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quarta-feira, 8 de abril de 2015

O turismo no inconsciente coletivo por Vicentepimentero

A cidade de Jaguarão igual que a fronteira com sua cidade vizinha Rio Branco, começa a desenvolver o Turismo na região, mesmo que a passos lentos. Um fenômeno novo que apareceu e começa a se consolidar, primeiramente pela implantação dos Free Shops e logo pela diversidade cultural no turismo de eventos, que ambas cidades proporcionam. Ainda devemos reconhecer que a potencialidade turística geográfica e arquitetônica destes pagos, revela uma riqueza exuberante e sedutora aos olhos que procuram a história e a natureza interligadas num mapa só. O que faltou, desde um princípio, talvez fosse uma preparação, entre infraestrutura e outros mecanismos de ordem administrativa e de integração, mas ao meu ver, o maior problema está na aposta dos agentes urbanos, nos recursos humanos e principalmente na fomentação da memória coletiva e a inclusão cidadã que logo faria parte do inconsciente coletivo e andaria por si mesma.

Essa sustentabilidade prática, de participação popular, cria um âmbito turístico que deve nascer juntamente com o interesse da mesma população. Costumamos criar cursos de Turismo em diversas cidades universitárias, o que é importantíssimo, mas esquecemos de alimentar nossa própria cultura. Exemplo vivo disso encontra-se em diversas cidades brasileiras que exercitam o turismo há muito tempo e naturalmente são mais ligados a sua cultura.

Em Salvador um vendedor de pulseirinhas do nosso senhor do bom fim sabe tanto de história local como um professor ou um guia. Aquilo está incrustado em sua memória e cultura pessoal, e tem orgulho disso, o que torna ainda mais interessante e exótica a viagem para esse destino. Uma coisa está ligada à outra, podemos ter uma bela e invejável Ponte Internacional, um Balneário só nosso com uma Lagoa inimaginável, podemos ter Teatro, Enfermaria, Mercado, Museu, Biblioteca e outros prédios épicos, mas se não soubermos de sua história se perderá uma coesão entre exuberância, arquitetura, turismo de compras e outras atratividades que nossa fronteira possa oferecer. O viajante é curioso, espalha suas experiências e leva consigo a identidade de um povo de um lugarejo. O viajante é um explorador nato, respirando o novo, olhando o desconhecido, descobrindo mundos dentro do seu mundo. Por isso é imprescindível o alimento intelecto cultural de um lugar que almeja se desenvolver turisticamente e sei que Jaguarão o é, e o quer.

A característica do nosso povo se encaixa em todas essas necessidades. Somos anfitriões, festeiros, simples. Gostamos de abrir nossas casas, de levar um forasteiro para um passeio por nossos pontos mais incríveis. O Cerro, o Prado, a Lagoa, La Cuchilla, o Rio, nossos Sítios. Somos um povo unido com o país vizinho e a cidade irmã. Nos entrelaçamos entre doble chapas e brasiguaios, temos nosso chão bem definido, mas ainda falta a participação coletiva, mostrar que estamos preparados.


A caminho de um pancho no Uruguai ou um cachorro quente no seu Danúbio temos muita história pra contar, está em cada paralelepípedo, em cada casarão, na Rua das Portas, na longitude da ponte, na Vila dos Espíritos, na Vila Arredondo. Em fim, uma reflexão sobre este e outros aspectos poderão ajudar em uma nova postura do povo jaguarense e rio branquense, onde quem sempre sairá ganhando, seremos nós e principalmente nosso lindo lugar.

Edição de 01/04/2015  Ano IV nº 206



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