Não sou
um esperto no assunto, mas na psicologia da vida real sabemos que
para uma boa relação, os códigos, devem ser estabelecidos desde o
começo. Cada código para cada relação. Um afeto, um irmão,
família, colega, bichinho de estimação. As relações e os códigos
podem ser diferentes, e o são, e em cada situação manejamos e
lapidamos as diversas formas de contornar e penetrar em cada uma
dessas relações.
Não existe metodologia mais natural a do que ao
andar natural na carruagem das coisas. Um sentimento, um mal estar,
podem ser uma gota d'água na tempestade ou na calmaria. A torta de
climão que pode se estabelecer em segundos tem o mesmo efeito
contrário se uma das partes apazígua, maneja, lapida, como dito
anteriormente. Mesmo com o instinto animal que nos caracteriza e a
efervescência das emoções, temos, sempre, o poder do controle, o
domínio, a excêntrica sabedoria de conduzir, com equilíbrio, a
parafernália da mente. Do primeiro diálogo às entranhas da
convivência e o irreversível excesso de confiança, somos postos à
prova na dramática função de atuar, não apenas de sermos nós
mesmos, mas sim encaixar-nos na caleidoscópica vida de outrem.
Temos
essas artimanhas desde que nascemos e os nossos pais aprendem a
conviver, e nós com eles, e os códigos são lançados a prova,
desde lá. O respeito é ganho a cada acordo, ou o desrespeito.
Quando há um acordo ou uma complacência estabeleceu-se desde então
um código de imediato que se fortificará ao passar do tempo, pra
bem, ou pra mal, dependendo o ponto de vista. Somos capazes de
manejar essas relações interpessoais e dosá-las conforme nosso
caráter, sentimentos, ou emoções cotidianas, somos nossos próprios
diretores e isso definirá a perspicácia de pular de grupo em grupo
a cada ciclo de nossas várias vidas dentro da mesma.
No entanto uso
e abuso da frase de Niemeyer quando consultado sobre sua longevidade,
o segredo está em não criar caso consigo mesmo disse o velho sábio.
E nessas sabedorias da vida que vamos guiando nosso dilema de
convivências. Nos afetos, os amorosos, a lei é a mesma, o amor dura
o mesmo tempo do respeito, a convivência as vezes não, quando
invalida é por que já azedou há algum tempo, e as vezes a
insistência não respeita os códigos iniciais e nem se percebe a
ruptura deles mesmos. No entanto ousa-se penetrar nessa dimensão já
perdida e os efeitos colaterais são irreversíveis, quando
percebe-se essa ruptura deve se dar um passo ao lado e deixar aliviar
as feridas deixadas pela má interpretação do colapso. Uma boa
relação depende desses códigos, por fim, de uma continuidade de
considerações com os trejeitos do próximo e as benevolências de
ambos.
Edição
de 08/04/2015 Ano IV nº 207
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