrêa Ribas

9h: Oficina Educomunicação Popular
Com Dora Bragança Castagnino (Porto Alegre) e Merli Leal Silva (São Borja)
Público: alunos da Rede Municial de Ensino
Local: EMEF Antonio de Sampaio


14h: Saberes Itinerantes no Qulombo Madeira
Oficina de Comunicação Popular, Roda de Conversas e Percussão: Ancestralidade, reconhecimento e transmissão de saberes; obras de Raquel da Silva.
Com Maria Iara Deodoro e Paulo Romeu Deodoro, Merli Leal Silva e Dora Bragança Castagnino
Público: Moradores do Quilombo Madeira
Local: Quilombo Madeira

19h30: Mostra Audiovisual Comentada
Exibição dos documentários Melanina e Memórias Expostas e debate com mediação da Educadora Merli Leal Silva e do cineasta Alexandre Derlam dos Santos.
Público: aberto á comunidade
Local: Biblioteca Pública de Jaguarão

///SEXTA-FEIRA (15/9)\\\
9h: Oficina de Bonecas Abayomi
Com Mara Lenise Chagas da Silva (Porto Alegre)
Público: alunos da Rede Municial de Ensino
Local: EMEF Marcílio Dias

9h: Oficina de Percussão
Com Paulo Romeu Deodoro (Porto Alegre)
Público: alunos da Rede Municial de Ensino
Local: EMEF Ceni Soares Dias

9h: Oficina de Turbantes
Com Marina Rodrigues (Porto Alegre)
Público: alunos da Rede Municial de Ensino
Local: EMEF Dr. Fernando Corrêa Ribas

9h: Oficina Educomunicação Popular
Com Dora Bragança Castagnino (Porto Alegre) e Merli Leal Silva (São Borja)
Público: alunos da Rede Municial de Ensino
Local: EMEF Antonio de Sampaio

15h: Sarau Literário
Com Richard Serraria (Porto Alegre)
Público: Aberto à comunidade
Local: Biblioteca Pública de Jaguarão

17h: Sarauzinho para Crianças / Histórias de Orixás
Com Merli Leal Silva
Público: Aberto à comunidade
Local: Biblioteca Pública de Jaguarão

19h: Apresentações Musicais Alabê Oni e Três Marias (Porto Alegre)
Público: Aberto à comunidade
Local: Theatro Esperança

///SÁBADO (16/9)\\\

9h: Palestra sobre Ações Afirmativas
Com Merli Silva
Público: Professores da rede Pública de Ensino e demais interessados
Local: Auditório da Biblioteca Pública de Jaguarão

10h: Abertura da Exposição fotográfica de Eduardo Tavares “Invisível Gaúcho Negro”
Com Eduardo Tavares (Porto Alegre)
*Aberta a visitação pública até o dia 17/9, nos horários de funcionamento do Theatro Esperança.
Local: Saguão do Theatro Esperança

10h: Palestra e Almoço Culinária Afro-Brasileira
Com Maria Iara Deodoro (Porto Alegre)
Público: vagas limitadas, mediante a retirada prévia de senhas no local, a partir do dia 15/9
Local: Clube Social Negro 24 de Agosto

14h: Palestra Turbante, Cabelo e Maquiagem
Com Marina Rodrigues (Porto Alegre)
Público: aberto à comunidade
Local: Clube Social Negro 24 de Agosto

15h30: Desfile Moda Afro – AfroSul Odomodê
Local: Clube Social Negro 24 de Agosto

17h: Debate “A Cultura, as manifestações e a produção cultural do negro no RS – Contexto Histórico e Atualidade”
Com Iosvaldyr Carvalho Bittencourt Junior, Merli Leal Silva, Eduardo Tavares e Giane Vargas Escobar.
Público: aberto à comunidade
Local: Clube Social Negro 24 de Agosto

17h: Workshop de Danças de Rua
Com Restinga Crew
Público: aberto à comunidade
Local: Theatro esperança

18h30: Apresentações de danças de rua
Com Restinga Crew
Público: aberto à comunidade
Local: Theatro esperança

20h: Apresentação Musical: Margaretti Fialho e Companhia Luxuosa
Público: aberto à comunidade
Local: Theatro esperança

///DOMINGO (17/9)\\\
Das 9h às 16h: Intervenção artística com grafitti
Contribuição permanente da Mostra para Jaguarão com Braziliano (Santa Maria) e Trampo (Porto Alegre)
Público: Aberto à comunidade
Local: Antigo Centro de Economia Informal
10h: Aulão de danças Afro-brasileiras
Público: Aberto à comunidade
Local: Antigo Centro de Economia Informal

