O Chile
abraçou o tão almejado prêmio de seleções continentais de forma
inédita, desengasgou de uma longa história sem troféus na
cristaleira e em meio a um torneio conturbado por tenebrosas atuações
da arbitragem. Há de se dizer que a seleção de Sampaoli passou por
seleções fortes e resistiu a uma corrida contra o tempo, contra o
nervosismo e a responsabilidade de ganhar aquele primeiro título,
entre empates e vitórias muito acirradas conquistou a Copa América
2015.
As finais de terceiro e quarto e de primeiro e segundo lugar
mostraram o que realmente foi a desenvoltura do torneio. O Peru
confirmou seu excelente novo momento da mão de Gareca, o técnico
argentino organizou um futebol de muito toque de bola e pouca
definição. Soube utilizar bem seus talentos e criou uma defesa
coletiva com o meio de campo, formando um time admirável e coeso,
mereceu e poderia ter surpreendido o Chile, e por que não, logo, os
argentinos. O Terceiro lugar do grupo incaico alerta para as
dificuldades que se encontrarão nas eliminatórias, uma vez que, o
terceiro melhor time da América, em torno à seleções, não foi à
Copa passada e seu bom momento o fará disputar por essa vaga. Por
sua parte o Paraguai também deve estar satisfeito de estar entre os
4 melhores do continente, também ausente na Copa do Brasil em 2014,
os rayados guaranís também estarão confiantes em retornar à elite
do futebol mundial, no seu campinho, já o conseguiram.
A
Argentina demonstrou cansaço no final do torneio, e o preparo físico
deveria ser a prioridade do técnico Martino, um time com o elenco
dos albi celestes não poderia se dar ao luxo de perder uma final por
desgaste físico. Notoriamente exaustos de suas temporadas, em sua
maior parte na Europa, os companheiros de Messi e inclusive ele,
arrastam esse cansaço físico, somado ao mental, desde a final da
Copa do Mundo. Se o futebol não fosse tão mercadológico, as
seleções sul americanas poderiam usar uma maior porcentagem de
jogadores locais, evitando ofuscar as grandes estrelas e ainda
possibilitando a renovação das mesmas.
Em fim o
Chile, um time que mostrou na Copa do Mundo que começava ali uma
equipe, uma legião de talentos que talvez não existisse em outras
seleções chilenas, e se pôs à prova em sua Copa, o maior desafio,
dever de casa e conversa interna. O futebol chileno precisava desse
título. Para eles não importa os descarados ajustes do apito, a
Copa América está lá, e a cada final de jogo confirmou-se, o Chile
é o atual campeão e defenderá o título ano que vem, nos Estados
Unidos, numa edição especial de 100 anos de Copa América. Até lá
ficaremos com a imagem do Alexis Sanchez e seu refinado último toque
para as redes argentinas.
Edição
de 08/07/2015
Ano VI nº 220