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quarta-feira, 6 de maio de 2015

MOCHILADA SEM FRONTEIRAS - Produzindo e desproduzindo


por Guilherme Larrosa

Nesse momento, estou com meu carro carregado de objetos de costura, lãs, carreteis, manequins e cestas de aviamentos. Dentre esses objetos, digito esse texto no meu computador enquanto viajo de Monte Belo do Sul até Cotiporã, onde será gravada a cena da costureira da cidade.

Esse tipo de produção de arte, me remete à infância – não sou da década de 60, ok? Mas lembro dos pertences dos meus pais...mas relembrar as revistas que minha avó tinha, os objetos de cozinha que muito brinquei e os mobiliários da época. Ainda mais aqui no sul, o resgate desse material nos antiquários trazem de volta na memória os almoços de domingo daquela época.

A cada semana que passa, o trabalho aumenta, pois a demanda cresce a cada ideia nova que surge no set de filmagem. Essa semana grava a cena da famosa central telefônica, que com muito suor e cara de pau, descobri no alto da cidade de Salvador do Sul. O cenário está quase pronto e acredito que terá um peso forte no filme, pela arquitetura do espaço e pela composição de elementos. Nessa mesma semana, temos que produzir 3 cenários novos e desproduzir 2 antigos, devolver todos os objetos para os fornecedores – cada um no seu devido lugar – coisa de louco.

Estamos chegando na metade das gravações, e depois de todo esse tempo aqui na serra, em contato com todo mundo envolvido, já começa a bater saudade dos amigos que fizemos, os motoristas, os contra-regras, os ajudantes que nos acompanham nesse sofrimento bom, esse desgaste prazeroso de fazer arte no áudio visual.

Quero chegar no sábado, com tudo isso gravado, equipe satisfeita e partir pra próxima semana, que vai ser um pouco mais tranquila – porque as últimas... 3 casas inteiras me esperam para mobiliar e colocar todos objetos. Já vou pensando no meu roteiro de férias pós-filme, porque 3 meses de trabalho intenso merecem umas férias! Isso se eu não engatar em outra série, quando voltar pra casa, no Rio.

Edição de 29/04/2015 Ano VI nº 210





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