Por Cleomar Ferreira
Provavelmente
o nome se origina de algum proprietário de terras nesse local no
lado uruguaio. Divisa do território brasileiro com o a República
Oriental del Uruguai.
Este
lugar era para ter sido uma freguesia, (mais tarde uma cidade, quem
sabe) mas que não chegou a concretizar-se. Segundo historiadores
havia sido reservada “meia légua” quadrada para o povoado. A
fundação da freguesia não se concretizou, embora a Câmara de
Jaguarão em 1854, expôs ao Presidente da Província que esperava a
criação da citada freguesia. Os limites desta freguesia seriam
Arroio do Bote e a estrada real até Candiota, desmembrando-a da
Freguesia de São João do Herval.
No
lado uruguaio nesse local foi construído um edifício para servir de
aduana. O Passo do Centurião foi um elo de comunicação onde os
produtos do comércio local passavam de um lado para outro dessa
fronteira. Diligências vindas de Melo, Cerro Chato e outras
localidades rumavam para aquele ponto.
Em
1851, para juntar-se às tropas brasileiras que seguiram rumo a
Argentina, na luta contra Rosas, passou pelo Passo do Centurião a
3ª Divisão do Exército Brasileiro, composta por 10 Batalhões de
Infantaria e 06 de Cavalaria, comandada pelo Gen. José Fernandez
dos Santos Pereira. Quando o império do Brasil prestou seu apoio ao
General Flores contra Aguirre, no Uruguai, em 1864, uma força
brasileira sob o comando do Barão de São Gabriel, que tinha a
missão do ocupar Melo, partiu de Jaguarão, sendo composta pelo 4º
Batalhão de Infantaria aqui estacionado e o 15º Corpo de Cavalaria
da Guarda Nacional, do Herval, comandada por Guerreiro Vitória, que
atravessou o Centurião, dirigindo-se ao país oriental.
Chasques
de negócios e trazendo ou levando notícias das guerras e revoluções
dos dois lados, cruzavam o rio e no início de 1865, ao aproximar-se
o dia 27 de Janeiro, notícias chegavam que a invasão se daria por
vários pontos da fronteira, inclusive pelo Centurião.
Enquanto
as coroas trocavam papeis no campo da diplomacia, aqui nestes campos,
falava o tinir dos ferros brancos, carnes dilaceradas pelo chumbo dos
bacamartes com muito cheiro de pólvora, até que de tratado em
tratado, no avanço e recuo dos limites sulinos, a fronteira foi
firmada definitivamente neste rio e o passo ficou como uma porteira
naquela divisa natural a partir de 1851.
É
isso aí, um abraço e até a próxima edição.
Fonte:
Baseado em textos de Léo S.Brum .
Edição de 22/10/2015 Ano VI nº 235
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