Por Guilherme Larrosa
Seguindo viagem, decidi passar 8 dias no estado
de Oaxaca – um dos estados mais antigos do México e um dos mais ricos em
artesanias e templos Zapotecas – Porém, como eu estava viajando naquele esquema grana-curta-seja-o-que-deus-quiser,
descobri uns ônibus clandestinos que saíam do monumento de La Revolución, na
cidade do México.
Por 200 pesos mexicanos, você viaja até Oaxaca em seis horas pela
madrugada. Os ônibus normais cobram de 400 – 500 pesos. Oaxaca de Juarez é uma
cidade muito rica em patrimônio arquitetônico e fica lotada na época da Festa
dos Mortos, porque nos seus arredores estão todos os “pueblos” mais tradicionais do México. Para visitá-los, basta pegar
um táxi que cobra 10 pesos até os vilarejos, os mais longes ( 2h de carro)
custam 15 pesos. Destaco o Pueblo de Mitla, pelos templos intactos Zapotecas e
a produção de mantas e roupas – as mulheres tecem os fios coloridos nos dedos e
se conhece todo o processo do tear, muito bonito – e também se conhece o
processo do mezcal – bebida parecida com a tequila. No dia 31 de Novembro, todo
mundo vai para o cemitério de Xoxocotlán, o mais antigo e o maior da região Oaxaquena, é onde a festa acontece com as tumbas todas decoradas, cheias de
velas, flores e comidas.
As famílias ficam reunidas com seus entes
queridos que já se foram e muitas bandas tocando marchinhas até o amanhecer. O
carnaval mexicano. Outro pueblo legal de conhecer é Arrazola, onde se encontram
os famosos Alebrijes – animais surreais feitos em madeira com pinturas
coloridas – de todos os tamanhos, preços e formas. Deixando Oaxaca, peguei uma
van que me levou até Puerto Angel – litoral do Pacífico – foram seis horas dentro de
uma van, subindo e descendo montanhas. Leve um Dramin. Chegando lá, o clima
muda, calor predominante e muita natureza. Meu destino era o Pueblo de
Zipolite, um pequeno povoado habitado pelos hippies da década de 70. Conheci um
dos fundadores e ele me contou que o grupo foi até a praia para ver um eclipse
lunar e nunca mais saíram de lá. A beleza do lugar é grande demais e dá para
entender o motivo do surgimento do pueblo.
Fiquei 5
dias dormindo numa rede ao ar livre e tomando banho na mata. O contraste do meu
ritmo acelerado vindo de uma metrópole comparando a um estilo de vida tranquilo
como esse, faz a gente notar o que realmente vale a pena.
Foi difícil, mas voltei para a cidade do México
com destino a Península de Yucatán – Caribe.
Edição de 14/01/2015