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domingo, 28 de agosto de 2016

O sangue das vítimas gaúchas nas mãos dos eleitores de Sartori



O sangue das vítimas da violência no Rio Grande do Sul está nas mãos e nos títulos de eleitor dos eleitores de José Ivo Sartori!

Qualquer tentativa de desconstruir essa certeza será apenas ato de hipocrisia.

A violência urbana não está a acontecer somente no Estado gaúcho. Acontece também em outros Estados como PR, SP, Rio etc.

Mas, entre os Estados da Federação, é no Rio Grande que a violência mais cresceu apontam os índices e aí está o ‘x’ da questão por conta da reação de segmentos pontualmente atingidos que são exatamente as vítimas dos ‘chamados andares de cima’ da sociedade gaúcha e brasileira.


As manifestações nas redes sociais são furiosas e pontuais como por exemplo, mostra a imagem ao lado onde destacamos: “cada dia morrendo mais pessoas do bem em razão da violência...”



As mortes dos pobres nas periferias nunca foram "enquadradas" como mortes de pessoas do bem e isso é fato.



Ou seja, é a hipocrisia literalmente espraiada... 

Num outro comentário eu já havia lido algo assim: “os bons ficam presos em seus lares, reféns do medo sendo isso uma grande inversão de valores”.


Ou ainda parte de um comentário extenso dentro de uma postagem de onde extraímos apenas uma parte que demonstra uma indignação que jamais será respondida posto que endereçada ao governador que eles mesmo elegeram e esse, sabemos, não dá a mínima importância a fatos como esses...

Ou seja: agora enxergaram um "massacre diário"!

Obviamente que a perda de entes queridos sempre será lamentável e principalmente se acontecer de forma prematura e violenta.

Mas porque isso parece ter grande importância somente agora? Seria porque os bons ou as pessoas do bem é que são as vítimas, ou porque seriam apenas mais importantes exatamente por pertencerem aos 'andares de cima' da pirâmide social?

Repetimos: nas periferias pessoas são vitimadas diariamente mas a situação dessas vítimas, parece, 'não vem ao caso' pois não pertencem aos andares de cima! Não há massacres quando pobres são mortos...

Portanto são duas as abordagens que se fazem necessárias. A primeira sobre quem seriam esse "bons, ou essas pessoas do bem" e a segunda abordagem é sobre "o porquê de isso tudo estar acontecendo", ou seja, que são realmente os responsáveis.

Com assertivas dessas, um leque de possibilidade de análise e penso que não seja possível se fazer uma avaliação das mesmas sem que se fale no tema 'analfabetismo político' que é resultado da manipulação da mídia brasileira que vê em cada eleição apenas seus interesses... 

Obvio que esses bons ou esses do bem estão nas chamadas classes dominantes. 

Quem seriam os responsáveis pela inversão de valores? Aqueles que elegem políticos neoliberais que veladamente ou não pregam sempre o estado mínimo mas prometem o contrário, como por exemplo, o atual governador do estado ou aqueles excluídos, eventualmente autores dos crimes cometidos? 

Quem elegeu no RS o engodo, o atraso e o retrocesso é outra pergunta que também cabe.

Neste caso eu mesmo respondo: a elite gaúcha, juntamente com a classe media baixa, os pobres e quiçá alguns miseráveis eleitores exatamente aqueles que mais precisam de saúde pública, educação, transporte, segurança pública e serviços públicos de qualidade.

A imagem abaixo mostra como isso é visto! 
É claro que todos nós precisamos de segurança. Na minha opinião óbvio e cristalino que as chamadas classes dominantes são minoria e, não fosse pelo voto da massa ruminante resultante dessa manipulação ao antipetismo principalmente por parte da RBS, políticos como Sartori jamais seriam eleitos! A imagem acima esclarece como age a mídia.

A atual situação calamitosa no RS é apenas parte de uma agenda em andamento: a implantação do estado mínimo e essa também é uma das justificativas para a falta de segurança! Aliás essa agenda tem nome e já está em andamento: a Agenda 2020!


Sartori, intencionalmente cria o caos para justificar a implantação da política neoliberal aprovando na Assembleia aumento de impostos, arrocho salarial, supressão de direitos dos servidores, professores e policiais e, claro e principalmente implantar as famigeradas PRIVATIZAÇÕES

O livro "A Privataria Tucana" do jornalista Amaury Ribeiro Jr mostra como isso é feito. Aqueles cidadãos mais experientes sabem que essa é uma estratégia simples, porém criminosa.

Portanto, esses desabafos são compreensíveis mas deveriam ter um endereço e convenientemente não tem!

Vemos na mídia esse tipo de desabafo todo dia mas ninguém pergunta a quem quer que seja quem elegeram para o governo gaúcho!

Mas os números ainda estão aí e a resposta é simples: aproximadamente 70% dos eleitores gaúchos votaram e elegeram o retrocesso, o atraso, são os mesmos eleitores batedores de panelas que tornaram o Brasil uma chacota internacional que votaram em José Ivo Sartori e Aécio neves e agora não mostram suas caras.

