Um espaço aberto para o leitor

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

O mundo explode

Por Vicentepimentero

Na história do mundo sempre se viveu em guerra. No instinto mais intrínseco do homem predominam os sentimentos de possessão e domínio. O homem atual não deve nada para o homem das cavernas, afinal, até hoje ele fomenta, pratica e protege suas mesmas barbáries.

 Enquanto tiranos, como Gengiskan, Hitler e/ou Bush, em suas respectivas épocas, massacravam milhares de pessoas com suas políticas ditatoriais e desumanas, fomos cúmplices, mudos, ou em cima dos muros, com um mesmo instinto adormecido e psicopático que nos excita. Vemos isso nos dias de hoje, nossos noticiários elevam a cultura do horror, e são as páginas policiais e as desgraças que comovem, por bem ou por mal, aos curiosos do dia-a-dia. Bastassem as injustiças sociais e a vergonhosa história que nos precede para deixar a marca em nossas identidades.



Tememos a morte, mas a circundamos. Cada continente derrama sangue ao seu estilo. No Oriente Médio ou naquela região tenebrosa que faz o mundo tremer morrem camadas de gentes, inocentes ou não, nascem para morrer e vivem para renascer. Renascer deuses imagináveis e questionáveis de sua fidelidade ou existência. Não é diferente no resto da Ásia, chineses, coreanos, nepaleses, todos brincam de kamikazes ou assassinos, há uma crença, há uma verdade suprema, a verdade do horror em que se habita. Mas crenças à parte, as religiões ajudaram, no decorrer dos tempos, a purificar o mundo dos infiéis. A própria igreja católica, o imperial Vaticano, jamais julgado pelo seu financiamento à guerra, numa novela complacente por todos, por instituições tão falidas quanto a ONU ou o Barrabás de todas as épocas, os Estados Unidos. São eles os responsáveis por bombardear o mundo e fantasiá-lo de América Livre. Livres de punição. 

Mas o buraco também é mais embaixo, afinal, os países pobres pagam pelas brincadeiras do Tio Sam. Miséria e desigualdade social é o que vemos a cada dia, nos trancafiamos de nós mesmos, temos medo um do outro, pois é na bíblia do horror, a televisão, que alimentamos nossos filhos, e o que se mostra ao mundo é o temido, o amedrontador, é a intimidação de que temos que temer-nos, afinal, somos os responsáveis por todas essas desgraças, somos os verdadeiros financiadores dessas tragédias. Enquanto ficamos parados, assistindo e aplaudindo o espetáculo de sangue e dor que banha o nosso lindo e azul planeta Terra. Nosso cotidiano nos presenteia com o terrorismo vestido de livre comércio, enquanto decapitam um ou dois, executam três ou quatro, ou massacram cinco ou seis, milhões de pessoas morrem à morte lenta sem que ninguém faça alarde. Pois é muito fácil julgar o que a TV denomina de terror e não ver a olhos nus que o terror mora ao lado e sempre residiu em nosso cotidiano, é o terror do capital, onde quem vive para matar não morre para viver. Deixemos a hipocrisia de lado, deixemos de financiar esses Estados que dominam a opinião das pessoas, sejamos mais nós, vivamos em outro planeta e não no mundo da Lua, tenhamos luz própria. O mundo explode e nós somos a pólvora prestes a atear.

Edição do dia 04/02/2015 - Ano IV- nº 199





Nenhum comentário:

Postar um comentário