Estabeleceu-se
a crise. Mental. Num emaranhado de contradições, vivemos a mercê
do sensacionalismo midiático. O Mundo, desde que foi Mundo, viveu em
suas crises. Pois fomos os homens, famintos de instintos de posse e
domínio, que geramos essas crises socioeconômicas e ambientais,
logo, existenciais.
O frenesi
poluente das massas não desacelera, mesmo com a tal da crise.
Enquanto o comércio de supérfluos entenda-se Shopping Centers,
Estádios de Futebol, Pub's, entre outros, continuam recebendo
públicos expressivos, a televisão tenta intimidar e associar a
crise a outros fenômenos sempre existentes, como a segurança
pública.
Como que
já não importa o governo, aqui ou acolá, a crise está em cada um.
Não há uma sociedade organizada em boicotar o sistema, continuamos
apresentando uma sociedade egoísta que não abre mão, nem de suas
zonas de conforto, como de uma alternativa sustentável, seja ela
ecológica ou de higiene mental.
A
adaptação sobre novos tempos consiste na consciência de
sustentabilidade, ou ao menos, podermos nos aproximar dela.
Dependentes de consumo incontrolável, trocamos os valores, vendemos
nosso tempo com o triste intuito de não cair na pirâmide social. A
revolução mental é necessária, interessar-se pelos problemas que
causaram tudo isto, nessa tal de crise que nos vendem, vem de uma
postura ética centenária, ou milenar, do caráter distorcido do ser
humano.
Numa
visão positiva, e já falei disso numa outra oportunidade, começa
um tempo de despertar, de refletir, de buscar novas saídas para
pequenos problemas sociais, misturando gerações que podem e devem
deixar algo interessante na sua passagem pela história. A ciência
precisa de comunidades articuladas para continuar a engrenagem dos
desenvolvimentos que não agridam, nem as camadas sociais, nem o meio
ambiente, e nem suas inter relações. A harmonia depende desse elo
entre sociedade e tecnologia. A mente atual está em crise, não
dialoga, interna ou externamente.
Concluo
que a alquimia atual entre o homem e a terra desprende-se da
sensatez, há uma forte onda negativa impossibilitando essa nova era
de mudanças inteligentes, aonde o valor humano e a postura social
conduzam a novas civilizações.
A crise
está na gente.
Edição
de 02/09/2015
Ano VI nº 228