Portanto, o sangue das vítimas da violência no Rio Grande do Sul está sim nas mãos e nos títulos de eleitor dos eleitores de José Ivo Sartori e são eles sim que puxam os gatilhos.

É isso aí. 




quarta-feira, 16 de setembro de 2015

A polícia que mata

Por Andréa Lima

Entre as notícias de destaque da semana estão os dados do relatório da Anistia Internacional sobre a violência policial, publicados nesta segunda-feira (07). Os números alarmantes corroboram a truculência e a face mais dura das corporações policiais, trazendo à ordem do dia o que há muito tempo vem sendo denunciado pelos moradores das comunidades e locais mais pobres do país: a polícia brasileira é a que mais mata no mundo.

O Brasil aparece como o campeão de homicídios em um índice geral e, somente no ano de 2014, de acordo com o levantamento, 15,6% dos assassinatos, por aqui, foram de autoria de policiais. Em 2012, pasmem, chegaram a 56 mil os homicídios cometidos por agentes de segurança.

A Anistia Internacional afirma que a força policial brasileira atira nas pessoas mesmo depois que elas já se renderam, que estão feridas sem condições de reagir e que, muitas vezes, não usam nenhum tipo de advertência em sua abordagem, que seja capaz informar ao suspeito de maneira clara e objetiva, fazendo com que ele se entregue.

As balas têm como principal alvo a população negra. Segundo a pesquisa, entre as vítimas fatais da violência policial do RJ, entre os anos de 2010 e 2013, 95% eram homens. Deste total, aproximadamente 80% negros e, três em cada quatro, com idade entre 15 e 29 anos, configurando um verdadeiro genocídio.

Nos EUA, a situação é semelhante, e as forças policiais estão entre as três mais violentas do mundo.

Enquanto a polícia mata, a impunidade arremata. Das 220 investigações que a Anistia Internacional acompanha desde 2011, em apenas uma delas o policial chegou a ser acusado pela justiça. Geralmente, eles sabem que não serão punidos. Em 2015, dos 220 casos que correm na justiça, 183 não tiveram o inquérito concluído até o fechamento do relatório.

O estudo sugere a criação de ferramentas para reduzir as mortes por violência policial: que as investigações sejam realizadas de forma independente, a certeza de punição em casos de abuso, uma maior rigidez sobre a atuação dos agentes da lei e estatutos que deixem claro quando o uso da força se justifica.

Para alguns estudiosos da área, existe a necessidade premente de desmilitarização da polícia no Brasil que, em sua atuação, nos remete, ainda, ao tempo da ditadura.

Esta proposta consiste na mudança da constituição, por meio de Emenda, de forma que as polícias militar e civil constituam um novo grupo policial, que seja julgado pela justiça comum e que tenha treinamento adequado e formação civil, de forma a preservar e respeitar os direitos da população.

Embora ainda sejam necessários muitos debates e o avanço na legislação, uma pesquisa feita pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) e o Ministério da Justiça, mostra que 73,7% dos policiais apóiam a desmilitarização. Entre os policiais militares, o índice sobe para 76,1%. A sociedade, sem sombra de dúvida, está cansada de ser atacada por quem tem o papel de protegê-la...


Quantas Cláudias e Amarildos ainda serão assassinados para enfrentarmos este problema?

Edição de 09/09/2015 Ano VI nº 229



segunda-feira, 27 de julho de 2015

Travesti jaguarense é assassinada a tiros em Passo Fundo

Morte engrossa a triste estatística que coloca o Brasil como campeão mundial de crimes homofóbicos

O final de semana (17/07) foi marcado por uma triste notícia para os familiares da travesti Gaby Rodriguez, de 32 anos. Ela foi executada com três tiros, na cidade de Passo Fundo, onde residia há dois meses. O crime aconteceu por volta das 23h30min, na esquina das ruas Coronel Camisão e Independência, na vila Popular, próximo ao Sesi.

A vítima não portava nenhum documento que possibilitasse a sua identificação. Familiares, residentes em Jaguarão, tomaram conhecimento da morte e pelo apelido suspeitaram que pudesse ser a familiar. Com isso, Magda Regina Rodrigues Velasques, mãe de Gaby, foi a Passo Fundo e reconheceu o corpo da (o) filha (o).

Segundo uma testemunha, a vítima e outras duas travestis estavam no local quando chegou uma moto. Após uma rápida conversa, o condutor da moto sacou de uma arma e atirou quase à queima-roupa. A travesti morreu na hora com um tiro no ombro direito, um no pescoço e outro na cabeça.

O atirador fugiu em direção ao Hospital Municipal Dr. César Santos e desapareceu. As outras duas travestis saíram do ponto antes da chegada da Brigada Militar. Populares revelaram à polícia que ela trabalhava no local há umas duas semanas. Tudo indica que o assassino era cliente de Gaby.

O caso está sendo investigado pela Delegacia Especializada em Homicídios e Desaparecidos (DEHD). Os agentes da DEHD estão à procura do suspeito, que poderá ter a prisão preventiva solicitada, a não ser que se apresenta à polícia nas próximas horas.

