Por Dario Garcia
A
suposta primavera árabe foi uma criação de engenharia social
planejada pelos
think tank norteamericanos em torno de uma mesa na cidade do Cairo.
Tinha começado em 2001, com os auto-atentados terroristas de 11 de
setembro, e a seguir com a invasão do Afeganistão, data a partir da
qual o país, sob controle dos Estados
Unidos, passa a ser o maior produtor
mundial de papoula, com a que se produz o ópio e a heroína.
Logo,
2003: invasão do Iraque e 1,5 milhões de mortos. Caos e destruição
como prêmio para
os iraquianos. Agosto de 2006: durante 33
dias, Israel, com apoio midiático e militar ocidental, bombardeia
alegremente o Líbano; mais de 100 mil mortos e a ruína do pequeno
país dos cedros. Em 2011, guerra e
destruição na Líbia e o começo
da invasão mercenária da Síria. O
massacre segue até hoje: 250 mil mortos e
4 milhões de
exilados. Em 2013 a babel muda de
continente. A suposta «revolução» ucraniana, um golpe de estado
apoiado pelo banqueiro e agiota milionário
estado unidense
Georges Soros, coopta os rebeldes ucranianos, de ideologia
neo-nazista, que recebem treinamento militar na Letônia e retornam
ao país encapuçados, usando armas e táticas de guerra, e
assassinando
policiais e qualquer cidadão que não adira às suas ações
terroristas. Milhares de manifestantes recebem um salário para
manter semanas a fio as «protestas» em Maidan, a Praça da
Independência, no centro da capital, Kiev. O objetivo: instaurar o
caos naquele país até o golpe de estado que impõe o corrupto
multimilhonário Petro Poroshenko no poder.
Na Venezuela, a sabotagem
dos industriais, da grande mídia e das antigas elites de corruptos
que por décadas fizeram daquele país rico uma espécie de Índia do
Caribe, pagaram sabotadores e mercenários encapuçados para semearem
a bagunça no país. Centenas de assassinatos, de chavistas em sua
maioria, usando fuzis
de precisão equipados com luneta. Na Argentina, —como no Brasil
agora— o Poder Judiciário elitista e elitizado, sacramentou a
campanha de sabotagem midiática do grupo Clarin, responsável, junto
ao resto da imprensa canalha, pela demonização da presidenta
Cristina Fernández de Kirschner, que aprovara a Ley de Medios, que
democratizou o acesso aos meios de informação e à produção de
programas e notícias. Mas os hierofantes da palavra não querem
democracia. O desfecho de ouro dessa campanha de ódios e mentiras
foi colocar na Casa Rosada o indecente milionário Mauricio Macri,
cuja fortuna familiar cresceu como um câncer durante a ditadura
militar argentina (1976-1983), pulando de 6 empresas para 42. Em três
meses de governo ele já conseguiu eliminar milhares de empregos, e
mutilou todos os investimentos sociais possíveis que o Estado tinha
assumido durante os doze anos da gestão kirschnerista. O serviço de
energia elétrica aumentou 400%. Fiel ao seu papel oligarca e
mafioso, baniu a Ley de Médios, devolvendo o monopólio da palavra e
do pensamento ao mega-grupo Clarín.
E agora vemos no Brasil a mesma
receita: uma crise criada midiaticamente e sustentada com medidas
judiciais para criminalizar a gestão dos governos Lula e Dilma,
despejando sobre eles todos os pecados e todas as culpas por todos os
males seculares, quando jamais, em outras épocas, essa mesma mídia
depravada, mercenária e prostituída, fizera o mínimo para limpar o
país do parasitismo e da corrupção endêmica que combinou sempre
os poderosos com a política e fez da política a grande arma a
serviço dos poderosos.
Sem ir muito longe poderíamos começar pela
longa gestão da ditadura cívico-militar (1964-1982) em cuja
alvorada, no mesmo ano do golpe, 1964, deu luz verde ao mega-projeto
de manipulação da opinião e do pensamento, com capital
norte americano, chamado Rede Globo de Televisão. O que dizer então
sobre a função «cívica» da Globo e das outras redes colegas,
durante os corruptíssimos governos de Collor de Melo e Fernando
Henrique Cardoso, o «príncipe da privataria»?
O que está em jogo
agora é, por um lado, um mínimo de paz e possibilidade de uma vida
decente para as maiorias populares, para os que não possuem capital
nem poder; e por outro lado está a grande aposta feita pelos agiotas
e defensores do caos, os que investem para que tudo torne a ser como
era antes de 2002. Se os brasileiros não conseguem pensar por si
próprios, sem a mediação dos donos
da mídia, desses oligarcas sem alma nem pátria, que apenas visam o
poder e o vampirismo social, esses que criam o caos, e acusam o seu
inimigo pelo caos que criaram, e que depois recomendam a receita que
há muito tempo tinham elaborada em suas confabulações, e que
envenena todo mundo mas lhes dá o poder e o controle absoluto; se os
brasileiros caírem em seus truques, pagarão muito caro depois o
preço dessa antiga bruxaria que controla os meandros do poder e do
pensamento.
A pior escravidão se apossa hoje da alma e da vontade
das pessoas, e acaba por atrofiar o livre pensamento. Esse feitiço
paira como um cogumelo atômico em cada casa onde há uma TV ligada,
esguichando o catecismo do ódio e da mentira, da fabricação do
mundo ao gosto dos grandes corruptos e corruptores da palavra, dos
que manipulam a realidade para obter mais lucro e mais poder pessoal.
Mas a histeria virou um surto de idiotização coletiva...