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terça-feira, 11 de agosto de 2015

Parcelamento do salário do funcionalismo estadual causa paralisação dos serviços em Jaguarão


Professores realizaram manifestação segunda e terça-feira contra a decisão do Governo Estadual

A segunda-feira (03) foi marcada por diversas manifestações dos servidores públicos do estado, principalmente os professores, policiais civis, brigada militar e bombeiros. Os serviços nestas áreas foram paralisados ou cumpridos parcialmente. A causa foi a decisão do governador do estado, José Ivo Sartori (PMDB) em parcelar o salário do funcionalismo.

Em Jaguarão todas as escolas estaduais aderiram à paralisação. “Os professores estão desconformes com essa situação. Queremos respeito e dignidade”, disse a representante do CPERS no município, Cleusa Lopes.

Ela ainda ressaltou que a partir de hoje (05) as escolas funcionarão com horários reduzidos, em períodos de 30 minutos, até o dia 17 de agosto. “No dia 18 de agosto teremos uma Assembleia Geral em Porto Alegre, unificando todas as categorias”. Também estão previstas novas paralisações na quinta-feira (06) às 10h30 e a tarde a partir das 15h30 e na semana que vem na terça-feira (11) e sexta-feira (14), todas em frente ao Banrisul. 

Outra categoria a aderir à paralisação em Jaguarão foi a dos Policiais Civis, que seguiram a orientação de sua associação, atendendo somente flagrantes ou ocorrências graves. Já a Brigada Militar mantém suas atividades normais.

Banrisul oferece empréstimos para servidores receberem salário na totalidade

“Banrisul informa: servidor público, você pode antecipar o saldo da sua folha de pagamento. Contate sua agência e confira condições especiais”. Essa mensagem foi recebida por diversos servidores públicos nesta segunda-feira (3), despertando surpresa e indignação entre a categoria que teve o pagamento do salário de julho parcelado em três vezes pelo governo José Ivo Sartori. Em sua conta no Twitter, o Capitão Maciel, do Batalhão de Operações Especiais da Brigada Militar, respondeu essa mensagem do seguinte modo:
“Explique ‘condições especiais’, por gentileza. Então, eu tenho que pagar juros para receber antes um valor que é meu de direito? Vcs. Só podem estar zoando da nossa cara!!! Lamentável!!!”

Pelo Twitter e pelo Facebook, dezenas de servidores anunciaram o recebimento da mesma mensagem desde as primeiras horas da manhã. O Serviço de Atendimento ao Cliente do Banrisul confirmou que o envio da mensagem faz parte do marketing do banco e informou que “os clientes interessados devem entrar em contato com as suas agências”. Em nota, o banco confirmou que “enviou SMS aos clientes servidores públicos estaduais da administração direita e indireta, com telefone celular válido no cadastro, que tiveram parcelamento de salário”.

Sartori se reúne com líderes dos poderes de Estado e pede “tranquilidade” aos servidores

Depois de o Rio Grande do Sul viver um dia de paralisações e protestos em todo o Estado, o governador José Ivo Sartori (PMDB) se reuniu no final da tarde de segunda-feira (3) com representantes dos poderes de Estado para discutir a crise financeira. Estiveram presentes no encontro, o vice-governador José Paulo Cairoli, o presidente da Assembleia Legislativa, Edson Brum (PMDB), e representantes do Tribunal de Contas do Estado, da Defensoria Pública, do Ministério Público e do Tribunal de Justiça. A reunião que começou por volta das 18h30 só terminou às 21h30.

Na saída do encontro, o governador conversou por sete minutos com a imprensa. Sem responder perguntas diretas, Sartori disse que apresentou “detalhadamente” a situação das finanças do Estado aos demais poderes. Perguntado se o Legislativo e o Judiciário ainda não conheciam as condições do Estado, Sartori respondeu: “Eles conheciam, mas cada um tem a sua maneira de se conduzir”.

Sartori anunciou ainda a criação de um comitê técnico com dois representantes de cada um dos poderes, que deve se reunir periodicamente para avaliação das contas do Estado. Ele não respondeu se a medida de parcelamento adotada para 48% da folha de servidores no mês de julho vai se repetir em agosto.

O governador também repetiu o que já havia dito em pronunciamento em vídeo na sexta-feira (31), quando afirmou que “ninguém gostaria de anunciar o parcelamento de salários”. “Tinha muita gente que não acreditava até hoje, ou até sexta-feira, de que essa não seria a necessidade que tínhamos ainda”, disse.

Sartori salientou que todos eram “testemunhas” de que o governo vinha tentando sempre pagar os salários em dia e pediu “compreensão” neste momento. “Desta vez não foi possível, e não foi possível porque a realidade financeira não permite. Então, com calma, com tranquilidade, espero que ninguém se desespere, que todos tenham serenidade de ter um comportamento adequado nesse momento”, afirmou.

Informações: Sul 21

Edição de 06/08/2015 Ano VI nº 224

 

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