Número de assassinatos de homossexuais cresce 31% no Brasil

“Mais uma que se torna estatística no meio de uma sociedade hipócrita que nos julga diferentes, que nos rótula como anormais, que nos empurra um título de marginalizados. Até quando? Até quando? E eu mesma respondo. Sempre. Porque a evolução dos nossos direitos anda a lerdos passos. E eu diria mais. Anda mais pra trás do que pra frente. Que descanse em paz Gaby Rodriguez o sofrimento pra ti acabou amiga. Não precisa mais enfrentar essa sociedade doente, preconceituosa e mesquinha. Infelizmente torna-se apenas mais um número...”, manifestou Kamilly Bitencourt, na página do Facebook de Gaby Rodriguez.

Infelizmente o assassinato de Gaby engrossa a triste estatística que coloca o Brasil como campeão mundial de crimes homofóbicos. O risco de um homossexual ser assassinado no Brasil é 785% maior que nos Estados Unidos. Os dados foram disponibilizados pelo Grupo Gay da Bahia, e são de 2010. De acordo com a pesquisa o número de assassinatos de homossexuais, travestis e lésbicas aumentou em 31,3% no ano de 2010, se comparado com os números de 2009 (com 260 casos), ante 198 em 2009.

De acordo com um dos fundadores do Grupo Gay da Bahia, o antropólogo Luiz Mott, a luta é por ações afirmativas pelo fim dos crimes homofóbicos. “Os representantes da causa LGBT não querem privilégios, isenção de impostos nem cotas, como tem sido dito. Queremos isonomia de direitos, além da criminalização da homofobia nos moldes do racismo e a equiparação do casamento”.

Carlos Magno Fonseca, presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, diz que uma das principais reivindicações é que o governo estimule a produção de dados oficiais sobre violações contra gays, o que seria facilitado pela criminalização da homofobia. “O debate LGBT e o combate à homofobia não podem ser assuntos moral e religioso, têm que ser um assunto político”.

Congresso nacional atual é o mais conservador da história

Quando Eduardo Cunha (PMDB-RJ) derrotou o governo e se elegeu presidente da Câmara dos Deputados Federais não significou apenas a derrota do Palácio do Planalto no quesito articulação, mas de todos os setores progressistas do Brasil. Prova disso é que, em menos de 12 horas, Cunha desarquivou um Projeto de Lei de sua autoria que visa instituir o “Dia do Orgulho Heterossexual”, que tem por objetivo proteger a sociedade da “heterofobia” e deu regime de urgência à votação do Estatuto da Família, que torna oficial a marginalização das famílias homoparentais e a certificação das uniões entre pessoas do sexo oposto.

Eduardo Cunha não veio para brincar. Logo que chegou ao poder da Câmara, ativistas dos Direitos Humanos já previam o pior, mas também se pensava que, estando no poder, Cunha não retomaria a agenda que lhe deu visibilidade. Ledo engano, o atual presidente da Câmara dos Deputados cumpre ao pé da letra quando diz que apenas “por cima do seu cadáver” haverá a criminalização da homofobia, legislação do aborto e regulamentação dos meios de comunicação. Estas pautas não vão entrar no Congresso Nacional e, infelizmente, o Palácio do Planalto não dá sinais de que vá se indispor por elas. De fora para dentro, nos próximos quatro anos, a luta será para não permitir retrocessos na parca legislação sobre assuntos da agenda progressista.

Mas, é preciso descer um pouco mais para se ter uma dimensão melhor do significado de Eduardo Cunha na presidência da Câmara. Primeiro, ele é apenas um nome que carrega consigo tudo o que há de mais retrógrado na política e sociedade brasileira: machismo, homofobia, conceitos fundamentalistas de sociedade, proselitismo com os setores empresariais. O atual presidente da Câmara é personagem de um grupo político coordenado por lideranças evangélicas que, desde 2003, se instalaram no Congresso Nacional e elegeram as agendas do aborto, gênero e LGBT como inimigos nº 1 e, de lá para cá, impuseram sucessivas derrotas a estas agendas. Porém, organizados como são, sempre tiveram como prisma de poder tomar de assalto o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto.

E o que é, de fato, a agenda do grupo de parlamentares fundamentalistas que hoje comandam o Congresso Nacional? Mais do que figuras religiosas obscurantistas, este grupo retoma conceitos sobre sociedade e humanidade que nos levam de volta para o século XIX, quando as teses de eugenia estavam muito em voga. Estes grupos pensam a sociedade a partir de uma hierarquização social, racial e de gênero: são aceitos aqueles que vivem para reproduzir e propagar a espécie humana; negros, índios e LGBT são considerados sujeitos “menores” ou “não-humanos”; mulheres são seres de segunda classe que existem para parir e servir aos homens. A esta forma de organização social, o filósofo Michel Foucault chamou de “anátomo-política” ou “bio-política”, quando o gerenciamento da vida e o controle social se tornaram fundamentais para o Estado liberal, este, aliado aos poderes policiais, medicinais e religiosos.

