Por
Jorge Passos
“De
Camões a Fernando Pessoa, nós somos resultado dessa peregrinação
longínqua de combates e de glórias, de afirmação do bem contra o
mal.”. E mesmo na era cibernética, No mundo digital, no holograma,
ali está São Jorge, triunfante, lá na frente de todos nós! É a
pipoca da pororoca da imaginação!”
Estes
versos fazem parte da música Líder dos Templários dos quatro
Jorges, Vercilo, Mautner, Aragão, Benjor.
Como definir melhor esta
figura do Santo Protetor, Oxóssi da mata na mitologia de matriz
africana, presente na vida do povo brasileiro, acima das religiões,
imerso em seu imaginário? “E
todo imaginário tem valor, e pode transformar este cenário, a mente
criadora é um dom maior, daqueles que são revolucionários.”
Mesmo
aqueles mais críticos hão de concordar que o cenário de nossa
cidade foi transformado nos últimos dez anos. Em fevereiro, fui
convidado por uma amiga, formanda em Letras da Unipampa, para
cerimônia de colação de Grau que ocorreu no
Ginásio da Integração. Também recebiam o tão sonhado diploma
alunos dos cursos de História, Pedagogia e Turismo. No recinto
completamente lotado, formandos de toda a parte do estado e alguns de
fora do RS com seus familiares e amigos. Quem imaginaria isso em
Jaguarão? O Projeto de Expansão e Interiorização do Ensino
Superior implantado por Lula, continuado e fortalecido pela
presidenta Dilma ampliou o acesso à Universidade. Podemos considerar
que Jaguarão se transformou num Polo Educacional, com a Unipampa e a
implantação do Ensino Técnico Federal por meio do IFSul.
Num
estudo, recentemente publicado pelo Senado Federal, “A despesa
federal em educação: 2004-2014” mostra que os recursos aplicados
na área aumentaram 285% nos últimos dez anos e esta é a despesa
que mais cresceu no país. Claro que ainda falta maior investimento,
principalmente, na valorização salarial dos professores. Situação
que deve ser melhorada com os recursos advindos do Pré-Sal.
A
Unipampa também nos permite desfrutar da presença de professores
renomados em nosso meio. No sábado assisti à magnífica palestra do
especialista em Arte, professor Clóvis da Rolt, sobre o Nu na
História da Arte. Foram quase três horas que passaram sem
monotonia. A atividade fazia parte da programação da II Semana da
Diversidade Sexual de Jaguarão, a qual teve um momento marcante, no
domingo, quando do encontro da Parada LGBTTT e o desfile de
Tradicionalistas na Avenida 27 de Janeiro. Dividindo o mesmo espaço
num ambiente de tolerância, respeito e diversidade, palavras estas,
que devemos cultuar sempre mais, se quisermos uma sociedade rumo a
uma civilização mais evoluída.
Escrevo
na manhã ensolarada de um outono travestido de verão, neste
feriado em memória a Joaquim da Silva Xavier, um brasileiro
guerreiro que fez história, herói da Inconfidência Mineira, o
Tiradentes. Sacrificado por defender o país da exploração
colonial. A sua luta pela independência e autonomia do Brasil
continua. Apesar dos “Silvérios dos Reis” entreguistas,
avançamos em conjunto com a América Latina, cada vez mais soberanos
frente ao Império do Norte.
Até
aonde irá esta seca? Dois fenômenos me intrigam. Nunca vi tanto
aguapé no rio Jaguarão e proliferação de grilos. Notaram? Salve
Jorge!
Edição
de 22/04/2015 Ano VI nº 209