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Los Gorriones y Los Cuervos - motociclistas de Treinta y Tres |
Durante os quatro dias da 16° Motofest a cidade se transforma e passa
a ser palco de um desfile de pessoas um tanto exóticas ao olhar do cidadão comum. São os motociclistas,
integrantes de motoclubes que vem de várias partes do país e de países como
Argentina e Uruguai.
A reportagem do Meridional esteve visitando no sábado o acampamento
formado nas margens do rio Jaguarão a fim de escutar a
impressão dos visitantes sobre a cidade e o evento. O espaço estava totalmente
tomado pelos participantes da Motofest. Gente de todos os cantos do Rio Grande
do Sul e Uruguai.
José Crossa, de Treinta y Tres, participa pela quarta vez da
Motofest. Com os companheiros e companheiras do Grupo Gorriones saem a passeio
e curtem sua paixão que é o motociclismo ( e a moto), conhecer diferentes
lugares, compartilhar momentos com pessoas que não conhecem e fazer novas
amizades. Para ele o principal dessa festa é o companheirismo. “Não se trata só
de andar na estrada, nem das cilindradas. Pode-se ter uma moto menor e mesmo
assim participar” conta.
José fala sobre a recepção que teve na cidade utilizando o adjetivo
bem uruguaio e que revela o seu contentamento, “impecable”! Também da cidade de Treinta y Tres, Jenifer Rodrigues,
do motogrupo Los Cuervos, participa sempre que pode deste encontro. Já viajou
em sua moto por praticamente todo o estado do Rio Grande do Sul e parte de
Minas Gerais. Sobre o motociclismo diz que há muita gente que não entende o que
isso significa. “ Compras uma moto e já te dizem que é melhor comprar um carro. Não
entendem a adrenalina, as amizades que se faz sobre duas rodas”. Ele também
elogiou a organização e a própria perseverança em manter o evento todos os
anos, pois sabe que não é fácil.“ A
única coisa que ainda precisa melhorar é a questão dos banheiros, que apesar de
terem aumentado de número, ainda apresentam deficiências no que se refere à
limpeza. E isto, talvez pelo próprio desleixo daqueles que utilizam o serviço”,
completa.
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Luciene, Sérgio e Jairo, do Grupo Olhos d’Água de Guaíba |
Sérgio Ávila participa pela primeira vez da Motofest. Esteve em
Jaguarão há 30 anos disputando um torneio de futebol de botão, mas revela que
não conheceu a cidade, pois só saía do hotel para a sala de jogos. “Não tive
tempo”, diz ele. Estava impressionado com a beleza do rio, do centro histórico
e do acervo de casas antigas. Assim como seus parceiros de viagem, do Moto
Grupo Olhos d’Água, de Guaíba, Luciene Rocha e Jairo Ávila. “Em Guaíba se
encontra alguns prédios históricos, porém não o conjunto que se observa em
Jaguarão” comenta Luciene.
Quanto ao Jairo, participa do Encontro já pela quinta vez. Andou em
quase todos os encontros pelo Rio Grande do Sul e sua viagem mais longa foi à
Brasília. Já ouviu falar do carnaval em Jaguarão e tem vontade de conhecê-lo de
perto. “Com tanta gente de fora aqui na cidade, só estranhamos que o comércio
estivesse fechado no sábado à tarde. Precisávamos fazer umas compras, pois só
trazemos praticamente a roupa do corpo e não encontramos nada aberto”, aponta
Sérgio. Acontece o mesmo em Guaíba, admite ele. “Lá, implantaram a barca que
faz a travessia do Rio e as pessoas que fazem o passeio se queixam que o
comércio de Guaíba está todo fechado”.
Os motociclistas do Olhos D’Água sentiram falta também de um folder, ou um
pequeno mapa da cidade com os pontos turísticos a visitar. No demais, elogiaram
o evento e apontaram a melhoria de estrutura dos banheiros em relação aos anos
anteriores. “Andar de moto, este é o espírito do motociclismo”, finaliza
Jairo.
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Acampamento na Beira Rio - Foto Fernando Soares |
Edição do dia 04/02/2015 - Ano IV- nº 199