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quinta-feira, 25 de junho de 2015

Mulheres de Fronteira: união em prol de conquistas

A violência contra a mulher, a necessidade da ocupação de espaços de decisão pelo gênero feminino, a independência econômica e a luta contra o patriarcado são algumas das pautas que unem mulheres de ambos os lados da fronteira em um coletivo denominado Mulheres de Fronteira/Mujeres de Frontera.

O primeiro passo para unificar as lutas deu-se durante a realização da 4° Marcha das Mulheres/ Semana Binacional da Mulher realizada este ano, onde aconteceu o primeiro encontro no Clube 24 de Agosto para tratar do tema. Desde então já foram três encontros e muitos sonhos e direitos a serem conquistados.

“Em Rio Branco recebemos de três a cinco denúncias por dia de violência doméstica, em Jaguarão essa realidade não é diferente. Precisamos criar mecanismos que acabem com essa prática”, defendeu Graciela Silva, coordenadora do Grupo Mujeres de Negro que trabalha com atendimento à vitimas de violência de gênero.

Mangela Britos, presidente do Sindicato das Domésticas de Rio Branco, crê no empoderamento das mulheres em todas as áreas. “ Em nossa fronteira enfrentamos muitas dificuldades na inclusão no mundo do trabalho, na educação, saúde, etc. É imprescindível conscientizarmos a sociedade das necessidades que temos em nossa fronteira. A criação deste coletivo nasce justamente desta necessidade, de criarmos um espaço para organizar, capacitar e debater estratégias de luta”.

Andréa Lima, secretária adjunta de Cultura e Turismo de Jaguarão e ativista feminista, ressalta a importância de pensar políticas públicas integradas para atender as demandas e fortalecer as ações nas duas cidades gêmeas. “Temos muitas lutas em comum, por isso é preciso pensar em ações comuns, que tenham um olhar sobre as mulheres que habitam a fronteira, com todas as particularidades que isso implica”.

O coletivo conta também com a participação da representante do Instituto Nacional de Mujeres (INMujer) Victoria Pereira. Para ela é muito importante que a institucionalidade acompanhe o processo que está em construção. “Tem sido muito enriquecedor estes encontros, saímos sempre com muitas tarefas, com muitas coisas para seguir buscando e informando e fazendo chegar a informação do que acontece em nosso país e nessa zona fronteiriça onde há as vezes muitas dificuldades e uma diferente forma de se abordar os assuntos”.

O grupo já tem um próximo encontro marcado, para o dia 26 de junho, na Biblioteca Pública de Jaguarão a partir das 18h30, onde será construído um diagnóstico da realidade de ambas cidades, das principais demandas e ações para avançar na construção de políticas públicas voltadas para as mulheres. Também esta sendo planejada a primeira Conferência Binacional das Mulheres que será realizada ainda este ano.

Edição de 17/06/2015 Ano VI nº 217





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