Por
Magnum Patrón Sória
Passando
a Ilha de Atlântida, lá perto das cachoeiras douradas pelo sol
brando de primavera, está Campos Elísios. Uma terra nascida para os
aventureiros e dignitários filhos das luzes, frequentada por estes
para o deleite duma sombra fresca de figueiras centenárias.
Lá nesta
terra não se fala dos medos, das mortes, das mentes infestadas de
corrupção e distantes da prática do amor fraterno. As crianças
dormem no colo de seus pais amorosos. Os velhos contam histórias na
roda de chimarrão. Os adultos trabalham seis horas por dia somente
naquilo que os fazem perceber a alegria de viver e servir o próximo.
Como é bom andar pelas ruas de Campos Elísios! Suas alamedas
cravejadas de árvores frutíferas de todas as espécies encontradas
na natureza.
Calçadas largas onde os passantes encontram bancos
limpos com prateleiras dos livros mais importantes, do tempo em que
Ana Boéssio ensinava a Poética com todo o brilho e avidez da boa
educação, tempo dos literatos ocupados pela evolução da alma
humana, ao ponto de morrerem felizes diante das penas úmidas de
encantamento literário. Nesta cidade limpa e organizada, Pasárgada
é piada! Ninguém quer ir embora não! Tudo prospera! Tudo se
partilha! Tudo se renova e cresce para nunca mais desaparecer.
Curioso é ver o trânsito desta cidadela: os carros feitos de
algodão movidos a ar quente vindouro de traz das cachoeiras douradas
perfumam de aroma de chuva todas as ruas por onde passam. Ninguém
corre! Todos se comunicam no tempo certo, na hora certa. Religiões,
partidos, disputas eleitorais... Ah não! Foram abolidas! Em Campos
Elísios Deus mora na praça e janta todos os dias com seus
moradores! Os dirigentes da cidade são todos os vizinhos de Deus!
Amam e são amados. Ninguém precisa “desocupar-se” para poder
“ocupar-se do bem comum”. Para chegar a Campos Elísios, é
preciso sonhar! Pegue o primeiro trem da felicidade de fazer o bem
sem querer recompensas e chegarás a ela! Deslumbra-te! Aproveita!
Pois farás a maior experiência humana possível e já não será
utopia aquilo que verás com teus próprios olhos curiosos.
Edição
de 02/07/2015
Ano VI nº 219