Professores
realizaram manifestação segunda e terça-feira contra a decisão do
Governo Estadual
A
segunda-feira (03) foi marcada por diversas manifestações dos
servidores públicos do estado, principalmente os professores,
policiais civis, brigada militar e bombeiros. Os serviços nestas
áreas foram paralisados ou cumpridos parcialmente. A causa foi a
decisão do governador do estado, José Ivo Sartori (PMDB) em
parcelar o salário do funcionalismo.
Em
Jaguarão todas as escolas estaduais aderiram à paralisação. “Os
professores estão desconformes com essa situação. Queremos
respeito e dignidade”, disse a representante do CPERS no município,
Cleusa Lopes.
Ela ainda
ressaltou que a partir de hoje (05) as escolas funcionarão com
horários reduzidos, em períodos de 30 minutos, até o dia 17 de
agosto. “No dia 18 de agosto teremos uma Assembleia Geral em Porto
Alegre, unificando todas as categorias”. Também estão previstas
novas paralisações na quinta-feira (06) às 10h30 e a tarde a
partir das 15h30 e na semana que vem na terça-feira (11) e
sexta-feira (14), todas em frente ao Banrisul.
Outra
categoria a aderir à paralisação em Jaguarão foi a dos Policiais
Civis, que seguiram a orientação de sua associação, atendendo
somente flagrantes ou ocorrências graves. Já a Brigada Militar
mantém suas atividades normais.
Banrisul
oferece empréstimos para servidores receberem salário na totalidade
“Banrisul
informa: servidor público, você pode antecipar o saldo da sua folha
de pagamento. Contate sua agência e confira condições especiais”.
Essa mensagem foi recebida por diversos servidores públicos nesta
segunda-feira (3), despertando surpresa e indignação entre a
categoria que teve o pagamento do salário de julho parcelado em três
vezes pelo governo José Ivo Sartori. Em sua conta no Twitter, o
Capitão Maciel, do Batalhão de Operações Especiais da Brigada
Militar, respondeu essa mensagem do seguinte modo:
“Explique
‘condições especiais’, por gentileza. Então, eu tenho que
pagar juros para receber antes um valor que é meu de direito? Vcs.
Só podem estar zoando da nossa cara!!! Lamentável!!!”
Pelo
Twitter e pelo Facebook, dezenas de servidores anunciaram o
recebimento da mesma mensagem desde as primeiras horas da manhã. O
Serviço de Atendimento ao Cliente do Banrisul confirmou que o envio
da mensagem faz parte do marketing do banco e informou que “os
clientes interessados devem entrar em contato com as suas agências”.
Em nota, o banco confirmou que “enviou SMS aos clientes servidores
públicos estaduais da administração direita e indireta, com
telefone celular válido no cadastro, que tiveram parcelamento de
salário”.
Sartori
se reúne com líderes dos poderes de Estado e pede “tranquilidade”
aos servidores
Depois de
o Rio Grande do Sul viver um dia de paralisações e protestos em
todo o Estado, o governador José Ivo Sartori (PMDB) se reuniu no
final da tarde de segunda-feira (3) com representantes dos poderes de
Estado para discutir a crise financeira. Estiveram presentes no
encontro, o vice-governador José Paulo Cairoli, o presidente da
Assembleia Legislativa, Edson Brum (PMDB), e representantes do
Tribunal de Contas do Estado, da Defensoria Pública, do Ministério
Público e do Tribunal de Justiça. A reunião que começou por volta
das 18h30 só terminou às 21h30.
Na saída
do encontro, o governador conversou por sete minutos com a imprensa.
Sem responder perguntas diretas, Sartori disse que apresentou
“detalhadamente” a situação das finanças do Estado aos demais
poderes. Perguntado se o Legislativo e o Judiciário ainda não
conheciam as condições do Estado, Sartori respondeu: “Eles
conheciam, mas cada um tem a sua maneira de se conduzir”.
Sartori
anunciou ainda a criação de um comitê técnico com dois
representantes de cada um dos poderes, que deve se reunir
periodicamente para avaliação das contas do Estado. Ele não
respondeu se a medida de parcelamento adotada para 48% da folha de
servidores no mês de julho vai se repetir em agosto.
O
governador também repetiu o que já havia dito em pronunciamento em
vídeo na sexta-feira (31), quando afirmou que “ninguém gostaria
de anunciar o parcelamento de salários”. “Tinha muita gente que
não acreditava até hoje, ou até sexta-feira, de que essa não
seria a necessidade que tínhamos ainda”, disse.
Sartori
salientou que todos eram “testemunhas” de que o governo vinha
tentando sempre pagar os salários em dia e pediu “compreensão”
neste momento. “Desta vez não foi possível, e não foi possível
porque a realidade financeira não permite. Então, com calma, com
tranquilidade, espero que ninguém se desespere, que todos tenham
serenidade de ter um comportamento adequado nesse momento”,
afirmou.
Informações:
Sul 21
Edição
de 06/08/2015
Ano VI nº 224