Em menos
de um mês jogaram-se os três principais clássicos da América, e
não me venhas com fla-flus ou peladas paulistanas que na tríplice
aliança os grandes clássicos do Mercosul ficam aqui, pra estas
bandas cisplatinas.
Não
fosse a depredação de algumas cadeiras de alguns torcedores
gremistas no Beira Rio, o clássico Gre-Nal ficou para a história
por ter sido a primeira final com torcida mista. Pioneiros no mundo,
os gaúchos se superaram em civilidade, além de mostrar um bom
futebol. O inter vive um grande momento e dominou o primeiro tempo
podendo liquidar aquele jogo que o Grêmio dificultou na segunda
parte do certame mas que não pode sustentar a boa fase colorada.
Dois elencos dispares, mas como todo clássico, nivelados pelo peso
das camisas vermelhas e azuis. No final do jogo um espetáculo
proporcionado pelo belo estádio mundialista e pela torcida do Inter,
podendo comemorar o título de campeão gaúcho, que contracenou na
bela iluminação do grande caldeirão vermelho.
Semanas
depois se jogaria o clássico Argentino, já haviam se jogado dois
River e Boca pelo campeonato argentino, mas este último, que ficou
para história, infelizmente pela incitação à violência, era,
também, pela Libertadores. Embora a punição do Boca Júnior, já
que o jogo foi na Bombonera, esteja muito suspeita por parte da
Conmebol, o clube e seus torcedores pagarão pela astúcia de um
torcedor apenas, ou de uma facção organizada onde o crime está em
primeiro lugar, e não o futebol. Isso criará um âmbito de
desconfiança e incentivará a denúncia quando hajam atitudes
suspeitas de um baderneiro. Para quem flutua na leitura explico que
durante a saída para o segundo tempo, foi lançado no túnel do
adversário River Plate uma substância similar a gás de pimenta
onde feriu com queimaduras aos jogadores millonários, como são
chamados os jogadores do River, e depois de quase uma hora o jogo foi
suspenso e a classificação dada ao time visitante. Uma pena, uma
vergonha vista a olho nu por todos os amantes do futebol.
Em
Montevidéu a coisa foi distinta, do outro lado do charco, a
segurança pública organizou um esquema invejável. Peñarolenses em
sua maioria, por serem locatários, tiveram acesso ao Estádio
Centenário por diferentes avenidas do que seus adversários. Não
havia, em um perímetro de mais de dez quarteirões, como encontrar
um torcedor rival. A entrada foi vagarosa por causa da mesma polícia
que liberava as multidões aos poucos. Cinquenta mil torcedores
puderam assistir a um dos clássicos mais antigos da América, e as
torcidas fizeram a festa, como de costume no futebol uruguaio. Um
empate de 1 a 1 também deixou o público morno ao final do encontro,
evitando aglomerações tensas e a saída ocorreu tranquila e
civilizadamente. O clássico uruguaio valia pela décima segunda
rodada do campeonato clausura, e graças a outros empates no
campeonato deixou o Peñarol perto do título do segundo turno, o que
já aponta umas duas finais com o campeão do primeiro turno,
justamente o Nacional. Teremos supostamente mais dois clássicos,
enquanto no Brasil Inter e Grêmio devem se encontrar pelo
brasileirão, não sabemos quando poderá acontecer novamente na
Argentina. O que fica é o alerta, enquanto no Uruguai e no Rio
Grande do Sul fizeram campanhas de boas vizinhanças, no país da
Kirchner a poeira levanta num povo que ainda não soube separar a
paixão pelo esporte, da insana rebeldia de usar a violência como
rivalidade. A todos uma boa reflexão, ame seu time não odeie o
outro.
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