Por Guilherme Larrosa
Essa
semana vou falar sobre o Brasil, nosso imenso país com diferentes
relevos, climas e biomas. Saí de Jaguarão aos 17 anos para estudar
e depois de formado, fiquei pulando de galho em galho até decidir
onde morar. Morando no sudeste, fica tudo mais perto para se visitar,
foi então que decidi visitar uns amigos em Cuiabá e passar uns dias
na Chapada dos Guimarães.
Cuiabá
é tão quente que parece ser a sauna do capeta. Um maçarico a céu
aberto que dá nervoso de caminhar pelas ruas. Inverno ou verão,
calor o tempo todo. Passei uns dias lá, comendo os típicos bolinhos
de arroz adocicados e a cabeça de pacu, dizem que quem come o peixe,
sempre volta a Cuiabá. Tá na hora de voltar então.
Seguimos
para a Chapada dos Guimarães, o caminho é sinuoso e impressionante.
Grandes desfiladeiros e as montanhas rochosas mudam de cor a cada
estação. Elas ficam vermelhas no inverno e cobertas de vegetação
no verão. A cidadezinha fica no topo da Chapada, aquele estilo
novela das 8, cidade pacata, com uma igreja jesuíta na frente da
praça e meia dúzia de cachorros latindo. O que vale a pena, é
pegar a bike e sair para descobrir os lugares da Chapada. As
cachoeiras, riachos e lagos azuis cheios de peixes. Fomos fazer
rafting em umas cachoeiras que começavam leves até ficarem
violentas, no final, um banho no meio de pedras brancas com peixes de
todas cores na volta. Araras vermelhas, macacos e até onça, tudo
pode ser visto no meio do passeio. Indico uma visita no Centro
Geodésico da América, um ponto central no eixo vertical das
Américas, situado bem no topo de um precipício. Quase um trampolim
pra imensidão verde, e a noite é fácil de ver luzes estranhas
visitando a floresta. Rola aquele papo das energias cósmicas do
lugar…
Depois
de muita cachoeira e sustos de supostas onças no meio da mata,
passei o dia no Pantanal, cruzando a transpantaneira de carro,
parando pra ver jacarés, sucuris e tuiuius no meio do caminho. Fiz
um passeio de barco pelos rios e ali sim, se conhece a grande fauna
do Pantanal. Os ninhais cheios de Tuiuiús, pássaros gigantes com
colar vermelho, voam em bando dando um show no céu.
Nos
meus últimos dias em Cuiabá, decidi ir aos jogos das tribos
indígenas do Brasil. Todas as tribos presentes, com suas pinturas,
adornos e estilos, competindo com modalidades esportivas um pouco
estranhas, como uma corrida com um tronco de árvore na cabeça e
outras situações nada confortáveis. Na saída dos jogos, as tribos
vendem seus pertences e artesanias. Voltei pra cidade à caráter.
Edição de 28/01/2015 - Ano IV nº 198