10h: Oficina de Percussão
Com Paulo Romeu Deodoro
Público: Aberto à comunidade. Os interessados podem levar seus próprios instrumentos para participar
Local: Antigo Centro de Economia Informal

11h: Roda de Capoeira Angola e Samba de Roda
Com Contra Mestre Guto – Ponto de Cultura Africanamente (Porto Alegre)
Público: Aberto à comunidade.
Local: Antigo Centro de Economia Informal

14h30: Apresentação de Dança – Maracatu Truvão
Público: Aberto à comunidade.
Local: Antigo Centro de Economia Informal

16h: Encerramento da intervenção artística com graffiti
Contribuição permanente da Mostra para Jaguarão com Braziliano (Santa Maria) e Trampo (Porto Alegre)
Público: Aberto à comunidade
Local: Antigo Centro de Economia Informal

18h: Espetáculo Cênico: “O Feminino Sagrado – um olhar descendente da mitologia africana”
Com Instituto Social AfroSul Odomodê
Local: Theatro Esperança
*Após o espetáculo, o público sairá em cortejo pelas ruas da cidade


sábado, 17 de junho de 2017

Diálogos pela Democracia no Clube 24 de Agosto


O projeto Diálogos pela Democracia nasce da necessidade de mobilizar, debater e fortalecer uma rede de resistência frente à onda fascista e antidemocrática que tem tomado conta do Brasil e também da América Latina. Este Movimento conta com a participação del 'Frente Amplio"  do Uruguai, a fim de manter os laços com o país hermano.

Serão três encontros promovidos por movimentos sociais e partidos políticos, contando com convidados ilustres. Os três eixos centrais serão o Golpe no Brasil e seu impacto na América Latina, Direitos Humanos e Os rumos da esquerda.

O primeiro acontece no dia 30 de junho, às 19h, no Ponto de Cultura Clube 24 de Agosto, com a presença do cientista político Renato Della Vechia, da professora e militante dos Direitos Humanos Lilian Celiberti, e da socióloga, militante do Movimento de Luta pela Moradia e integrante da Frente Brasil Popular, Suelen Aires Gonçalves.

Junto ao debate também haverá a participação de poetas e militantes da cultura, do coletivo Mandinga, que realizarão o Sarau #PoesiaPelaDemocracia.


O evento acontece no dia da segunda greve geral no Brasil, protagonizada por diversos movimentos sociais que lutam pela deposição do presidente ilegítimo Michel Temer, as Diretas Já e a não aprovação das (anti) Reformas da Previdência e Trabalhista.




terça-feira, 23 de maio de 2017

Sexta terá noite de Fados no Theatro Esperança



Passeio musical e poético pelas influências ibéricas na cultura brasileira e latino-americana, o cd Doze Cantos Ibéricos & Uma Canção Brasileira, une o grande cantor Marco Aurélio Vasconcellos, o poeta Martim César e o instrumentista Marcello Caminha. O trabalho será lançado no próximo dia 26 de maio, às 21h, no Theatro Esperança em Jaguarão, com ingressos a R$ 25,00 e antecipados a R$ 20,00.

Nossas avós foram índias ou negras, porém nossos avôs foram, em sua maioria, nos primeiros anos, portugueses ou espanhóis. Bascos, galegos, açorianos, castelhanos, todos oriundos da península ibérica. A influência desses povos em nossa cultura e em nossa música é o que será apresentada neste CD, que conta com Marco Aurelio Vasconcellos, voz; Marcello Caminha, arranjos e violoes; Marcello Caminha Filho, contrabaixo e percussão e Elias Barboza, bandolin.

Fados, músicas espanholas, cantigas açorianas, MPB, misturam-se nas 13 faixas dessa viagem poético-musical: “Sobre os telhados de Lisboa”; “Portugal tornou-se ilha”; “ Velhas casa de Coimba”; “Pedra do Porto”; “Onde o vento faz a curva”; “Pelos Caminhos do Norte”; “España, cuando te nombro”; “Antes de ser marinheiro”, “Céus de Casttillan y Léon”, “O medo de te amar”; “Navegando entre os faróis”; “Nove pedações de mundo” e “Notícias da terra brasilis”.

