A
violência contra a mulher, a necessidade da ocupação de espaços
de decisão pelo gênero feminino, a independência econômica e a
luta contra o patriarcado são algumas das pautas que unem mulheres
de ambos os lados da fronteira em um coletivo denominado Mulheres de
Fronteira/Mujeres de Frontera.
O
primeiro passo para unificar as lutas deu-se durante a realização
da 4° Marcha das Mulheres/ Semana Binacional da Mulher realizada
este ano, onde aconteceu o primeiro encontro no Clube 24 de Agosto
para tratar do tema. Desde então já foram três encontros e muitos
sonhos e direitos a serem conquistados.
“Em Rio
Branco recebemos de três a cinco denúncias por dia de violência
doméstica, em Jaguarão essa realidade não é diferente. Precisamos
criar mecanismos que acabem com essa prática”, defendeu Graciela
Silva, coordenadora do Grupo Mujeres de Negro que trabalha com
atendimento à vitimas de violência de gênero.
Mangela
Britos, presidente do Sindicato das Domésticas de Rio Branco, crê
no empoderamento das mulheres em todas as áreas. “ Em nossa
fronteira enfrentamos muitas dificuldades na inclusão no mundo do
trabalho, na educação, saúde, etc. É imprescindível
conscientizarmos a sociedade das necessidades que temos em nossa
fronteira. A criação deste coletivo nasce justamente desta
necessidade, de criarmos um espaço para organizar, capacitar e
debater estratégias de luta”.
Andréa
Lima, secretária adjunta de Cultura e Turismo de Jaguarão e
ativista feminista, ressalta a importância de pensar políticas
públicas integradas para atender as demandas e fortalecer as ações
nas duas cidades gêmeas. “Temos muitas lutas em comum, por isso é
preciso pensar em ações comuns, que tenham um olhar sobre as
mulheres que habitam a fronteira, com todas as particularidades que
isso implica”.
O
coletivo conta também com a participação da representante do
Instituto Nacional de Mujeres (INMujer) Victoria Pereira. Para ela é
muito importante que a institucionalidade acompanhe o processo que
está em construção. “Tem sido muito enriquecedor estes
encontros, saímos sempre com muitas tarefas, com muitas coisas para
seguir buscando e informando e fazendo chegar a informação do que
acontece em nosso país e nessa zona fronteiriça onde há as vezes
muitas dificuldades e uma diferente forma de se abordar os assuntos”.
O grupo já tem um próximo encontro marcado, para o dia 26 de
junho, na Biblioteca Pública de Jaguarão a partir das 18h30, onde
será construído um diagnóstico da realidade de ambas cidades, das
principais demandas e ações para avançar na construção de
políticas públicas voltadas para as mulheres. Também esta sendo
planejada a primeira Conferência Binacional das Mulheres que será
realizada ainda este ano.
Edição
de 17/06/2015
Ano VI nº 217
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