Fontes: Correio do Povo e Revista Forum

Edição de 22/07/2015 Ano VI nº 222





quinta-feira, 18 de junho de 2015

Medidas propostas pelo governo do estado podem acabar em greve na educação e segurança pública

O governo do Estado encaminhou um pacote com 11 projetos à Assembleia Legislativa, no começo da tarde do dia 03 de junho. Segundo o Executivo gaúcho, o objetivo é estancar a crise financeira. Há medidas que aumentam a alíquota sobre doações e heranças, mexe em conquistas de servidores e proíbe, por exemplo, que um governo conceda reajuste e deixe para a próxima gestão pagar. Das 11 propostas, apenas uma foi em regime de urgência e poderá trancar a pauta da Assembleia. É o projeto que altera os critérios de promoção dos oficiais da Brigada Militar. A maioria das medidas, se aprovadas, vale para 2016.

O pacote chamado pelo governo de “ajuste fiscal gaúcho – fase 2 -”, foi apresentado pelo chefe da Casa Civil, Márcio Biolchi, que estava acompanhado dos secretários Geral, Carlos Búrigo, e da Fazenda, Giovani Feltes. Com as medidas que aumentam a receita, o governo projeta uma arrecadação de R$ 400 milhões por ano no futuro, já que os projetos, se aprovados pelos deputados, passavam a valer em 2016. Questionado se o nome do pacote é uma tentativa para sensibilizar a oposição, principalmente o PT (já que o Governo Federal, petista, também tenta promover um ajuste fiscal), Biolchi foi taxativo: “Não é uma estratégia, nós precisamos fazer um ajuste fiscal de verdade”. “É uma necessidade”, completou Feltes.

Além dos projetos, o governo do Estado apresentou três decretos, que serão publicados posteriormente no Diário Oficial. O primeiro deles prorroga por mais 180 dias o documento em vigor desde janeiro de 2015 e que corta diárias e horas-extras e suspende o pagamento de fornecedores. A medida deve gerar uma economia de R$ 1,07 bilhão neste ano. O segundo cria o Programa de Reorganização, Aperfeiçoamento e Promoção da Eficiência da Administração Pública Estadual. Já o último trata da publicação nominal dos salários dos servidores em cumprimento à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

Alguns das medidas devem provocar polêmica na Assembleia Legislativa e entre as diferentes categorias de servidores. Uma delas é a Lei Estadual de Responsabilidade Fiscal que proíbe que o administrar faça compromissos para o futuro gestor. Isso vetaria, por exemplo, os reajustes concedidos pelo governo Tarso Genro (PT) ao funcionalismo, já que foi parcelado. “Ela não traz uma política fiscal de governo, mas uma política de Estado”, afirmou o chefe da Casa Civil, ressaltando que essa legislação possibilitará somente os reajustes “que se tem condições”. “Entendemos que esse é um dos principais projeto de alcance perene”, acrescentou ele, apesar de não ter impacto financeiro.

Outro projeto que deve gerar polêmica é o que transforma a licença prêmio em licença capacitação e retira o caráter cumulativo e indenizatório. Na justificativa, o governo argumenta que as despesas com indenização dessas licenças aumentaram “de forma considerável” nos últimos anos. Como se trata de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC), em caso de ser aprovada, a PEC não atingirá só os servidores do governo, mas dos outros poderes do Estado.

Também deve repercutir a proposta que põe fim à incorporação da Função Gratificada (FG) que os servidores adquirem ao trabalhar em outros poderes, como Assembleia Legislativa, Poder Judiciário e Ministério Público. A medida, conforme Biolchi, reduzirá o número de cedências e também os gastos futuros do Estado com aposentadorias. “Ele conquista o benefício por um lado e manda a conta para outro Poder. Certamente aumentamos o passivo de aposentadorias”, argumentou o chefe da Casa Civil. Questionado se o projeto não causaria descontentamento entre servidores, ele afirmou que não, ao contrário, uma vez que é uma minoria beneficiada. “Nem todos têm a oportunidade de incorporar FG na carreira”, justificou Biolchi.

Ainda em relação a conquistas dos servidores, o governo propõe o fim da promoção por merecimento dos policiais militares. Hoje, os brigadianos que trabalham em órgãos do governo, como a Secretaria de Segurança, ou em outros poderes têm direito à promoção. “Julgo uma boa inovação que faz com que privilegie quem está em atividade”, avaliou o chefe da Casa Civil, referindo-se ao trabalho específico na área de segurança.

Presidente da Associação dos Cabos e Soldados, Leonel Lucas disse que recebeu “com preocupação” o pacote do governo e que as medidas anunciadas só prejudicam a segurança pública e, em consequência, a sociedade. “O governo não está dando bola para a segurança pública ao não chamar os concursados”, argumentou ele, sobre os 2 mil concursados que aguardam nomeações. Sobre o projeto para trazer os inativos de volta, ele acredita que não irá ocorrer, porque os atrativos não compensam ao contrário do que, conforme Lucas, renderia “os bicos” feito pelos aposentados. “O incentivo é muito pouco”, completou ele.
Mas o projeto que mais desagradou o presidente da associação foi o que transforma a licença prêmio em licença capacitação. “Isso nós não concordamos, isso é direito nosso e nós não perderemos”, adiantou Lucas, destacando que os policiais irão se mobilizar contra parte do pacote.

