Por Guilherme Larrosa
Acabei de voltar de uma
viagem onde percorri o interior do México por um mês. Resolvi viajar justo na
data da Festa do Dia de Los Muertos, o nosso feriado de finados aqui do Brasil.
No México, a morte tem outro significado, eles celebram o retorno dos mortos
queridos, festejando nas suas lápides e altares cheios de flores, frutas e
comidas. Decidi passar uma semana na capital mexicana, 10 dias no estado de
Oaxaca e 10 dias na península de Yucatan, no golfo do México.
Essa viagem vai render
umas 3 colunas, pois o país é rico em cultura, história e coisas para fazer.
Começando pela Cidade do México, eu achava que seria uma cidade mais caótica
que São Paulo, por ser uma das maiores cidades do mundo. Me surpreendi, a
capital é sim gigantesca e sua desigualdade social é assustadora, porém o
centro da Cidade do México me pareceu menos caótico que eu imaginava. Eu
cheguei com a minha mochila no aeroporto as 6h da manhã e meu couchsurfer
estava numa região mais ao sul, ou seja, metrô ABARROTADO era a minha visão
naquele momento. Depois de 1h pulando de linha em linha cheguei a minha casa
mexicana.
Fiquei na casa de uma
família que veio do norte do México, me receberam com frijoles (feijão) e abacate,
comida rara para começar o dia. A " señora" me explicou sobre a
cultura da festa dos mortos, afinal, na casa havia um altar todo decorado com
pertences e mimos do pai falecido. Diz ela, que o altar é montado para receber
os espíritos no dia 31 de Outubro e a comida não deve ser tocada nem consumida,
pois é para o visitante. A Cidade do México é muito bonita, muito espanhola
porém com aquele toque latino americano exagerado, que dá nossa identidade. O
mais impressionante é ver as ruínas aztecas espalhados pela cidade e pensar que
aquela civilização, tão desenvolvida, foi posta abaixo pelos espanhóis. No
centro histórico de DF, a cidade azteca está soterrada por anos de inundações
arquitetadas pelos espanhóis, após perderem a primeira batalha.
Dizem que quando abriram
os túneis do metrô, encontraram os palacetes cheios de pertences intactos,
acredito que o maior tesouro da América esteja ali embaixo. Impossível ir a
Cidade do México e não ir ao Museu de Antropologia - Ali se aprende tudo sobre
nosso continente e sobre todas as civilizações da América central e América do
sul, com peças originais e monumentais de cair o queixo. Difícil de não citar
também o Mercado de Sonora, um grande mercadão que vende tudo que pode
imaginar, eu disse tudo. Quase voltei com uma coruja embaixo do braço.
Visite também o bairro
antigo de Coyoacan, onde está a casa de Frida Khalo e suas praças bucólicas e
também os bairros modernos de Roma e Condesa.
Ponto forte da viagem: A
comida. Prepare-se para ingerir todos os anticorpos possíveis, pois uma viagem
ao México, seu corpo vai voltar imune. Tem muita comida de rua, umas muito boas
e outras bem assustadoras. Realmente tem todos os tipos de pimenta, desde a
mais fraca até lava vulcânica, vale a experiência de comer " los chapulines"
que são grilos temperados na pimenta. Nada muito incrível, gosto de inseto.
Por fim, a cidade de
Teotihuacan deve ser visitada sim ou sim, ela fica 1h de DF e é uma aula real
sobre a cultura Azteca. Não saia de lá sem subir os 300 degraus da Pirâmide do
Sol e ver o alinhamento geometrico que desenha a cidade habitada pelos grandes
Aztecas.
Edição de 07/01/2015