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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

MOCHILADA SEM FRONTEIRAS - Chapada dos Guimarães



Por Guilherme Larrosa

Essa semana vou falar sobre o Brasil, nosso imenso país com diferentes relevos, climas e biomas. Saí de Jaguarão aos 17 anos para estudar e depois de formado, fiquei pulando de galho em galho até decidir onde morar. Morando no sudeste, fica tudo mais perto para se visitar, foi então que decidi visitar uns amigos em Cuiabá e passar uns dias na Chapada dos Guimarães.


Cuiabá é tão quente que parece ser a sauna do capeta. Um maçarico a céu aberto que dá nervoso de caminhar pelas ruas. Inverno ou verão, calor o tempo todo. Passei uns dias lá, comendo os típicos bolinhos de arroz adocicados e a cabeça de pacu, dizem que quem come o peixe, sempre volta a Cuiabá. Tá na hora de voltar então.

Seguimos para a Chapada dos Guimarães, o caminho é sinuoso e impressionante. Grandes desfiladeiros e as montanhas rochosas mudam de cor a cada estação. Elas ficam vermelhas no inverno e cobertas de vegetação no verão. A cidadezinha fica no topo da Chapada, aquele estilo novela das 8, cidade pacata, com uma igreja jesuíta na frente da praça e meia dúzia de cachorros latindo. O que vale a pena, é pegar a bike e sair para descobrir os lugares da Chapada. As cachoeiras, riachos e lagos azuis cheios de peixes. Fomos fazer rafting em umas cachoeiras que começavam leves até ficarem violentas, no final, um banho no meio de pedras brancas com peixes de todas cores na volta. Araras vermelhas, macacos e até onça, tudo pode ser visto no meio do passeio. Indico uma visita no Centro Geodésico da América, um ponto central no eixo vertical das Américas, situado bem no topo de um precipício. Quase um trampolim pra imensidão verde, e a noite é fácil de ver luzes estranhas visitando a floresta. Rola aquele papo das energias cósmicas do lugar…

Depois de muita cachoeira e sustos de supostas onças no meio da mata, passei o dia no Pantanal, cruzando a transpantaneira de carro, parando pra ver jacarés, sucuris e tuiuius no meio do caminho. Fiz um passeio de barco pelos rios e ali sim, se conhece a grande fauna do Pantanal. Os ninhais cheios de Tuiuiús, pássaros gigantes com colar vermelho, voam em bando dando um show no céu.


Nos meus últimos dias em Cuiabá, decidi ir aos jogos das tribos indígenas do Brasil. Todas as tribos presentes, com suas pinturas, adornos e estilos, competindo com modalidades esportivas um pouco estranhas, como uma corrida com um tronco de árvore na cabeça e outras situações nada confortáveis. Na saída dos jogos, as tribos vendem seus pertences e artesanias. Voltei pra cidade à caráter.

Edição de 28/01/2015 - Ano IV nº 198




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