Sobre os artistas:

Marco Aurélio Vasconcellos - Como intérprete, Vasconcellos transita pelo nativismo, pela música popular gaúcha e brasileira e pela música hispano-americana, possuindo vasto repertório de tangos e boleros. Em 1972, participou da 1ª Vindima da Música Popular de Caxias do Sul, com a canção ACALANTO e recebeu de Luiz Coronel uma letra para musicar para a participar da II Califórnia da Canção de Uruguaiana. Era GAUDÊNCIO 7 LUAS, que obteve o 2º lugar naquele importante evento nativista, ampliando essa parceria com Luiz Coronel. Nas 4ª e 5ª edições da Califórnia da Canção, Marco Aurélio concorreu com diversas canções e CORDAS DE ESPINHO recebeu o 1º lugar na Linha de Manifestação Rio-grandense. Em 1985 recebeu o troféu de COMPOSITOR MAIS PREMIADO DA CALIFÓRNIA desde a sua criação em 1971. De lá para cá não parou mais. Teve três discos lançados com o grupo Os Posteiros e tem mais quatro discos solo gravados, INVERNANDO RECUERDOS; VELHAS ANDANÇAS; DA MESMA RAIZ e JÁ SE VIERAM, que deu origem à parceria com o poeta Martim Cesar.

Martim César – Autor de 6 livros de poesia e contos.Vencedor por duas vezes do prêmio Rua dos Cataventos da Sociedade Mario Quintana de Poesia; Vencedor de mais de 30 festivais de músicas do RS e de mais de 10 festivais nacionais. Possui algo em torno de 70 premiações paralelas, incluindo melhor poesia, melhor letra e melhor tema social em diversos festivais gaúchos e nacionais. Indicado ao prêmio Açorianos 2010, como melhor letrista do RS. Coautor de 10 trabalhos discográficos ‘Caminhos de Si’;Maria Conceição canta Martim César e Paulo Timm’;Canções de a(r)mar e desa(r)mar (MPB)’;Da mesma raiz’ (indicado ao açorianos de 2010) ‘Já se vieram’; ‘Memorial de Campo’; ‘Paisagem interior’, (com três indicações no Açorianos 2015), ‘Náufragos Urbanos’ (Indicado a melhor álbum de MPB do RS, pelo Açorianos 2015), os atuais ‘Caminhos de Si, o tempo’, ‘Canciones que nacen del camino’ e ‘Doze Cantos Ibéricos e uma canção brasileira’. Além de 2 livros em fase de publicação: Terra que sangras no rio (contos) e Cimarrones – Três séculos ‘gauchos’ (Poema épico).


Serviço:
Doze Cantos Ibéricos & Uma Canção Brasileira
Data: 26/05/2017
Horário: 21h
Local: Theatro Esperança - Jaguarão
Ingressos Antecipados - R$ 20,00 - Tabacaria Tulipa, Pane Mio, Boutique LG, Paula Ferraz Decorações e Eventos, Secult 



sábado, 20 de maio de 2017

EFEITOS NEFASTOS PARA A FRONTEIRA JAGUARÃO - RIO BRANCO


Por Jorge Passos

Além de originar esse verdadeiro caos institucional, o impedimento da Presidenta Dilma, capitaneado pelo gangster Cunha associado à quadrilha que assaltou o poder, também trouxe efeitos nefastos para a nossa fronteira.
Ameaçada de interdição para trânsito pesado por fissuras em sua estrutura, conforme noticias do jornal uruguaio "El País" desta semana, a Ponte Internacional Mauá, no governo legitimo da presidenta Dilma,estava com um projeto já em vias de execução para seu restauro, além da fase final do projeto da construção da nova ponte sobre o Jaguarão.
Tudo isso foi interrompido pelo boicote dos golpistas à economia que possibilitou a infâmia do vergonhoso impeachment de uma presidenta honesta.
A interdição da nossa ponte seria um verdadeiro desastre para o setor de transporte internacional que tanto gera emprego em nossa fronteira.
Cabe ás nossas lideranças políticas, sociais e empresariais, resolvido o impasse constitucional na república e a volta da normalidade democrática pela implementação de eleições diretas e gerais, a luta pela continuidade dos projetos da segunda ponte e do restauro da Mauá.



segunda-feira, 1 de maio de 2017

Os mártires do primeiro de Maio

Enforcamento de George Engel, Adolf Fischer, Albert Parsons e August Spies, em Chicago
Eles lutavam pela jornada de 8 horas de trabalho. 1887
No final do século XIX, nos Estados Unidos, anarquistas, sindicatos embrionários e jornalistas contra-hegemônicos lutaram pela jornada de 8 horas. Os líderes foram enforcados, mas a vitória repercute ainda hoje — e diz algo sobre as lutas futuras.

