A cidade
de Jaguarão igual que a fronteira com sua cidade vizinha Rio Branco,
começa a desenvolver o Turismo na região, mesmo que a passos
lentos. Um fenômeno novo que apareceu e começa a se consolidar,
primeiramente pela implantação dos Free Shops e logo pela
diversidade cultural no turismo de eventos, que ambas cidades
proporcionam. Ainda devemos reconhecer que a potencialidade turística
geográfica e arquitetônica destes pagos, revela uma riqueza
exuberante e sedutora aos olhos que procuram a história e a natureza
interligadas num mapa só. O que faltou, desde um princípio, talvez
fosse uma preparação, entre infraestrutura e outros mecanismos de
ordem administrativa e de integração, mas ao meu ver, o maior
problema está na aposta dos agentes urbanos, nos recursos humanos e
principalmente na fomentação da memória coletiva e a inclusão
cidadã que logo faria parte do inconsciente coletivo e andaria por
si mesma.
Essa
sustentabilidade prática, de participação popular, cria um âmbito
turístico que deve nascer juntamente com o interesse da mesma
população. Costumamos criar cursos de Turismo em diversas cidades
universitárias, o que é importantíssimo, mas esquecemos de
alimentar nossa própria cultura. Exemplo vivo disso encontra-se em
diversas cidades brasileiras que exercitam o turismo há muito tempo
e naturalmente são mais ligados a sua cultura.
Em
Salvador um vendedor de pulseirinhas do nosso senhor do bom fim sabe
tanto de história local como um professor ou um guia. Aquilo está
incrustado em sua memória e cultura pessoal, e tem orgulho disso, o
que torna ainda mais interessante e exótica a viagem para esse
destino. Uma coisa está ligada à outra, podemos ter uma bela e
invejável Ponte Internacional, um Balneário só nosso com uma Lagoa
inimaginável, podemos ter Teatro, Enfermaria, Mercado, Museu,
Biblioteca e outros prédios épicos, mas se não soubermos de sua
história se perderá uma coesão entre exuberância, arquitetura,
turismo de compras e outras atratividades que nossa fronteira possa
oferecer. O viajante é curioso, espalha suas experiências e leva
consigo a identidade de um povo de um lugarejo. O viajante é um
explorador nato, respirando o novo, olhando o desconhecido,
descobrindo mundos dentro do seu mundo. Por isso é imprescindível o
alimento intelecto cultural de um lugar que almeja se desenvolver
turisticamente e sei que Jaguarão o é, e o quer.
A
característica do nosso povo se encaixa em todas essas necessidades.
Somos anfitriões, festeiros, simples. Gostamos de abrir nossas
casas, de levar um forasteiro para um passeio por nossos pontos mais
incríveis. O Cerro, o Prado, a Lagoa, La Cuchilla, o Rio, nossos
Sítios. Somos um povo unido com o país vizinho e a cidade irmã.
Nos entrelaçamos entre doble chapas e brasiguaios, temos nosso chão
bem definido, mas ainda falta a participação coletiva, mostrar que
estamos preparados.
A caminho
de um pancho no Uruguai ou um cachorro quente no seu Danúbio temos
muita história pra contar, está em cada paralelepípedo, em cada
casarão, na Rua das Portas, na longitude da ponte, na Vila dos
Espíritos, na Vila Arredondo. Em fim, uma reflexão sobre este e
outros aspectos poderão ajudar em uma nova postura do povo
jaguarense e rio branquense, onde quem sempre sairá ganhando,
seremos nós e principalmente nosso lindo lugar.
Edição
de 01/04/2015 Ano IV nº 206
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