Policiais Civis aprovam estado de greve em assembleia

Os policiais civis entraram em estado de greve. A decisão foi aprovada na assembleia convocada pelo Sindicato de Escrivães, Inspetores e Investigadores da Polícia (Ugeirm) e realizada na tarde desta segunda-feira (8). Cerca de 100 lideranças da categoria de todo o Estado participaram do encontro.

O estado de greve, explica o presidente da Ugeirm, Isaac Ortiz, significa que os policiais civis podem paralisar “a qualquer momento”, caso o governo José Ivo Sartori (PMDB) encaminhe à Assembleia Legislativa projetos que retirem direitos ou conquistas da categoria. “Se precisar entrar em greve, vamos entrar sem muita delonga”, avisa o sindicalista.

“Vemos com muita preocupação (o pacote), só vem deixar o policial mais intranquilo do que ele já estava”, diz Ortiz. Uma delas é a prorrogação por mais 180 dias do decreto em vigor desde janeiro e que corta despesas, diárias e horas extras, além de suspender contratações de servidores e a realização de concursos. “O que nos assusta mais é a falta de segurança, o risco aumenta cada vez mais. Antes de sermos policiais, somo cidadãos”, argumenta o presidente da Ugeirm, sobre a fragilização da área devido aos cortes feitos pelo governo.

“Ele (Sartori) não pode deixar a banalização da vida como está ocorrendo”, sustenta Ortiz, referindo-se aos riscos aos quais as pessoas estão expostas devido ao aumento da criminalidade e que o reforço da segurança não pode esperar o governo “acertar as contas ou fazer ajuste fiscal”. A decisão tomada na assembleia desta segunda-feira será informada ao governo pelo sindicato, que pedirá uma agenda com o comando da Segurança.

Além do estado de greve e “assembleia permanente”, os policiais civis de todo o Estado – hoje, são mais de cinco mil – irão fazer uma marcha no dia 7 de julho com saída do Palácio da Polícia até o Piratini, que terá também a participação de brigadianos e de funcionários da Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe) e do Instituto Geral de Perícias (IGP).

Cpers critica pacote e começa caravana pelo Interior

Vieira da Cunha esquece professores ao falar de metas e projetos da SEC
A direção do Centro dos Professores do Rio Grande do Sul (Cpers/Sindicato) também se reuniu na tarde desta segunda-feira para avaliar o pacote. Presidente da entidade, Helenir Aguiar Schürer critica a Lei Estadual de Responsabilidade Fiscal, uma das propostas do conjunto de medidas apresentadas por Sartori. O projeto barra, por exemplo, reajustes para pagamento dos sucessores em caso de a receita não comportar. Além disso, limita em 75% os gastos com custeio e investimentos e 25 com a folha de pagamento. Para a professora, a lei “poderá deixar” os servidores sem aumento.

Também foi alvo de críticas da presidente do Cpers,  a proposta que transforma a licença-prêmio em licença-capacitação concedida a cada cinco anos pelo período de três meses. Pelo projeto, o servidor terá que usar o período para capacitação e não receberá mais indenização. “É um absurdo! Vai nos tirar direitos, o que temos é melhor”, protestou Helenir, referindo-se à licença-capacitação indenizada e de até um ano garantida no plano de carreira dos professores.

A representante do sindicato demonstrou preocupação ainda com a suspensão de nomeações de professores devido à prorrogação do decreto. “Hoje, faltam professores. Não sei o que o Estado está pensando em relação à falta de professores. Vamos denunciar isso no interior”, afirmou a professora. A presidente do Cpers se refere à Caravana da Educação pelo Interior do Estado, que começa nesta terça-feira (9), para discutir com os núcleos atos com o objetivo de garantir que os direitos de professores e dos funcionários de escola “não sejam atacados” pelo governo Sartori. A comitiva focará, além das medidas do pacote, na defesa do plano de carreira da categoria e no pagamento do piso nacional do magistério. No roteiro, o comando do sindicato também já deve mobilizar os núcleos para uma possível greve.



Edição de 10/06/2015 Ano VI nº 216



terça-feira, 2 de junho de 2015

Estou ficando assustado!

Por Antônio Escosteguy Castro*


A situação da Segurança Pública no Rio Grande do Sul está ficando crítica. Desde o início de seu governo, Sartori vem acumulando erros e trapalhadas. Primeiro cortou as diárias e as horas extras; depois reduziu a gasolina das viaturas; depois anunciou que iria suspender ou mesmo eliminar os reajustes negociados no Governo Tarso a serem pagos aos poucos, durante anos, de modo a melhorar um pouco a penúria salarial das polícias. Frustrados, centenas de brigadianos estão abandonando os quadros da PM e como os novos concursados não são chamados, o déficit de policiais aumenta rapidamente. Por mais honrada e competente que seja a nova cúpula das polícias, é muito difícil reverter a queda no moral da tropa com todos estes ataques.

