Por Guilherme Larrosa
Desapareci
na semana passada por causa de uma chuva inesperada de
acontecimentos, mudanças de plano de filmagem, entra cenário novo,
sai cena antiga, enfim..Tudo acontecendo a uma velocidade espantosa e
nós tendo sempre que ter uma carta na manga.
Depois de
vasculhar as cidades da Serra, temos mais de 2 mil objetos
selecionados. Passamos alguns dias montando painéis, cenário por
cenário, apontando os sofás, cadeiras, poltronas, objetos
específicos e os demais utensílios que compõem aquelas
ambientações efêmeras. Depois de tudo separado e organizado,
conseguimos ver a atmosfera do filme, compondo também com as
amostras de tecidos e as paletas de cores das paredes e texturas
definidas para cada cenário.
Posso
afirmar que vai ficar muito bonito, pois o filme resgata um período
de memórias muito fortes, afinal a década de 60 é marcada por uma
linguagem muito definida, tanto nos elementos estéticos quando no
figurino e a maneira que se vivia a vida.
Temos
menos de duas semanas para termos tudo conosco, pois em breve começam
as gravações diárias de 12h contínuas, das 6h da manhã `as 18h.
E isso vai rolando até junho, e o frio chegando e as parreiras
perdendo a cor. Tudo se transformando ao mesmo tempo, fazendo o filme
surgir a cada dia.
A equipe
está toda junta, todos os departamentos circulando no hotel e claro,
um bom banho de piscina quente a noite e um
vinhozinho...afinal..merecemos depois de tanta correria. Nesse final
de semana, voltei a Porto Alegre para produzir alguns objetos que
ainda faltam, tarefas fáceis, como encontrar uma pasta de dente da
década de 60 e uma simples câmera alemã vinda da segunda guerra. A
câmera encontrei, em cima de uma cadeira, em uma feira de rua por
uma pechincha!! Já o creme dental. esse tá difícil.
Semana
que vem, eu e meu colega vamos começar o carregamento desses 2 mil
objetos, alguns dias carregando caminhões vindo de SP, POA e região
serrana. Depois vamos dividindo a equipe e montando os cenários. Só
que como estamos fazendo um filme de locação, ou seja, lugares
reais, temos que desocupar as casas das pessoas, remover todos os
móveis, montar tudo com nossa mobília e desproduzir tudo depois.
Quem disse que era simples? A gente olha o filme no cinema e acha
tudo lindo, mas não tem ideia do desgaste e correria para fazer
tudo dar certo dentro do prazo.