Um espaço aberto para o leitor

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Coluna Gente Fronteiriça - As políticas públicas para o patrimônio em Jaguarão - I

Grupo Americando após apresentação no 
Teatro Esperança, no Projeto Jaguar (1983)

Por Carlos José Maninho

As primeiras discussões em relação às políticas públicas para o patrimônio remetem ao início dos anos 80, conturbado período político-econômico, onde vivia-se os últimos anos da ditadura militar. Não se pode dizer o mesmo com relação ao debate das políticas patrimoniais, pois o Brasil, sofreu uma influência positiva dos debates sobre o Patrimônio oriundos da ONU e do Ano Europeu do Patrimônio (1975).

Dentro deste contexto nacional na década de 70, os debates fomentados pela sociedade civil em Jaguarão gestaram projetos que levaram adiante ações que resultaram no levantamento arquitetônico dos prédios da cidade, na forma de inventário, com vistas à preservação do patrimônio. O projeto considerado “pioneiro”, desenvolvido no começo dos anos 80, denominado “Jaguar”, englobou diversas ações além do inventário, entre elas a utilização de espaços culturais como o Teatro Esperança e a valorização das ruínas da Enfermaria Militar. 

Nesta longa caminhada, os primeiros registros de uma preocupação com o Patrimônio histórico e arquitetônico da cidade se dão neste período e contaram com mobilizações e movimentos da sociedade civil que chamavam a atenção para a necessidade de revitalização de nossos prédios, espaços públicos e locais de interesse cultural. 

Assim começa a tomar corpo a ideia de revitalização de Jaguarão. Podemos citar o Plano Diretor da cidade de 1979 que definia a preservação do entorno da Praça Alcides Marques, mas se resumia a esta área. Efetivamente, as primeiras movimentações neste campo vão se dar através de ações não governamentais como o Projeto Jaguar, no ano de 1982, movimento que irá influenciar muitas pessoas e entidades da comunidade. Após a primeira eleição depois da Ditadura (1985), o prefeito eleito, Fernando Correa Ribas, entusiasmado com a movimentação deste projeto, institucionaliza algumas atividades e começa a organizar a revitalização das Ruínas da Enfermaria, acarretando a criação de um parque no local. Com a morte deste prefeito em um acidente automobilístico o parque acabou levando seu nome. Porém na década de 90 as novas gestões acabam gerando um novo e forte abandono deste local. Contudo, importantes frutos do Projeto Jaguar germinaram nas últimas duas décadas do século XX. Apresentarei este processo na minha próxima participação nesta coluna.

Edição de 06/05/2015 Ano VI nº 211
 




Nenhum comentário:

Postar um comentário