Jaguarão viverá um momento
histórico na sexta-feira (13) quando será entregue à comunidade o
Teatro Esperança, totalmente restaurado. Único na cidade, o espaço
é considerado um templo das artes que abriga expressões artísticas
da região e do país vizinho.
Para o dia 13 além da cerimônia
que marca a reinauguração estão confirmados os shows musicais de
Shana Muller e Ângelo Franco, e de Serginho Moah e banda, vocalista
da banda Papas da Língua.
Conforme a Prefeitura Municipal o
evento terá início às 19h, quando a atividade estará aberta para
àqueles que portarem convite, sendo autoridades locais, regionais,
nacionais e também do Uruguai, além de representantes de diversas
entidades e setores da sociedade, entre eles, sindicato de
trabalhadores, cooperativas e escolas.
Na tarde de ontem (10) o prefeito
Cláudio Martins confirmou que a partir das 19h30 as portas do Teatro
serão abertas à população em geral que poderá acompanhar o
grande momento de reinauguração do Teatro Esperança, observada a
capacidade máxima do local.
O evento é uma realização da
Prefeitura de Jaguarão em parceria com o Espaço Cultural La Mancha
e Sociedade Independente Cultural (SIC).
O Teatro
O Teatro Esperança começou a ser construído em
1887 e foi inaugurado dez anos depois. É apontado como o terceiro
mais antigo do estado, precedido pelo Teatro Sete de Abril, de
Pelotas, e pelo Teatro São Pedro, de Porto Alegre. É reconhecido,
do mesmo modo, no cenário nacional, por sua qualidade acústica.
O prédio, tombado por seu valor histórico pelo
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado desde o
ano de 1990, passou recentemente a tutela e proteção, também, do
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
A construção desponta entre os belos acervos
arquitetônicos do centro da cidade, tombada nacionalmente por seu
conjunto Histórico e Paisagístico, contemplando mais de 800 prédios
e uma área de entorno.
O porte da casa de espetáculos traduz a expansão
econômica que vivia Jaguarão no final do período oitocentista e
princípios do século XX, por sua vez refletida na fase áurea da
construção civil e no engajamento da sociedade com a movimentação
cultural e artística do país.
A cidade estava no roteiro das companhias que se
apresentavam no Rio de Janeiro, Porto Alegre e Pelotas, e seguiam
para Montevidéu e Buenos Aires. Por sua localização estratégica e
importância política na região, recebeu peças de autores de
renome, como adaptações de Shakespeare traduzidas, Alexandre Dumas,
José de Alencar, Lobo da Costa, entre outros, conforme atestam os
jornais locais.
Outro aspecto interessante, é que o espaço
adaptava-se à realização de espetáculos circences. Para tanto,
removiam-se as cadeiras e o piso da plateia, cujo tablado era móvel,
e esta se transformava em picadeiro.
A Obra
A obra teve início em 2010 e contou com recursos
do PAC Cidades Históricas, do Governo Federal, com um investimento
total de cerca de R$ 6 milhões e gerou trabalho e renda para muitas
famílias. No período de restauro foram contratados 60 funcionários
diretos e 15 indiretos.
Conforme informações do escritório técnico da
secretaria de Planejamento a 1ª etapa da obra gerenciada pelo IPHAN,
que ocorreu em 2010 e 2011, envolveu o restauro da cobertura,
restauro do forro de estuque, do piso das galerias e sistemas de
proteção de descargas atmosféricas- SPDA.
Em 2012 foi dado início a 2ª etapa da obra, que
foi gerenciada pela prefeitura e teve investimentos de
R$4.634.198,06. Nessa etapa, finalizada em 2015, foram realizados o
restauro do palco, camarins, piso da plateia, forro das galerias,
escadas de madeira, restauro do foyer das lojas, reforma nos
banheiros com acessibilidade, construção da escada de incêndio,
iluminação e sonorização.
Ainda segundo os dados da secretaria de
Planejamento em outubro deste ano foi executado e aprovado o Plano de
Prevenção Contra Incêndio –PPCI, um investimento de R$
88.993,20.
O projeto de restauro do Teatro Esperança é
assinado pelo arquiteto Wiliam Pavão e a obra foi executada pela
empresa Marsou Engenharia.
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Camarins |
Fotos: Fernanda Barbier
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