Os resultados destas políticas míopes já se fazem sentir. As gangues do tráfico de drogas se agigantaram, impuseram toque de recolher em algumas vilas e vimos nos últimos tempos uma sucessão de execuções por acertos de contas que faria inveja à Máfia siciliana. Um especialista da área disse ao Sul21 que “no tempo do Tarso, o anúncio de um toque de recolher faria a Brigada ocupar a comunidade e revertê-lo. Como nada disso houve, o tráfico ganhou confiança”.

Há poucos dias vimos um arrastão cinematográfico num edifício de luxo do bairro Rio Branco , em Porto Alegre. Outro analista disse ao Sul21 que “ no Rio Grande do Sul não há ninguém com tal capacidade logística. É gente de fora, que veio atraída pela atual inoperância da polícia”.

Não bastasse isto, agora os jornais trazem a notícia de que uma operação policial secreta foi previamente vazada na internet, possibilitando a fuga de seus alvos. Sem comentários.

A blindagem midiática segura o Governo. Se o Grupo RBS tratasse o Governo do Estado, durante um mês, com a mesma rigidez com que trata o PT e Dilma , Sartori derreteria mais rápida e intensamente que Beto Richa no Paraná. No caso acima citado do vazamento prévio da Operação Arquipélago, o tom da matéria de Zero Hora poderia ser resumido na seguinte frase : “ Gente, que interessante. A operação vazou antes. Isto pode acontecer com qualquer um, né?” E depois tenta culpar a Justiça. Se algo parecido tivesse acontecido num governo do PT não haveria menos que uma sucessão de colunistas esbravejando no Jornal do Almoço e pedindo a renúncia do governador.

Mas o que me assusta tanto ou mais que a crise na segurança é o tamanho da fatura política que virá desta blindagem total. No Rio Grande do Sul, os Grupos RBS e Gerdau comandam, política e organicamente, o empresariado local. Premidos, agora, pela sombra bilionária da Operação Zelotes, que tem potencial para abalar profundamente mesmo estes gigantes, devem acelerar sua voracidade sobre o estado. A extinção da Uergs ( com a liberação de milhares de matrículas para as universidades privadas); o pedagiamento das estradas federais e estaduais (que criam mega-empresas que faturam à vista e gastam a prazo); a concessão do tratamento do esgoto à iniciativa privada (retirando da CORSAN algo bem mais lucrativo que o tratamento da água) e ainda o fatiamento da CEEE (aproveitando o processo de renovação da concessão que está em curso este ano) bem como outras medidas desta natureza podem 

Sartori deve apresentar nesta semana sua “agenda positiva” e adiou para junho o anúncio dastrazer bilhões ao meio empresarial gaúcho, alcançando todos que tenham porte , crédito e relações para integrar os grupos de beneficiados.

O desmonte do estado do Rio Grande do Sul pode ser a salvação da lavoura para um empresariado tacanho e normalmente avesso à inovação.Com a RBS e a Globo a justificar e propagandear, este desmonte pode ser apresentado à opinião pública como a salvação…. do estado. “medidas de ajuste”. O lobby continua, bem como a blindagem. Meu medo é que o Rio Grande , além de falido, seja estraçalhado.

Antônio Escosteguy Castro é advogado

Edição de 27/05/2015 Ano VI nº 214


 

Jaguarão vive onda de insegurança: assaltos e roubos tem virado rotina

Desmonte da Segurança Pública causa onda de assaltos nunca vista na cidade
Em apenas uma semana, Jaguarão viveu uma onda de assaltos e roubos, tanto a estabelecimentos comerciais quanto a residências e até a pedestre. A insegurança tem pairado no ar. 

Para a delegada da Policia Civil, Juliana Garrastazu Ribeiro isso é reflexo principalmente dos cortes de investimentos na área da segurança no estado. “É claro que a impunidade acaba fazendo com que os bandidos voltem a reincidir, porém é impossível trabalhar sem horas extras, sem combustível para as viaturas, sem efetivo e ainda com a possibilidade de ter o pagamento de nosso salário parcelado. A situação esta muito difícil”, afirma. 

Recentemente o Prefeito Cláudio Martins esteve reunido com o subcomandante do 3º BPAF, Capitão Dilmar, para tratar do tema da segurança pública em Jaguarão. Na oportunidade Cláudio apresentou preocupação com o policiamento no município, em especial nos bairros. Ele destacou que tem recebido uma grande demanda da comunidade que solicita mais segurança, em virtude, principalmente, de casos de furtos e atos de vandalismo.

O prefeito também salientou a questão do efetivo de Jaguarão, já que recentemente foram transferidos sete policiais militares, diminuindo o policiamento local. Ele disse que em outro momento já havia abordado o tema com o Major Perachi, comandante do 3ºBPAF, e que segue a disposição para unir forças com o comando local para buscar soluções junto ao Governo do Estado, já que não houve a vinda de novos policiais.

De acordo com o Capitão Dilmar mesmo com essa redução no efetivo e com a diminuição de horas extras, o Comando do 3º BPAF estará organizando um planejamento de forma a contemplar a ação de policiamento nos bairros, para garantir a segurança da população. Ele ainda destacou a disposição em agir em parceria com a Prefeitura em prol da comunidade.