Por Altamiro Borges, em seu blog
Se acreditam que nos enforcando podem conter o movimento operário, esse movimento constante em que se agitam milhões de homens que vivem na miséria, os escravos do salário; se esperam salvar-se e acreditam que o conseguirão, enforquem-nos! Então estarão sobre um vulcão, e daqui e de lá, e de baixo e ao lado, de todas as partes surgirá a revolução. É um fogo subterrâneo que mina tudo”. (Augusto Spies, 31 anos, diretor do jornal “Diário dos Trabalhadores)

Se tenho que ser enforcado por professar minhas idéias, por meu amor à liberdade, à igualdade e à fraternidade, então nada tenho a objetar. Se a morte é a pena correspondente à nossa ardente paixão pela redenção da espécie humana, então digo bem alto: minha vida está à disposição. Se acreditam que com esse bárbaro veredito aniquilam nossas idéias, estão muito enganados, pois elas são imortais”. (Adolf Fischer, 30 anos, jornalista)

Em que consiste meu crime? Em ter trabalhado para a implantação de um sistema social no qual seja impossível o fato de que enquanto uns, os donos das máquinas, amontoam milhões, outros caem na degradação e na miséria. Assim como a água e o ar são para todos, também a terra e as invenções dos homens de ciência devem ser utilizadas em benefício de todos. Suas leis opõem-se às da natureza e utilizando-as vocês roubam às massas o direito à vida, à liberdade e ao bem-estar”. (George Engel, 50 anos, tipógrafo)

Vocês acreditam que quando nossos cadáveres tiverem sido jogados à fossa tudo terá acabado? Acreditam que a guerra social se acabará estrangulando-nos barbaramente. Pois estão muito enganados. Sobre este veredito cairá o do povo americano e do povo de todo o mundo, para demonstrar a injustiça de vocês e as injustiças sociais que nos levam ao cadafalso”. (Albert Parsons, quue havia lutado na guerra da secessão nos EUA)

As corajosas e veementes palavras destes quatro líderes do jovem movimento operário dos EUA foram proferidas em 20 de agosto de 1886, pouco após ouvirem a sentença do juiz condenando-os à morte. Elas estão na origem ao 1º de Maio, o Dia Internacional dos Trabalhadores. Na atual fase da luta de classes, em que muitos aderiram à ordem burguesa e perderam a perspectiva do socialismo, vale registrar este marco histórico e reverenciar a postura classista destes heróis do proletariado. A sua saga serve de referência aos que lutam pela superação da barbárie capitalista.

A origem do 1º de Maio está vinculada à luta pela redução da jornada de trabalho, bandeira que mantém sua atualidade estratégica. Em meados do século XIX, a jornada média nos EUA era de 15 horas diárias. Contra este abuso, a classe operária, que se robustecia com o acelerado avanço do capitalismo no país, passou a liderar vários protestos. Em 1827, os carpinteiros da Filadélfia realizaram a primeira greve com esta bandeira. Em 1832, ocorre um forte movimento em Boston que serviu de alerta à burguesia. Já em 1840, o governo aprova o primeiro projeto de redução da jornada para os funcionários públicos.

Greve geral pela redução da jornada

Esta vitória parcial impulsionou ainda mais esta luta. A partir de 1850, surgem as vibrantes Ligas das Oito Horas, comandando a campanha em todo o país e obtendo outras conquistas localizadas. Em 1884, a Federação dos Grêmios e Uniões Organizadas dos EUA e Canadá, futura Federação Americana do Trabalho (AFL), convoca uma greve nacional para exigir a redução para todos os assalariados, “sem distinção de sexo, ofício ou idade”’. A data escolhida foi 1º de Maio de 1886 – maio era o mês da maioria das renovações dos contratos coletivos de trabalho nos EUA.

A greve geral superou as expectativas, confirmando que esta bandeira já havia sido incorporada pelo proletariado. Segundo relato de Camilo Taufic, no livro Crônica do 1º de Maio, mais de 5 mil fábricas foram paralisadas e cerca de 340 mil operários saíram às ruas para exigir a redução. Muitas empresas, sentindo a força do movimento, cederam: 125 mil assalariados obtiveram este direito no mesmo dia 1º de Maio; no mês seguinte, outros 200 mil foram beneficiados; e antes do final do ano, cerca de 1 milhão de trabalhadores já gozavam do direito às oito horas.

