NOSSA
MAIOR DATA !
Em Janeiro de 1865,
com a queda de Paysandú, o último baluarte do governo de Dom
Athanásio Cruz de Aguirre , este concentrou suas forças na defesa
de Montevideo. Desesperado, tentou, inutilmente por meios
diplomáticos envolver outras nações que não tinham nada a ver com
o conflito. Aguirre organizou a defesa da capital uruguaia e prevendo
que as forças que o atacariam, deixassem as fronteiras brasileiras
desguarnecidas, preparou o plano de invadi-las com a intenção de
distrair os aliados brasileiros. Mas a ordem era provocar o maior
dano possível nas terras gaúchas. O encarregado dessa invasão era
Dom Basilio Munhoz que teve a colaboração também do famoso
caudilho : Dom Aparicio Timóteo. Estas forças rumaram para Jaguarão
em 26 de Janeiro de 1865.
Naqueles
dias, Jaguarão estava militarmente abandonada. Do efetivo de 500
homens da guarda nacional, encontrava-se aqui, cerca de apenas 90
homens. A maioria estava dispersos em patrulhamentos pela fronteira.
Como
já é de conhecimento, comandava a fronteira o veterano legalista de
1835, o Cel. Manoel Pereira Vargas. –
A
vanguarda da força invasora, composta por 800 homens, cruzou a
fronteira pelo Passo da Armada, às 08:00 Hs da manhã do dia 27 de
Janeiro de 1865. – Encontrando uma patrulha sob o comando do Cel.
Vargas, inferiorizada em número, travaram pequeno combate. Na
impossibilidade de sustentar o embate travado no local denominado
“Lagões”,arroio situado ao norte da cidade, e não querendo
sacrificar ou colocar em risco seus comandados, o Cel. Vargas ordena
a retirada. Estrategicamente voltam para a vila, seguidos de perto
pelos inimigos. Aqui, entrincheirados, e com o apoio dos civis e do
restante da milícia, consegue rechaçar o ataque.
Os
defensores da vila, ficaram entrincheirados ao longo da rua mais
periférica da cidade, hoje Av. Odilo Gonçalves, aguardando um novo
ataque. Este aconteceu por volta de 11:00Hs. da manhã, por três
pontos distintos. Das trincheiras, dos sótãos, fuzilaram o inimigo
sem cessar, causando várias baixas, fazendo-os recuar. Do rio, os
canhões do APA e do Cachoeira ( dois vapores completamente
municiados ), impediram seus movimentos, bombardeando-os. Na
impossibilidade de tomar de assalto a vila, optaram pelo cerco,
ordenando sua rendição ao comandante da praça. Recebido o ultimato
de rendição, o Cel. Manoel P. Vargas, falou em nome do povo
jaguarense, dizendo que estes jamais se renderiam. À noite apenas
alguns poucos disparos dos atiradores “blancos” e dos defensores,
respondendo.
Ao
raiar do dia, o invasor havia sumido. Na calada da noite
retiraram-se, não sem antes, saquear, incendiar e destruir, tudo
aquilo que não puderam carregar nos arredores. Em suas retirada,
violentaram moças, arrebanharam escravos, reses, ovelhas, cavalos,
etc.
O
Cel. Vargas e os bravos filhos de Jaguarão em 27 de Janeiro de 1865,
conquistaram o título de “Cidade Heróica” para sua cidade,
fizeram jus à história, fizeram a história acontecer.
É
isso aí, um abraço e até a próxima edição.
(fonte.
– baseado em texto de Carlos Monteiro.- Pesquisa “História da
nossa história”- Imprensa local- 1983 )
Edição de 28/01/2015 - Ano IV N 198