Já para o empresário José Eduardo Carvalho, que teve sua casa invadida, tendo dinheiro e objetos furtados, a situação só irá mudar com muita pressão da sociedade. “Acho que a sociedade tem que se mobilizar para que esta situação mude se não iremos virar reféns em nossas casas e locais de trabalho”, salienta.
Eduardo diz se sentir triste pelo que está passando. “A gente não vê solução para isto. A polícia prende e a justiça solta. Essa impunidade acaba contribuindo para o aumento da insegurança”, opina.
“Como comerciante, empresário, me sinto desprotegido. Estou inclusive pensando em alterar os horários de atendimento para correr menos risco”. Eduardo é proprietário de um Supermercado na cidade.

Sartori negocia para adiar reajuste aos servidores da segurança pública

Aumentos foram concedidos ainda durante o governo Tarso Genro mas governo atual não pretende pagar

Das dezenas de projetos de lei que o Palácio Piratini estuda enviar à Assembleia para ampliar receitas e enxugar despesas, o mais urgente é o que deverá propor a prorrogação da vigência do calendário de reajuste salarial dos servidores da segurança pública. A informação é do jornal Zero Hora.

Enquanto amadurece a decisão política, o governo inicia negociações com a base aliada para tentar obter apoio à polêmica proposta. Um plano B também está em curso: se os deputados recuarem, a alternativa poderá ser a judicialização dos aumentos concedidos ainda no governo Tarso Genro.

Com a crise financeira, o calendário de reajustes da área da segurança é visto com preocupação - custarão cerca de R$ 4 bilhões no período do governo Sartori. Somente em maio, quando passa a vigorar uma parcela, o impacto será de R$ 250 milhões. E isso ocorrerá apenas um mês depois de o Piratini ter atrasado o pagamento da dívida com a União para conseguir quitar em dia a folha do funcionalismo. A alegação é de que não há dinheiro para tudo.

A negociação do Piratini com a base aliada começa a partir de hoje, quando o chefe da Casa Civil, Márcio Biolchi, receberá os líderes de bancadas para um café da manhã, como acontece às terças-feiras. Embora o prazo esteja se esgotando, o governo já fez as contas e sabe que ainda é possível aprovar a prorrogação do calendário de reajustes antes do final de maio. 

Os servidores da segurança receberão o salário reajustado no dia 28 do próximo mês. A folha precisa ser gerada até 48 horas antes. Isso indica que, até o dia 25 de maio, o projeto tem de estar aprovado na Assembleia. Mas, para isso, a base aliada será fundamental.

Se enviar a proposta em regime de urgência, a tramitação ocorrerá em 30 dias e poderá ultrapassar o limite de 25 de maio. A saída é o acordo de líderes, feito nas reuniões da Mesa Diretora. Se um deputado propuser, e a maioria concordar, um projeto de lei pode ser votado a qualquer momento.

Obter o acordo ficou mais fácil com a modificação do regimento da Assembleia. Antes, qualquer bancada de um deputado tinha poder para impedir uma votação. Agora o acerto se dá em caso de obtenção de maioria dos votos. A antecipação da análise da proposta em plenário só é vetada se três bancadas forem contra. Se a base aliada de Sartori abraçar a proposta, a aprovação poderá ser alcançada, já que os governistas são 35 dos 55 parlamentares.


Edição de 27/05/2015 Ano VI nº 214
 
 
 

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Caixas eletrônicos de banco são arrombados em Jaguarão

Um caixa eletrônico da agência do Banrisul em Jaguarão foi arrombado na manhã de domingo (3).

De acordo com a Brigada Militar, três homens invadiram o local por volta das 7h e com um maçarico abriram o caixa eletrônico.

Ainda não se sabe se o trio conseguiu levar alguma quantia em dinheiro e quanto. Várias cédulas ficaram pelo chão da agência - localizada na Avenida 27 de Janeiro, centro da cidade. Essa informação só será conhecida na segunda-feira, quando está previsto o serviço da equipe de perícia.
O bando conseguiu fugir em um carro antes da chegada da Brigada Militar, acionada por vizinhos da instituição bancária.

Imagens de câmera de segurança de um estabelecimento comercial próximo ao banco são analisadas. Os bandidos fugiram em direção ao Uruguai.

Esse foi o quinto ataque a agências bancárias registrado no estado desde o início do feriadão, na sexta-feira (1º). Na maioria dos casos, os assaltantes usaram maçarico para abrir os caixas eletrônicos, segundo a polícia. Em uma das ocorrências, no sábado (2), três criminosos foram presos, após serem flagrados abrindo os equipamentos no Banco do Brasil de Tramandaí, no Litoral Norte. Outros três casos foram registrados na sexta-feira nos municípios de Passo do Sobrado, Santa Maria do Herval e Cachoeirinha.

