Um espaço aberto para o leitor

sábado, 5 de setembro de 2015

Todos pela Santa Casa por Vicentepimentero

No domingo passado tive o privilégio de participar do super abraço que a cidade deu a Santa Casa. Como todos sabem, o hospital, assim como outros no Estado, está passando por uma grande dificuldade. Essas crises não são comuns, e não deveriam ser, mas tem males que vem pro bem. E quando falo em bem me remeto a esse dia maravilhoso do qual lhes conto. Políticas a parte, foi linda a iniciativa de juntar o povo para que, juntos, começassem a dar rumo a esta fase que a nossa querida entidade passa. Um almoço maravilhoso no Lanceiros da Querência. Vi aquela Jaguarão provinciana, mais que uma cidade um bairro. 

Nossa turma, a turma dos músicos, fez sua parte. Mas todos ali fizeram. Levando suas famílias, compartilhando de um super domingo coletivo, onde a compaixão quebrou barreiras e fronteiras. Havia felicidade ali, no semblante das centenas de pessoas que participaram. Eu no meu canto, observando tudo, com a lágrima trancada no peito, imaginando, reverenciando e sendo cúmplice de uma cidade unida, por uma verdadeira causa. Me lembrei do ano de 82, quando minha irmã nasceu, ali, na volta de casa, na querida e imponente Santa Casa. Imaginei quantas pessoas que estavam ali, naquele domingo, teriam nascido no velho prédio da subida da Carlos Barbosa. Vi as enfermeiras, felizes, mobilizadas, no caixa, na copa, no buffet. Havia-se instalado a alegria nos seus rostos, naquilo que é o mais bonito, naquele abraço, naquelas mãos dadas, naquilo que podemos, que somos fortes, onde bastam apenas a boa vontade e o carinho. Ser jaguarense é bem isso aí, jamais abandonaremos nossa cidade, teremos nossas desavenças, brigaremos com ela, por muitas vezes partiremos, sabendo que iremos voltar, com cheiro de saudade e melancolia. Assim me senti naquelas duas horas e meia intermináveis no ônibus que me traz de Pelotas. Quando acordei naquele domingo frio e nublado, já estava ali, pelo posto Panamericano, sorri, por fora e por dentro, estava em Jaguarão.

E como sempre estavam o Gijo e o Boró, os músicos da nossa cidade, não importa a hora, o dia, eles, assim como muitos de nós, estavam ali, fazendo o que mais gostam, cantando, sorrindo. Foi lindo de ver e sentir que algumas pessoas me reconheceram através da voz, relembramos momentos, nos abraçamos, ninguém saiu dali. Como se fosse uma festa no pátio de casa. Ah como é bom ser jaguarense, como é bom vir pra cá. Agorinha mesmo, escrevendo estas linhas me encho os olhos d'água e conto as horas para voltar de vez, meu lugar é aqui, bem pertinho à Santa Casa.

Edição de 26/08/2015 Ano VI nº 227







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