Chumbo contra os grevistas”, prega a imprensa

Mas a batalha não foi fácil. Em muitas locais, a burguesia formou milícias armadas, compostas por marginais e ex-presidiários. O bando dos “’Irmãos Pinkerton” ficou famoso pelos métodos truculentos utilizados contra os grevistas. O governo federal acionou o Exército para reprimir os operários. Já a imprensa burguesa atiçou o confronto. Num editorial, o jornal Chicago Tribune esbravejou: “O chumbo é a melhor alimentação para os grevistas. A prisão e o trabalho forçado são a única solução possível para a questão social. É de se esperar que o seu uso se estenda”.

A polarização social atingiu seu ápice em Chicago, um dos pólos industriais mais dinâmicos do nascente capitalismo nos EUA. A greve, iniciada em 1º de Maio, conseguiu a adesão da quase totalidade das fábricas. Diante da intransigência patronal, ela prosseguiu nos dias seguintes. Em 4 de maio, durante um protesto dos grevistas na Praça Haymarket, uma bomba explodiu e matou um policial. O conflito explodiu. No total, 38 operários foram mortos e 115 ficaram feridos.

Os oito mártires de Chicago

Apesar da origem da bomba nunca ter sido esclarecida, o governo decretou estado de sítio em Chicago, fixando toque de recolher e ocupando militarmente os bairros operários; os sindicatos foram fechados e mais de trezentos líderes grevistas foram presos e torturados nos interrogatórios. Como desdobramento desta onda de terror, oito líderes do movimento — o jornalista Auguste Spies, do Diário dos Trabalhadores, e os sindicalistas Adolf Fisher, George Engel, Albert Parsons, Louis Lingg, Samuel Fielden, Michael Schwab e Oscar Neebe — foram detidos e levados a julgamento. Eles entrariam para a história como “Os Oito Mártires de Chicago”.

O julgamento foi uma das maiores farsas judiciais da história dos EUA. O seu único objetivo foi condenar o movimento grevista e as lideranças anarquistas, que dirigiram o protesto. Nada se comprovou sobre os responsáveis pela bomba ou pela morte do policial. O juiz Joseph Gary, nomeado para conduzir o Tribunal Especial, fez questão de explicitar sua tese de que a bomba fazia parte de um complô mundial contra os EUA. Iniciado em 17 de maio, o tribunal teve os 12 jurados selecionados a dedo entre os 981 candidatos; as testemunhas foram criteriosamente escolhidas. Três líderes grevistas foram comprados pelo governo, conforme comprovou posteriormente a irmã de um deles (Waller).

A maior farsa judicial dos EUA

Em 20 de agosto, com o tribunal lotado, foi lido o veredicto: Spies, Fisher, Engel, Parsons, Lingg, Fielden e Schwab foram condenados à morte; Neebe pegou 15 anos de prisão. Pouco depois, em função da onda de protestos, Lingg, Fielden e Schwab tiveram suas penas reduzidas para prisão perpétua. Em 11 de novembro de 1887, na cadeia de Chicago, Spies, Fisher, Engel e Parsons foram enforcados. Um dia antes, Lingg morreu na cela em circunstâncias misteriosas; a polícia alegou “suicídio”. No mesmo dia, os cinco “’Mártires de Chicago” foram enterrados num cortejo que reuniu mais de 25 mil operários. Durante várias semanas, as casas proletárias da região exibiram flores vermelhas em sinal de luto e protesto.

Seis anos depois, o próprio governador de Illinois, John Altgeld, mandou reabrir o processo. O novo juiz concluiu que os enforcados não tinham cometido qualquer crime, “tinham sido vitimas inocentes de um erro judicial”. Fielden, Schwab e Neebe foram imediatamente soltos. A morte destes líderes operários não tinha sido em vão. Em 1º de Maio de 1890, o Congresso dos EUA regulamentou a jornada de oito horas diárias. Em homenagem aos seus heróis, em dezembro do mesmo ano, a AFL transformou o 1º de Maio em dia nacional de luta. Posteriormente, a central sindical, totalmente corrompida e apelegada, apagaria a data do seu calendário.

Em 1891, a Segunda Internacional dos Trabalhadores, que havia sido fundada dois anos antes e reunia organizações operárias e socialistas do mundo todo, decidiu em seu congresso de Bruxelas que “no dia 1º de Maio haverá demonstração única para os trabalhadores de todos os países, com caráter de afirmação de luta de classes e de reivindicação das oito horas de trabalho”. A partir do congresso, que teve a presença de 367 delegados de mais de 20 países, o Dia Internacional dos Trabalhadores passou a ser a principal referência no calendário de todos os que lutam contra a exploração capitalista.

Filme "Os Companheiros" de Mário Monicelli com Marcello Mastroiani, que mostra a luta pela redução da jornada de trabalho em uma fábrica de tecelagem em Turim, Itália, 1900.