Na véspera do feriado, na quinta-feira (30), outros três casos de roubo a banco ocorreram em Três Forquilhas, também no Litoral Norte, em São Leopoldo, na Região Metropolitana, e em Porto Alegre.
Abaixo, a lista de ataques a banco durante o feriadão:

Domingo, dia 3
Jaguarão: A agência bancária do Banrisul foi arrombada por volta das 7h deste domingo (3) em Jaguarão, no Sul do estado. Dos seis caixas eletrônicos do banco, apenas um foi aberto com uso de maçarico.
Sábado, dia 2
Tramandaí: Uma mulher e dois homens foram presos no sábado (2) depois de serem flagrados arrombando caixas eletrônicos de uma agência do Banco do Brasil, no centro de Tramandaí, no Litoral Norte. Antes de ser flagrado, o trio já havia retirado dinheiro de um dos equipamentos e tentava furtar outro caixa eletrônico. Maçaricos foram encontrados com os criminosos. A Brigada Militar informou que todo o dinheiro foi recuperado. As prisões ocorreram após um morador de Tramandaí perceber a ação e avisar a polícia pelo 190.
Sexta-feira, dia 1º
Passo do Sobrado: A agência bancária do Banrisul de Passo do Sobrado, no Vale do Rio Pardo, foi arrombada na manhã de sexta-feira (1°). Foi o segundo ataque ao mesmo banco em menos de uma semana. A Brigada Militar flagrou o crime. Três assaltantes que estavam dentro da agência bancária foram presos. Com um deles, foi encontrado R$ 600 em dinheiro. Um dos caixas eletrônicos havia sido aberto com uso de maçarico
Santa Maria do Herval: A agência bancária do Banrisul de Santa Maria do Herval, no Vale do Sinos, foi assaltada na madrugada de sexta-feira (1°). O crime ocorreu por volta das 3h, no Centro da cidade. Segundo a Brigada Militar, um grupo arrombou a porta da frente e invadiu o estabelecimento. Os bandidos abriram um dos caixas eletrônicos com maçarico. Para não serem gravados, os criminosos pintaram as lentes das câmeras de segurança com tinta spray. Eles fugiram em dois carros.
Cachoeirinha: Assaltantes arrombaram um terminal de caixa eletrônico de uma agência do Banco do Brasil de Cachoeirinha, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Segundo a Brigada Militar, o crime ocorreu por volta das 6h30 da manhã de sexta-feira (1°).
Os ataques a caixas eletrônicos entraram 2015 em ritmo alucinante
Até 10 de março, a polícia contabiliza 14 crimes, média de um caso a cada cinco dias.
Somente no feriadão de Carnaval (entre 14 e 17 de fevereiro), ocorreram sete casos em seis cidades. Foram arrombamentos na Capital, em Novo Hamburgo, um furto com maçarico em Taquara e tentativas em Parobé e em Cachoeirinha. Em Vale Verde, no Vale do Rio Pardo, uma quadrilha explodiu a agência do Banrisul e tentou dinamitar a do Sicredi.
Em 1º de março, ocorreram explosões em agências do Banco do Brasil e do Banrisul de Barão, no Vale do Caí. Entre os dias 6 e 8, quadrilhas arrombaram com maçaricos bancos em Planalto, Jaguarão, Ivoti e Santo Antônio da Patrulha. No último sábado, também ocorreu o mesmo tipo de ataque em Barão do Triunfo e, no domingo, em Esteio.
Desde o primeiro dia de 2015, estamos em ação. Naquela manhã, prendemos parte do bando que horas antes explodiu o Banco do Brasil em General Câmara – enfatiza o delegado Joel Wagner, da Delegacia de Repressão a Roubos e Extorsões do Deic.
Duas mulheres foram flagradas em Canoas com material de uma quadrilha que fez sete ataques em 2014. A polícia apreendeu dois fuzis, espingarda, munição, 15 quilos de explosivos, cordel detonante, coletes à prova de balas, miguelitos e dois carros. Integrantes do bando estão com prisão preventiva decretada pela Justiça.
Bancos investem, mas bancários cobram mais
Há necessidade dos bancos investirem muito mais, de aumentar a fiscalização do Exército com empresas que usam explosivos e maior ação policial de monitoramento de quadrilhas – afirma Lúcio Paz, diretor jurídico do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre, integrante do Coletivo Nacional de Segurança Bancária.

A Associação dos Bancos no RS (Asbancos) afirma que tem estudado alternativas junto à Secretaria de Segurança Pública e acompanha as diretrizes da Febraban.
Os bancos garantem investir em tecnologia para dificultar a ação dos ladrões. Prejuízos com arrombamento causam "extrema preocupação", afirmou em nota a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban). Os bancários cobram medidas mais efetivas.
Segundo informa a Febraban, "os bancos investem constantemente em tecnologia e outras formas para aperfeiçoar seus mecanismos de segurança". Dispositivos que mancham de tinta notas de dinheiro e soltam fumaça em caso de os caixas serem danificados ou explodidos são exemplos.

A federação afirma que investe cerca de R$ 20 bilhões por ano em tecnologia de proteção.

Fonte: G1 e Zero Hora

Edição de 06/05/2015 Ano VI nº 211