Um espaço aberto para o leitor

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

A volta dos Mercados Públicos (parte III) por Vicentepimentero


O Mercado Público de Pelotas me lembra uma Estação Central. Vejo fotos antigas e vejo árvores e ônibus que por ali passavam e paravam. Enquanto varro as bitucas de cigarro deixadas pelos clientes e transeuntes, imagino quanta história impregnada naqueles paralelepípedos. Ali devem circular mais de trezentas pessoas por minuto, se bem que o índice populacional cresceu, imagino naquela época.

O Mercado é ponto de encontro é passagem é sítio é espera é parada rápida prum lanche. É peixe em Semana Santa e presente em fim de ano. As amizades vistas ali são inimagináveis, pois ali todos são iguais, o Mercado tem disso, torna a todos, quase, a mesma pessoa.

Engraçado e curioso é a diversidade de público. Ora mais ora menos está montada ali uma estrutura para algum evento por vezes desconhecido, não saiu em programação alguma. Teatro de Rua, encontro religioso, sorteios de loterias, atividades acadêmicas, feiras de antiguidades e de alimentos, shows, brigas, passeatas e manifestações, festas de torcida, excursões, chegadas e partidas, eventos da vida profissional e emocional. Ente um café ou um chope lágrimas de tristeza ou alegria é o olho do furacão e ao mesmo tempo o bálsamo dos fins de tarde.

Essa é a volta dos Mercados Públicos onde o amor renasce no coração das cidades. Charme e simplicidade com pitadas de história e estórias que vão se escrevendo a cada dia como heranças deixadas de avós para netos. Bons tempos retornarão e como cenário esses templos da cultura popular.

Edição de 22/10/2015 Ano VI nº 235







Nenhum comentário:

Postar um comentário