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sexta-feira, 13 de março de 2015

O que há por trás das mobilizações previstas para o dia 15 de março?


Impossível não pararmos para pensar na situação política atual do Brasil. Vínhamos de um país em crescimento, com pleno emprego e ascensão da classe trabalhadora. Após uma disputa eleitoral acirrada e polarizada entre PT e PSDB, onde Dilma Roussef foi reeleita. Os ânimos se exaltaram mais ainda. A grande mídia, junto aos partidos de oposição vem tentando abalar a confiança do brasileiro em relação aos políticos e à política e principalmente vem tentando desestabilizar o governo e a presidenta eleita democraticamente.

Recentemente foi divulgada a lista da Operação Lava Jato, tão massificada pela Rede Globo e suas afiliadas e qual não foi a surpresa? Não há indícios de que Dilma esteja envolvida em esquemas de corrupção. Já alguns partidos que fazem oposição sistemática ao governo e que tem incitado o ódio e a disputa de classes no país, como o Partido Progressista (PP), teve o recorde de parlamentares envolvidos. Todos os deputados federais gaúchos do PP estão incluídos na lista junto á outros 46 senadores e deputados. Portanto o momento requer calma e principalmente informação e crítica.

Pedir o impeachment de uma presidenta eleita democraticamente e que não tem indícios, nem provas de envolvimento em qualquer ato de corrupção, não será uma ameaça à democracia? O desgaste que os partidos de oposição tem feito ao governo e a política como um todo, não atinge somente o Partido dos Trabalhadores, mas atinge sim o povo brasileiro. Que tem alcançado níveis de desenvolvimento nunca antes alcançados, que saiu da miséria, que acabou com a fome. Ir para a rua no dia 15 de março , não é ir para a rua para pedir mais igualdade social ou mais investimentos públicos, ou para pedir uma justiça tributária. Sair para a rua no dia 15 de março é engrossar as fileiras de um pedido de derrubada de uma presidenta eleita democraticamente. É atentar contra a democracia, tão suada e desejada. É atentar sim, contra a soberania. Há interesses por trás de tudo isso.

Fernando Henrique Cardoso foi o anfitrião de uma das reuniões mais reveladoras e constrangedoras dos últimos dias. Exatamente a 27 de fevereiro, durante almoço no Instituto FHC, o ex-presidente enrolou-se mais uma vez numa proposta de ação política a respeito da passeata pelo impeachment de Dilma Rousseff.
Estavam presentes os mais influentes tucanos, como o senador Aécio Neves (MG), presidente da legenda, os senadores Tasso Jereissati (CE), Aloysio Nunes Ferreira (SP) e José Serra (SP), além do senador Cássio Cunha Lima (PB).

“Tem de ficar claro que nós apoiamos, mas não somos promotores”, orientou FHC.
Por outro lado, Aécio Neves, já sem a brandura mineira nos olhos, usou o mesmo disfarce: “Temos de estabelecer esse limite, ter esse cuidado. Não será iniciativa partidária”.
Os tucanos vão para a tocaia. Empoleirados numa árvore seca, sem folhas e sem frutos, torcendo, porém, pelo sucesso das manifestações de 15 de março, batizadas de “Impeachment Já”.
O ex-presidente FHC é recalcitrante. Recentemente saiu do escritório dele uma consulta ao advogado Ives Gandra Martins sobre a possibilidade de propor o impeachment de Dilma.

Com certeza os que não se alimentam do ódio, do antipetismo ou do que a grande mídia reproduz sistematicamente terão prudência, muita prudência antes de atirar-se à rua no dia 15 de março ou então farão parte, talvez, de uma das tantas páginas tristes que a história deste país tem a contar.

  • Este artigo contém informações da Revista Carta Capital
  • Edição de 11/03/2015  Ano IV nº 203


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